terça-feira, 18 de outubro de 2022

VIVÊNCIAS POÉTICAS: SOBRE GRANDES PAIXÕES, POR MARIA DO CARMO SILVA

 


VIVÊNCIAS POÉTICAS|01

SOBRE GRANDES PAIXÕES

POR MARIA DO CARMO

        

        O meu fascínio pela leitura remonta a época em que eu cursava as séries iniciais (o Curso Primário). As capas dos livros, com um designer não tão atrativo como atualmente, já aguçava o meu desejo de adentrar em suas páginas e mergulhar no universo da leitura. Posteriormente, à medida em que avançava nos estudos, galgando outras séries, o prazer pela leitura era aguçado com mais intensidade em mim e consequentemente o gosto pela escrita, também. Gostava de expressar os meus sentimentos e inquietações nas redações escolares, nas cartas endereçadas aos familiares e amigos e nos Cadernos de Recordações organizados por colegas em final de ano letivo. Este AMOR pela leitura e pela escrita, seria uma profecia de que num futuro distante eu me tornaria professora, poeta, escritora?

        Concluí o Curso do Magistério, começando a lecionar no ano seguinte nas séries iniciais, o que reforçava ainda mais o meu interesse pela leitura. Ficava encantada com as poesias e fragmentos de textos poéticos com os quais me deparava nos livros didáticos e nas colunas de revistas e jornais. Após mais de uma década de conclusão do Magistério, ingressei na Faculdade onde cursei Licenciatura em Geografia. O meu encantamento com a leitura e a escrita prosseguia.

        Continuo atuando no exercício do Magistério, utilizando um momento da aula para divulgar a literatura, escrevendo e comentando fragmentos de textos de poetas contemporâneos, pois acredito que o incentivo à leitura, à escrita e à Cultura Literária, bem como a valorização dos escritores/as, de suas produções e a descoberta de futuros escritores/as, perpassa por pequenas ações como esta que costumeiramente faço nas turmas onde leciono.

        Após décadas de muitas leituras e escritas,  adentrei no universo literário como poeta, já possuo duas obras poéticas lançadas e neste universo, deparei-me com uma infinidade de escritoras, as quais considero SUSTENTÁCULO na minha trajetória literária! Elas exercem com muito carinho e competência o papel de ATIVISTAS LITERÁRIAS, acolhendo, incentivando, lendo, divulgando e promovendo oportunidades de visibilidade às produções de autoria feminina. Em breve irei discorrer sobre estas mulheres.

        Partilho com vocês um pequeno poema autoral que considero como minha identidade literária, pelo fato de ressaltar os principais instrumentos que me conduziram ao mundo da leitura e da escrita e fazendo com que por ele me encantasse: 


O ABC, a cartilha e o dicionário


“Sou artesã da palavra! 

No ABC principiei, na cartilha soletrei. 

No dicionário me afeiçoei, na trajetória humana me inspirei! 

Teci versos, construí rimas, muitos poemas confeccionei. 

Eles são a minha Obra-prima!


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Maria do Carmo é professora, poeta e escritora. Autora dos livros de poesias: "Retalhos de Vivências" e "Recomendações Poéticas". Tem participação em diversas Antologias Poéticas. Colunista no site de notícias Tribuna do Recôncavo. Integrante do Coletivo Mulherio das Letras.

LIÇÕES DE SILÊNCIO: A CASA DA JOAQUIM NABUCO, POR RITA ALENCAR CLARK



LIÇÕES DE SILÊNCIO|05

POR RITA ALENCAR CLARK

A CASA DA JOAQUIM NABUCO


                                                                               [Para Alencar e Silva]


        Quando penso naquela casa, a casa de meus pais, vou embrenhando em histórias que se confundem com a própria história da cidade. Nos dias tumultuados da minha juventude, vividos na casa da Joaquim Nabuco, em Manaus no começo dos anos oitenta. A época “pré-direta já” explodia em manifestações artísticas, movimentos literários e pensamentos vanguardistas, revolucionários. Para muitos resistência, para outros necessidade de expressão, para todos o desejo de retomar nas mãos a liberdade de um país sequestrado pela ditadura. Ali, no porão da casa, a Democracia já se instalara. Esse era o propósito da casa.


        Às 11 horas da manhã de sábado, invariavelmente, começavam aparecer os primeiros convidados, aqueles que de fato tinham recebido o convite de meus pais para o almoço, precedido de aperitivos no “Porão do Poeta”. Mas isso não impedia que outros, não convidados formalmente, de passagem adentrassem atraídos pela alegria, pela música e pela poesia ou para se deliciar com as iguarias que saiam da cozinha de minha mãe. Entre amigos e parentes havia vários grupos interagindo, os poetas, os artistas em geral, primos que já eram de casa, mas tinham os primos e amigos que estavam de passagem pela cidade, vinham do Rio, de São Paulo, Fortaleza, Recife… a família parecia não ter fim.


        Nesses encontros, a casa era plena, na parte de cima ficavam os quartos, as salas e a biblioteca. Pé direito de seis metros, as portas eram altíssimas, com uma espécie de claraboia vazada  por cima para o ar circular e formar uma corrente de vento, bem ao estilo Português do começo do séc. 20. Era desconfortável e mal dividida, meu pai a reformou e mandou construir mais um banheiro na parte de cima. Imagina, uma casa de 300 metros quadrados com apenas um banheiro… no entanto, lá no porão havia mais dois banheiros geminados. Fiquei sabendo tempos depois que, antigamente, o costume era apenas as mulheres usarem o banheiro de cima, os homens usavam os outros, que, pasmem, não eram cobertos  totalmente e ficavam em área aberta no quintal. Nos dias de sarau eram disputadíssimos!


        Num desses dias, um sábado de manhã, chega Luiz Bacellar, poeta amigo de longa data, tocou três vezes a campainha, batendo palmas e já impacientando-se com a demora. Meu pai gostava de atender, mas até ele escutar… usava aparelho para surdez e, poeta, nem sempre estava sintonizado com o mundo aqui fora. Tínhamos que avisá-lo. As risadas já começavam a se insurgir no portão. Vai ter festa na casa da Joaquim Nabuco. Depois, quem quisesse ficar era bem-vindo, quem não queria, estava livre desde que arrumasse a casa e deixasse as camas feitas. Regras da casa, afinal eram cinco filhos. Eu ficava quase sempre. Nesse dia teria um passeio de barco com amigos. Bacellar era muito curioso e sem rodeios perguntava, enquanto eu  fazia retoques na maquiagem, “Vais para onde?” Preciso fazer uma pausa aqui para explicar, na sala de jantar ficava um móvel, uma cristaleira imensa que teria sido da mãe de meu pai, devia estar na família havia uns 30 anos, calculo, era ótima para se maquiar, tinha uma parte central, que imagino ter sido criada para ser um bar, todo espelhado por dentro com pequenas lâmpadas. Um camarim perfeito no lugar errado. Que seja. Continuando a conversa com o poeta “Estou indo passear de barco”. Ele fazia cara de quem iria embora e voltava “ Com quem vais?” “Com meu namorado” Ai… me arrependia sempre, agora viria a inquisição. "A que família pertence esse namorado?” “Ele não é daqui, é de São Paulo.” “Huuum sei…forasteiro!” Ríamos juntos e ele saía em busca dos tira-gostos na cozinha. Bacellar era uma figura!


        Começava o sarau, quando eu ficava em casa, tinha que trabalhar, era copo e prato para recolher o tempo todo. Nessa época tínhamos sempre pessoas para nos ajudar, gente que vinha do interior, da terra de minha mãe, meninas e meninos que estavam vindo para estudar com vislumbres de uma vida melhor. Minha mãe, assistente social, não negava acolhimento em nossa casa. Arranjava um colégio, um internato, ajudava nos livros, roupas, aconselhamentos…até seguirem seus rumos. Havia um menino, que foi destacado para a função de "babá" do irmão temporão; o Joaquim. O único que aguentava o pique do irmãozinho, o único que tinha pernas e malandragem pra correr atrás do lourinho fujão pelas calçadas da Joaquim Nabuco, quando algum descuidado esquecia o portão aberto. Joaquim, “o babá”, fazia resgates memoráveis! “Pega o lourinho…”


        Agora a gente ri, mas na época nós surtávamos! Lá pelas tantas, depois de muita cerveja e bolinho de pirarucu com molho de tucupi, vinham as bandas de tambaqui e a caldeirada salvadora.


        Minha mãe tinha esperanças que após tanta comilança, partiriam felizes para suas casas. Só que não. Uns remanescentes ficavam e se alongavam como se nunca mais fossem se ver…era  a poesia brotando em carne viva naquele espaço de tempo, agora eu sei, era a própria história da nossa literatura se tornando eterna naquelas tardes; versos de Tufic, com seus aromas do Líbano, Elson Farias e seus cantos lendários, Luiz Bacellar com sua "Frauta de Barro", Antísthenes Pinto, já meio alterado, explodindo em versos e  meu pai já em êxtase galopando os versos de seu “O cavalo de Brahma”. Porão do Poeta efervescia! ah… e tinham os músicos, dedilhando canções inéditas entre pérolas da nossa música genuinamente Brasileira, Chico Buarque, Lupicínio Rodrigues, Cartola e tantos outros. A forma que dona Nair tinha de “expulsar” os retardatários, uma delicadeza inventada por ela, era servir um pudim de leite ou doce de cupuaçu entre copos de guaraná ou, pior, de coca-cola.  Dizia ela: “ para repor a glicose e conseguirem chegar em casa”... muxoxos de descontentamento se ouvia em uníssono! Mas, quem iria ousar desfazer dos doces da dona Nair?


        Hoje a casa está fechada, muitos anos se passaram, como dizia Fernando Pessoa no poema "Aniversário",  foram-se criando “grelado nas paredes”, aquela vegetação improvável e indiferente às condições climáticas, que brotam entre rachaduras causadas pelo tempo no muro das casas, pondo abaixo o telhado, as escadas, as tábuas pretas e amarelas do assoalho, as portas seculares da casa que um dia foi viva.


      "O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

       O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,

       Pondo grelado nas paredes...

       O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas)..." 


        Passo por lá de vez em quando e o coração aperta vendo sua decrepitude e impotência diante aos descasos imobiliários. Casa está à venda há pelo menos cinco anos e nenhuma proposta de compra e venda se concretizou. Dizem que a área não favorece, o lugar  está perigoso e tal… Então, a casa da Joaquim Nabuco, fincada no centro histórico de Manaus, junto a outras no mesmo estilo Belle Époque do quarteirão, está obsoleta e destinada ao esquecimento, ao apagamento, como os versos dos “poetas mortos” que um dia a frequentaram? Penso. Mas, ainda assim, ela resiste, alquebrada e imponente, resiste como pode. Há quem diga ouvir barulhos de vozes, risadas, bater de copos e panelas, quando de passagem pela frente, em noites  de lua cheia…devem ser as paredes exalando alegria, cantando a poesia esquecida em sonetos, versos livres e notas de jasmim. Mas, aí já é lenda! 





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Rita Alencar Clark, professora de Língua portuguesa e Literatura, poeta Amazonense, contista, cronista, ensaísta, revisora e curadora. Membro do Clube da Madrugada (AM) desde 1987, membro fundador da ALB/AM- Academia de Letras do Brasil/Amazonas e da ACEBRA-Academia de Educação do Brasil. Colaboradora do Blog Feminário Conexões e dos Coletivos Enluaradas e Mulherio das Letras, com participação em diversas coletâneas e antologias poéticas, sempre representando o Amazonas. Tem dois livros publicados: "Meu grão de poesia" e "Milton Hatoum - Um certo olhar pelo Oriente-Amazônico".

quarta-feira, 12 de outubro de 2022

NA TRILHA DO FEMININO: O ARCO-ÍRIS

  


N A    T R I L H A    D O    F E M I N I N O|05

O ARCO-ÍRIS 


“Em todo adulto espreita uma criança – uma criança eterna, algo que está sempre vindo a ser, que nunca está completo e que solicita cuidado, atenção e educação incessantes. Essa é a parte da personalidade humana que quer desenvolver-se e tornar-se completa” (Carl Gustavo Jung).

A fala do psiquiatra Jung,   remete-nos a criança que mora em cada um de  nós e tudo que evidencia-se ao longo da nossa existência em decorrência da infância.  É dos eventos que vivenciamos nessa fase  da vida, que carregamos grande parte da nossa personalidade.

Quem não suspira ao lembrar do seu tempo de criança? Seja das alegrias,  dos momentos de fantasias, ou das tristezas e represálias...

Como disse “Casimiro de Abreu"  Oh! Que saudades que eu tenho da aurora da minha vida, da minha Infância querida que os anos não trazem mais...

Ah! O pé  no chão, as escaladas de árvores, os cordéis  lidos por minha avó , o cheirinho dos pratos deliciosos da minha mãe, os doces de pitanga,  o algodão doce no parque, as cantigas de rodas ao ar livre, as comidinhas de terra  e folhinha no quintal de casa, as minhas bonecas/filhas, os joelhos ralados,   os banhos de chuvas e nos igarapés, as pipas,  o peão rodopiando, o carrinho... A liberdade de ser menina/criança, de ter pureza, de ter um mundo de paz... A lembrança que carrego comigo é que era tudo mágico!

A magia existia, mas foi lá na infância que começou a se delinear os estereótipos, a separar cores, brinquedos, espaços... Eis então a contaminação da ideologia patriarcal.

E não é só por ai... A tecnologia chegou e a mídia e a publicidade infantil estão encurtando a infância feminina, através da erotização precoce e da adultização. Todavia, eu ainda cultivo minhas lembranças de uma infância de ingenuidade, feliz e romantizada, bem, como  por vezes, me vejo tendo comportamentos infantis. Como disse Clarice Lispector: “Nada posso fazer: parece que há em mim um lado infantil que não cresce jamais”. 

E pegando carona nesse dia das crianças trago para vocês um texto da minha autoria:

O ARCO-ÍRIS

Quando eu era criança eu tinha as minhas crendices e fantasias; acreditava que havia um tesouro na extremidade do Arco-íris. Morava em um lugarejo, desses que não tem água encanada e nem  luz elétrica, mas a paz reinava por lá, onde eu era feliz à luz do luar e tomando banho com água de poço. Era lá que eu sonhava em um dia encontrar o meu tesouro!

- Certo dia, debruçada na minha janela, eis que surge no céu um Arco-íris.

- É hoje! É hoje! Vou alcançar o meu tesouro!

-Ah! O arco-íris, ele tem forma de escorregador (Eu pensei...). E se tivesse uma escada bem longa e eu subisse e escorregasse até a extremidade?... Mas, onde encontrar essa escada?

Desalentada, desisti da ideia e de repente meus olhinhos brilharam de alegria... Eu vi que a extremidade estava exatamente ali onde eu costumava brincar de cirandas com as amiguinhas, onde eu brincava de bonecas e jogava pedrinhas. Naquela calçada alta, onde eu ficava ouvindo a velha Iaiá contar suas estórias a luz do luar. Lá na calçada do Sr. Ribamar! Era alta! eu ia alcançar!

Corri cheia de esperanças pra pegar o meu tesouro, mas quanto mais eu palmilhava e esticava  meus passinhos mais o arco-íris se distanciava e as cores iam perdendo o seu fulgor... o arco-íris ia desaparecendo e com ele o meu sonho, o meu tesouro!

Meus olhos fotografavam aquele local, onde vi a extremidade do arco-íris. Aquele cenário explêndido, cheio de cores, não me saia do pensamento... Se o arco-íris estava ali tão próximo, porque não consegui alcançar o meu tesouro?

Quando cresci consegui entender que o arco celeste era apenas uma ilusão de ótica, mas  as cores, o fulgor e os sonhos, estavam realmente naquele local, alí onde eu brincava, onde eu ouvia as estórias da velha iaiá, onde eu cantava as cantigas de roda e acalentava bonecas, onde eu era criança... Ali onde estava a minha infância. O meu tesouro!

"A Infância é como o arco-íris, quanto mais palmilhamos, ela vai se distanciando e as cores e o fulgor vão desaparecendo.” (Rilnete Melo)

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Rilnete Melo é brasileira, maranhense, graduada em letras/espanhol, escritora, cordelista membro das academias ACILBRAS, ABMLP e AIML, participou de várias antologias nacionais e internacionais, autora do livro “Construindo Versos" e autora de cinco cordéis. 


UMA CARTOGRAFIA DA ESCRITA DE MULHERES: ENTREVISTA COM MAURA LUZA FRAZÃO, POR GABRIELA LAGES VELOSO


 

UMA CARTOGRAFIA DA ESCRITA DE MULHERES |02

ENTREVISTA COM MAURA LUZA FRAZÃO

Por Gabriela Lages Veloso

“Pela maior parte da história, ‘anônimo’ foi uma mulher”. Essas palavras da escritora inglesa Virginia Woolf, referem-se à invisibilidade do trabalho feminino nas ciências, e nas artes, ao longo dos tempos. Diante disso, a literatura manifesta-se como uma importante arma de combate contra as desigualdades de gênero, ao dar voz e poder às mulheres. Na intenção de mapear as margens e abrir espaço para as novas vozes sociais, nossa coluna intitulada Uma Cartografia da Escrita de Mulheres tem como principal objetivo promover a valorização de escritoras contemporâneas, através de entrevistas. Hoje, temos a honra de receber a escritora Maura Luza Frazão, que tece belas imagens e memórias, em verso e prosa.

ENTREVISTA COM MAURA LUZA FRAZÃO: 

Arquivo pessoal da autora

Maura Luza Frazão nasceu na cidade de Monção, no interior do estado do Maranhão, e hoje reside na capital São Luís. É pedagoga e pós-graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional, e em Coordenação Pedagógica. Atualmente é Professora da rede pública municipal em São Luís e em São José de Ribamar (MA). Além disso, é colaboradora da Plataforma Facetubes e atua como Delegada da Federação das Academias de Letras do Maranhão - FALMA, pela Academia Monçonense de Letras e Artes. É membro efetiva e perpétua da AMCLAM – Academia Maranhense de Ciências, Letras e Artes Militares (Cadeira nº 03). Membro correspondente da Academia Zedoquense de Letras – AZL, e, da Academia Internacional de Artes, Letras e Ciências – ALPAS. Acadêmica internacional da Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes – FEBACLA/2022 (Cadeira nº 168). Acadêmica imortal vitalícia das Academias AILAP – Academia Internacional de Literatura e Artes "Poetas Além do Tempo" (cadeira nº 42); AILB – Academia Internacional de Literatura Brasileira, ALIPE- Academia Internacional de Poetas e Escritores – (cadeira 89), e, AISLA - Academia Intercontinental Sênior de Literatura e Arte (cadeira 33). Membro efetiva da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão – SCLMA, e, membro associada da ABPS – Associação Brasileira dos Poetas Spinaístas, e da AMEI – Associação Maranhense de Escritores Independentes. É autora das obras Revisitando Memórias em Prosa & Versos (2022) e Spinas: Nuances de Uma Essência (2021), publicadas pela Editora Versejar (SP).

Como você começou a escrever?

Sempre fui uma leitora aficionada, os livros foram meus parceiros, amigos e confidentes durante toda a minha vida. A nossa mãe, a D. Benedita Desidéria costumava nos presentear com livros em vez de brinquedos. O mais interessante nessa questão é que ela era quebradeira de coco babaçu e só tinha estudado até os primeiros anos do Ensino Fundamental e meu pai trabalhava como oleiro (fazendo tijolos e telhas). Com esse incentivo familiar, a leitura sempre foi a minha principal forma de lazer e entretenimento. Contudo, apesar de meu trajeto literário como leitora e da rica experiência em sala de aula e com Planejamentos Pedagógicos (como Professora e Coordenadora), elaborando e aplicando projetos de leitura e escrita, artigos e trabalhos de conclusão de curso (como orientadora de monografias), minha paixão como escritora e poeta só chegou com a maturidade. Atualmente até me arrisco no campo dos contos e crônicas, o meu segundo livro solo Revisitando Memórias em Prosa & Versos traz alguns contos e crônicas.  

A sua formação acadêmica, na área de Pedagogia, tem alguma influência na sua escrita literária?

Sim. De certa forma a bagagem que trazemos da formação acadêmica sempre acaba reverberando em tudo o que nos propomos a fazer e/ou escrever. Em algumas composições eu costumo abordar temáticas que remetem a aprendizagem de acontecimentos de algum momento da história da humanidade trazendo-os de forma linear. Assim, costumo abordar assuntos relacionados ao contexto atual global ornamentando-os com leves pinceladas de poesia.

Por que você escreve?

Acredito que escrevo porque me dá prazer, me encanta e ao mesmo tempo é uma forma de terapia. Como a ilustre poeta Nauza Luza Martins (minha irmã) costuma dizer: "A poesia salva, cura e liberta!"

Quais escritoras te inspiram?

Muitas escritoras me inspiram, mas vou citar apenas algumas. Inicialmente a Clarice Lispector com a sua instigante forma de escrever acabou embalando meus primeiros ensaios poéticos; seguida da Cecília Meireles com seu envolvente poder de contemplação (adoro escrever sobre as emoções, sentimentos, pensamentos, entrelaçando-os com os movimentos da natureza). Também tenho grande admiração pelas célebres escritoras Conceição Evaristo, Cora Coralina, Hilda Hilst, Martha Medeiros, dentre outras. Na literatura maranhense, me deparei com a fantástica Maria Firmina dos Reis (foi paixão à primeira vista), a genialidade da Mariana Luz, a pulsante irreverência da brilhante poeta Nauza Luza Martins (minha principal inspiração), a subjetividade da poeta Joizacawpy Costa, a escrita da ativista cultural Lindevania Martins, entre outras talentosas mulheres maranhenses.  

Comente sobre a sua obra Revisitando Memórias em Prosa & Versos (2022). Quais são as principais temáticas desse livro? Onde podemos adquiri-lo?

Como o próprio título sugere, o Revisitando Memórias traz em sua bagagem alguns momentos vividos por mim desde a mais tenra infância em Monção-MA (minha terra natal) até os dias atuais aqui em São Luís, também no Maranhão. Nessa obra, além das minhas vivências trago também alguns mimos que compus para alguns amigos e pessoas da família, o livro em si é recheado de emocionantes sentimentos de amor, carinho e gratidão. Revisitando Memórias pode ser adquirido na AMEI – Associação Maranhense de Escritores Independentes, no site da Editora Versejar e comigo também.

E quanto ao seu livro Spinas: Nuances de Uma Essência (2021)? Explique o título e suas implicações no sentido/proposta da obra, e onde podemos adquiri-la.

Nuances de Uma Essência é um livro de poemas "Spinas", uma nova forma poética que vem conquistando o gosto dos poetas contemporâneos e vem ganhando espaço no cenário literário brasileiro. É uma forma poética criada pelo poeta pernambucano Ronaldo de Andrade, em homenagem ao seu saudoso professor emérito da Universidade de São Paulo - USP, Segismundo Spina, autor de diversos livros, sendo que, seu livro Manual de Versificação Românica Medieval, serviu para fundamentar a criação do Spina. O Spina é composto por duas estrofes, sendo a primeira, obrigatoriamente, iniciada com palavra trissílaba (de três sílabas), contém três palavras em cada verso da primeira estrofe; a segunda estrofe é formada por cinco versos com cinco palavras cada. O último verso da primeira estrofe precisa rimar com o terceiro e o último da segunda estrofe. Mantendo dessa forma a sequência rítmica: o último verso da primeira estrofe pode rimar com o primeiro, terceiro e último da segunda estrofe. O poema Spina preza pelas regras gramaticais, linguagem formal e uso dos sinais de pontuações, principalmente os obrigatórios. Não são permitidas algumas conjunções: e, pois, mas, no entanto, entretanto, contudo, porém, todavia. As palavras compostas com hífen são contadas como única sentença. As sem hífen são contadas individualmente. As palavras contendo as chamadas consoantes mudas (sonoras) que tenham três sílabas compostas por consoantes e vogais (não mais) podem iniciar o Spina. O título e a métrica são opcionais. Nuances de Uma Essência pode ser adquirido na AMEI – Associação Maranhense de Escritores Independentes, no site da Editora Versejar e comigo também.

Além de escritora, você também é professora da educação básica. Como você aborda a leitura nas suas aulas?

Atuei como professora da Educação Infantil e Ensino Fundamental, nos anos iniciais, somente nos primeiros anos da minha profissão. Já naquela época eu costumava adotar em minhas salas de aula, paradidáticos que tinham relação com o conteúdo que precisava ser abordado nos livros didáticos, tendo sempre o cuidado de trazer as historinhas de forma mais lúdica e abrangente a fim de exercitar o imaginário dos alunos e de ampliar o seu entendimento e o vocabulário. Eu sempre iniciava e terminava minhas aulas com a leitura de um livro de contos, fábulas, contos tradicionais, entre outras. Há mais de dez anos atuo como coordenadora, no Apoio Pedagógico, tanto na rede pública de ensino em São Luís – Ma, quanto em São José de Ribamar  Ma. Nessa nova função, costumo incentivar os professores a trazerem para as salas de aula assuntos relacionados ao contexto social e cultural brasileiro e principalmente maranhense, sem contudo esquecer de trazer para o centro das discussões, as informações pertinentes ao atual momento socioeconômico e cultural mundial.

Fale sobre os seus demais projetos na área de literatura e cultura, como, por exemplo, a sua página na Plataforma Facetubes.

Estou trabalhando no projeto do meu novo livro, que já se encontra em fase de publicação. O título dessa nova obra literária é Poeticidade Latente, um livro só de poesias que deve ficar pronto ainda neste ano de 2022. Também estou participando do grandioso projeto em homenagem ao Bicentenário de Maria Firmina dos Reis e estarei em Recife – PE, para receber o prêmio "Diamante da Literatura" e "Rosa de Jericó" no II Congrès International Cultive em novembro de 2022. Quanto à Plataforma Facetubes do Jornalista Mhário Lincoln, eu sou apenas uma das colaboradoras. Por ser um brilhante ativista cultural e literário o ilustre poeta Mhário Lincoln tem em sua página um espaço aberto para muitos escritores em ascensão, assim somos agraciados com essa generosidade por parte desse ícone da literatura maranhense. Assim, ele me convidou para ser articulista do seu Facetubes e eu prontamente aceitei, tenho algumas resenhas e composições já publicadas nessa Plataforma. Além disso, estou assessorando um projeto literário, em minha terra natal Monção – Ma, como voluntária. A rede Municipal de Educação de Monção adotou meus livros para este semestre (agosto a dezembro) do 1º ao 5º Ano da Educação Básica. Desta forma, sou a escritora homenageada em todas as escolas da rede monçonense de Educação. A proposta, para 2023, é que esse projeto se estenda para a Educação Infantil e o 6º ao 9º ano de toda a rede.

Mais do que escrever, é necessário fazer ecoar nossas vozes. Assim, se destacam as Academias de Letras e Artes. Qual é a importância da participação de escritoras em Academias e coletivos literários, para você?

Acredito ser importante por saber que o espaço de um sodalício não só se constitui um espaço de interação entre confrades e confreiras, mas também trata-se de um lugar onde é possível crescer literariamente, seja individualmente ou em conjunto com outros acadêmicos.  Ou seja, sinto que é muito importante fazer parte de um todo que respira literatura, pois as Academias estão voltadas para o cultivo das ciências, artes e saberes culturais, tanto nacionais, quanto regionais.

Como convidada da nossa coluna Uma Cartografia da Escrita de Mulheres, qual mensagem você deixa para a nova geração de escritoras?

O que tenho a dizer aos jovens escritores e escritoras, é que acreditem em si mesmos, busquem cercar-se de pessoas positivas, que tenham propósitos na vida e que comunguem das mesmas ideias. Pois, se tens um dom ou alguma habilidade pulsando dentro de você, não deixe que nada, nem ninguém, atrapalhe seus projetos e sonhos. Acredite que o que você tem é mais que um estilo de vida, é libertação. Assim, torna-se necessário mergulhar no campo da leitura, sensibilidade e principalmente o exercício do poder de contemplação, pois somente com uma rica bagagem cultural leitora serás capaz de produzir uma obra de excelente qualidade literária. Portanto, siga seu sonho com determinação e amor no coração, quando você menos esperar, o estarás realizando.


Contatos da escritora:

Instagram: @mauraluzafrazao

E-mail: mauraluza_coelho@hotmail.com 

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Gabriela Lages Veloso é escritora, poeta e mestranda em Letras pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). É colunista da Revista Sucuru e do Feminário Conexões, editora do núcleo poético de divulgação feminina Sociedade Carolina e membro do projeto Entre Vasos y Versos, que conta com a participação de escritores de diversas nacionalidades. Além disso, colabora com coletâneas e revistas nacionais e internacionais. Em 2023, organizou a Antologia Poéticas Contemporâneas: uma cartografia da escrita de mulheres, juntamente com a Editora Brecci Books.

AVE, CRÔNICA: VERDE QUE TE QUERO VERDE, POR TERESA BENDINI


AVE, CRÔNICA|04

VERDE QUE TE QUERO VERDE

POR TERESA BENDINI


“Verde que te quero verde”, esse é o emblemático verso, do poema "Romance Sonâmbulo", composto por Lorca, na verdade, Federico Garcia Lorca, poeta espanhol, assassinado covardemente pelo fascismo franquista em 1936.   Esse famoso verso se repete ao longo do poema, exaltando o verde e toda natureza.  Talvez por isso, o dia do seu nascimento, (5 de junho), seja também o DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE. Data definida durante a Conferência de Estocolmo (1972).

Sim, na sua época, a utopia também estava comprometida, e a bandeira que a representa, nas mãos de militares, como aqui.  É aí, que entro, no título dessa crônica.  "VERDE QUE TE QUERO VERDE". Esse belo poema, belíssimo, conta da tragédia que foi, se render ao ideário fascista. O verde de Lorca, é o verde da nossa bandeira real.  De todos os seres aqui viventes, pois seu significado, se estende a todos. Humanos e não humanos, portanto, rios, flora, fauna etc.

É o verde da utopia, do vigor, do renascimento de uma outra aurora.

Deixa eu te contar um segredo mágico? "Não é a gente que realiza o SONHO... É sempre o SONHO que realiza a gente!" (Teresa Bendini)

Lorca grita: “Verde que te quero verde!!!”.  Mantenha o frescor, mantenha intacto seu ímpeto de liberdade. Sua certeza numa sociedade justa.

Lute por ela, como a semente jogada na terra, luta por sua árvore.

Em 1936, por ordem de um deputado católico ele foi preso.  Disse o homem, que o poeta era mais perigoso com a caneta, do que ele seria, com o revólver. Outra vez o conservadorismo, outra vez a truculência, impedindo o sonho, que é sobretudo o da transformação da realidade. O devir comprometido, paralisado, dessa vez na Espanha.  

“Verde que te quero verde”. Imagino Lorca gritando a frase, olhando para a nossa bandeira hoje. Mas aí, junto dele, estariam todos os nascidos nesse território, os de variadas procedências. Os que acordam de manhã acreditando no sonho. Mas no sonho que é de todos e para todos.

"Quando chovia, um sol dentro de mim, tomava banho." (Teresa Bendini)

A frase do poema, que aliás não é o título dele, ordena ao verde da bandeira, que ele permaneça sendo representativo desse ideal, o da liberdade.  Seria então, realmente verde, sua tonalidade, se a esperança está sendo atacada?

Nossa bandeira em mãos erradas perdeu sentido e a sua tonalidade já é outra.  Não tremula mais o verdejante ímpeto. Não reconheço nela o libertário ideal.  O nobre significado, foi usurpado da bandeira. Tornou-se truculência o que se estende nas paredes e janelas.  Tornou-se o verde oliva da antidemocracia, do antipovo e o que se vê é só um pano estendido, avisando: "Cuidado, se você pensa diferente de mim, não entre aqui", o famoso, “Ame-o ou deixe-o”, representativo apenas de uma classe temerosa de perder seus privilégios.  

Mas a frase do poema ainda ordena ao verde, que ele permaneça fiel ao tom da liberdade.  Ainda que eu não reconheça, (nessa outra), as necessidades gritantes do nosso povo; ainda que nela não esteja a luta que se deve empenhar por nossas matas e rios, montanhas e biomas; ainda que eu não veja em seu tecido, as variadas faces do povo miscigenado, é verde o fio que tece a liberdade, é verde o fio que tece a transformação, o devir é verde.  É verde o fio que tece a utopia. Mas hoje, o que vejo é a bandeira, no fio da navalha.

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Leia o poema "Romance Sonâmbulo", de Federico García Lorca, clicando AQUI.

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Teresa Bendini é poeta, nascida em Taubaté, SP. Escreveu oito Livros Infantis e um de Poemas. Seu último Livro: "Krenak, o menino dos braços compridos", escrito durante a pandemia, faz alusão ao urgentíssimo texto: "Ideias para adiar o fim do mundo", do ambientalista e pensador indígena, Ailton Krenak.

terça-feira, 11 de outubro de 2022

AVE, CRÔNICA: O TRISTE VERDE DAS BANDEIRAS, POR TERESA BENDINI

 


AVE, CRÔNICA|03

O TRISTE VERDE DAS BANDEIRAS

POR TERESA BENDINI

Frustrada com o resultado das eleições, ou mesmo desolada, procurei fazer coisas agradáveis, que me levassem a ter bons sentimentos. Andar de bicicleta me agrada muito, visto que resido numa região entre serras. Paisagem linda. Depois de pedalar mais de 40 km, tive vontade de comer alguma coisa e me surpreendi. Não demonstrei desejo algum de parar em locais sofisticados, mesmo que fosse só para tomar uma água. A estrada é cheia desses cafés requintados. Percebi que não me sinto bem em locais feitos para uma determinada classe, aquela endinheirada. Percebi que essa estrutura há tempos não me diz respeito. Não sou mais a pessoa que se encaixa nessa faixa. Preciso de um Brasil outro, mais humano e integrado. Sentei com o garapeiro, naquele fim de estrada. Homem tranquilo e doce, como o líquido esverdeado da cana espremida. Repleto de história do Brasil, escorria o caldo, enchendo meu copo. Junto com outros, senti o quanto seria bom uma sociedade menos estratificada.  A boa conversa, o fazer simples, o convívio harmônico, foi o que eu senti naquela breve parada.

Lembrei do belo texto da amiga Marta Cortezão, na revista Voo Livre, edição nº 27, desse mês, que liga Arte a humanidades. Acho que entendi o que ela disse e concordo. Patrimônio Imaterial, chamado por Antônio Cândido, (não por acaso), de Patrimônio Incompreensível, é por excelência, a alma do ser, é simplesmente a sua subjetividade. Sempre rica, diversa, instigante, por vezes gritante, onde sagrado e profano se entrelaçam, essa essência humana, ela mesma, cheia de nuances, é o que podemos chamar de subjetividade, portanto alma humana. Faço-a já sinônimo de Patrimônio Imaterial, onde tudo se faz dialeticamente. E é essa a riqueza que deve ser incentivada.  Uma riqueza, hoje, ameaçada pelo sistema que começou lá atrás, com o caldo da cana moída, pela máquina moedora de gente. 

Clique na imagem e acesse a Voo Livre Revista Literária

Hoje o sistema esmaga nossa subjetividade, de tal forma, que pensar, comer, morar, fazer arte, fazer política, se relacionar, tudo isso é como cana moída, esmagada, até as últimas consequências. O verde da cana, o bagaço dela, somos nós. Com nossa subjetividade já massificada e destruída.  E hoje, posso dizer que é isso que vejo, tremular na bandeira que se estende verde, como a cana, nas paredes e janelas.

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Teresa Bendini é poeta, nascida em Taubaté, SP. Escreveu oito Livros Infantis e um de Poemas. Seu último Livro: "Krenak, o menino dos braços compridos", escrito durante a pandemia, faz alusão ao urgentíssimo texto: "Ideias para adiar o fim do mundo", do ambientalista e pensador indígena, Ailton Krenak.

domingo, 9 de outubro de 2022

CONTE-ME UM CONTO, POR LUCIRENE FAÇANHA


CONTE-ME UM CONTO|08

C O N E X Ã O   N O   T E M P O

POR LUCIRENE FAÇANHA


Terminava o expediente.

Uns cinco quarteirões andando apressada, curvada pela saudade, movida pela solidão.

No posto de comunicações,a atendente já conhecia seu pedido. Uma conexão discada,  para uma cidade do interior de outro estado. Aguardava por cerca de meia hora. A fome doendo no estômago. Muitas vezes escorregava na cadeira para o piso em busca de conforto.  Algumas vezes a espera era em vão: porque a conexão não se dava,  ou por não ter ninguém para atender.  Essa era a parte mais dura. Uma carta demorava cerca de um mês para retornar com  notícias. Tudo já estava tão distante - sem aquele fogo do Olho no olho, sem o abraço tao esperado,  o Aconchego.  Foram longos três anos

De volta para o seu lugar, convivio refeito. As lutas parecem brandas com o amor dos que a rodeiam.

Hoje num click pode ver ouvir e partilhar com todos, seja aqui no seu ninho ou em  outro país.  

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Lucirene Façanha nasceu em Morada Nova, reside em Fortaleza/CE. Aposentada do Banco do Brasil, escritora, artesã, mãe de Silvia e Adriana, graduada em História, com especialização em Ensino. Publicou em 2020 O Homem na Janela. Em 2021, foi selecionada pela Caravana Grupo Editorial, com o conto Hecatombe. Publicou pela Amazon os ebooks: Silencio sobre o algodão e O Elo.

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