sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

NA TRILHA DO FEMININO: UM AMOR DE VÉSPERA, POR RILNETE MELO



N A    T R I L H A    D O    F E M I N I N O|06

UM AMOR DE VÉSPERA

                                                                                                                  POR RILNETE MELO


Era véspera de Natal. Ela entrara na igreja com o pé direito e o lado esquerdo do cérebro pedindo que orasse para esquecer aquela paixão fulminante, que quase conseguiu abrir a armadura que ela usava desde o término do seu casamento. Ainda não havia deletado as últimas mensagens do WhatsApp e logo que sentou-se, abriu a pequena bolsa nude e retirou o celular para mais uma vez certificar-se da sua decepção.

Ali estavam as últimas palavras de Raí e o soco no estômago que Nely tomara naquela tarde em que tomava café, na cozinha do hospital, com os amigos de trabalho.

— Sabe Nely, nunca existiu... Você é maravilhosa, mas...

Naquele dia Nely saiu da mesa, deixando a fatia de bolo de abacaxi no prato (seu bolo preferido) e os sonhos de um novo relacionamento jogados no espaço. Correu para o quarto de repouso do hospital e abraçada ao travesseiro chorou, enxugou as lagrimas e falou baixinho pra si mesma que as lágrimas de hoje regariam o futuro de amanhã. Havia lido o livro “O segredo” de Rhonda Byrne e acreditava no poder do universo, costumava usar mantras e apostou no “Tenho tudo ao meu redor, se não foi com esse será com um melhor”.

Já havia se passado dois meses, acreditava que aquele momento na igreja iria lhe fazer bem, então deletou todas as mensagens e ajoelhou-se em oração. A igreja estava cheia, lá fora o céu estava carregado de nuvens cinzentas, mas fazia calor lá dentro e ela mudou para um banco próximo ao ventilador. Havia um clima de Natal por ali, luzes coloridas cintilavam no altar, adolescentes com gorros de papai Noel entoavam “Noite Feliz” regidas por um maestro que acenava a batuta em gestos mágicos, dando o ar da graça aos coristas. Crianças fantasiadas de duendes e outros personagens natalinos se agrupavam esperando a hora da apresentação no palco.

A igreja apresentava na sua arquitetura elementos decorativos de estilo neoclássico, tal como Nely que buscava superar o passado. A sensação era a de que algum espírito natalino, ou mesmo papai Noel poderia aportar por ali, pois tudo era mágico como nos cenários de filmes infantis.

Talvez tudo aquilo conseguiria apagar o acontecimento dos últimos dias, então resolveu entregar-se aquela magia e deixar a frustração para trás. Acomodou-se no banco e sorriu com entusiasmo para uma garotinha de cabelos cacheados e pele morena, que vestia um vestido vermelho de saia plissada, o que lhe fez lembrar de um episódio triste da infância, onde trajava uma roupa semelhante àquela, logo expulsou aqueles pensamentos, que lhe causara trauma e deu uma olhada no folheto da liturgia.

Nely observava o movimento dos fiéis na igreja e os casais que entravam de mãos dadas e por um instante pensou em Raí. Distraiu -se com um senhor vestido de papai Noel distribuindo presentes para as crianças que faziam a maior festa, logo despertou com a presença de um homem ao lado que lhe observava há bastante tempo. Ele cumprimentou-a, era simpático e educado e aparentava ter alguns tempos de vida a mais que ela, parecia ser solitário, pois durante o sermão do padre comentou que não gostava do Natal, uma vez que sempre comemorava sozinho. Nely ficou comovida, mas manteve-se calada.

O padre celebrou a missa, houve uma pequena peça teatral e a bênção final. Nely dirigia-se para a porta de saída quando o homem tocou em seu ombro e pediu o número do seu telefone. Ela hesitou, mas tomada por empatia e comoção cedeu. Já estava a caminho de casa quando espantou-se com a buzina de um carro, e aquele cavalheiro da igreja com toda gentileza lhe oferecendo carona. Estranhamente, mesmo sem conhecê-lo aceitou. Não se incomodou com os prováveis mexericos ou mesmo o receio do estranho. Abandonou-se ao carisma que emanava daquele sorriso fácil e foi. Ao entrar no carro, ele se apresentou, chamava-se Peter, era divorciado, economista aposentado e, como ela, era devotado de fé. Estava uma noite linda e a lua cheia, enamorando o firmamento, dava o ar da graça. No vidro do carro refletiam os pisca-piscas das lojas e residências, e o azul dos olhos de Peter refletia no retrovisor, roubando por vezes o olhar distante de Nely. Durante o percurso trocaram algumas palavras, e ela gostou do jeito culto, respeitoso e cheio de sabedoria com que ele dirigia o diálogo.

Saíram para um passeio na praia.

Nely era divorciada, casou-se jovem, criou os filhos sozinha, carregava consigo um certo ar de independência e resistência ao machismo e aos estereótipos impostos pela sociedade, porém percebia que a solidão não era sua boa companheira.

Gostou da companhia de Peter.

A orla marítima era bem distante do mar, mas dava para ouvir o barulho das ondas. A calçada colorida era harmônica com o azul do mar, havia uns quiosques rústicos e convidativos para um drink a dois. Caminharam por muito tempo e optaram por um boteco com cobertura de sapê, acabamentos coloniais e música ao vivo. Era pequeno e aconchegante, escolheram uma mesa de frente para o mar, havia pouca luz, apenas arandelas artesanais nas colunas e samambaias penduradas. A brisa tocava em Nely, como se acariciasse sua alma e sussurrasse em seu ouvido que para sentir é necessário fazer sentido.

A mão masculina tocou a sua e ela sentiu que o calor humano era bem melhor que o frio da solidão, embora gostasse da sua liberdade. Peter entregou o coquetel Sex on the beach em suas mãos e com a outra mão acariciou a nuca de Nely que sentiu um calor percorrer todo o seu corpo, dando-lhe a certeza que já estava enamorada. Ao som de How deep is your love de Bee Gees, os dois saíram para a pista de dança e os corpos colados encontraram os lábios, que sem entenderem que o céu é o limite, abandonaram as línguas no céu da boca.

Saíram os dois em direção ao mar. O sol já soltava seus primeiros raios. Vento e areia misturavam-se nos corpos abandonados, liberando endorfina. Ele apertou sua mão implorando que ficasse para sempre, ela respondeu baixinho: Nunca mais estarás sozinho, Feliz Natal!

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Rilnete Melo é brasileira, maranhense, graduada em letras/espanhol, escritora, cordelista membro das academias ACILBRAS, ABMLP e AIML, participou de várias antologias nacionais e internacionais, autora do livro “Construindo Versos" e autora de cinco cordéis. 

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

PROCESSOS DE ESCRITA: VARIADOS POEMAS, POR CAROLLINA COSTA

 

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PROCESSOS DE ESCRITA: VARIADOS POEMAS DE CAROLLINA COSTA


POR CAROLLINA COSTA


Gestar e parir não é tarefa fácil, quer sejam filhos, projetos ou... Livros. Diferente dos meus outros dois livros — O Singular do Dual, que foi um livro mais montado do que propositalmente escrito, e 30 Dias 30 Poemas, que foi um desafio poético que criei para mim mesma —, Variados Poemas foi um livro que me surgiu através das músicas “Carcará”, na voz de Maria Bethânia, e “Compasso”, de Angela Ro Ro, cada uma com sua marcação e em seu momento particular. É um livro dividido, porém não separado, em três partes, que apesar de temáticas são como três artérias que irrigam as páginas de um único livro com versos pulsantes em uma mesma harmonia.

Capa de Variados Poemas

Meio Bethânia, meio Ro Ro, Variados tem seu embrião no meu poema “Memórias”, que compõe a primeira parte do livro. Escrevi esse poema de sobressalto, ao me deparar com um vídeo no Instagram da música “Carcará”, cantada por Maria Bethânia ainda jovem. Até então eu só conhecia a música na voz de Nara Leão, mas a profundidade da voz de Bethânia logo no início da música me transportou diretamente para os caminhos da minha ancestralidade paterna, sendo meu pai nascido no interior da Bahia, porém criado no Rio de Janeiro. Não sei muitas histórias porque, como digo em um dos meus poemas dessa primeira parte, “sofrimento a gente só quer esquecer” e ficam as histórias deduzidas pelas cicatrizes que vez ou outra dão o ar da graça.

Apesar de ter sido trazido por “Carcará”, o poema “Memórias” também fala da minha ancestralidade materna, vinda do interior de Portugal. Essa conexão entre minhas duas ancestralidades no poema não surgiu à toa, visto que foram dois “interiores”, cada um com sua penúria, buscando uma nova vida em uma nova cidade ou país que me trouxeram até aqui. Quando terminei o poema junto com a música eu sabia que ainda faria algo com ele, só não sabia o quê. Então o guardei.

Algum tempo depois, ouvindo a rádio JB FM, tocou a música “Compasso”, de Angela Ro Ro, enquanto eu fazia alguma coisa no computador. Lembro que larguei o que estava fazendo e, já com alguns poemas soltos que escrevi desde o “Memórias”, escolhi o título do que seria meu novo livro de poemas, Variados Poemas. Estreei um novo caderninho de poemas e, a partir dali comecei a escrever intencionalmente para o livro. De início pensei apenas no que eu queria levar para esse livro: ancestralidade e processos de escrita. Eram dois temas que estavam me transpassando com frequência e de forma intensa na época, há uns três anos atrás.

Foram dois anos de escrita. Nem tudo que eu escrevia era pensando no livro — até porque também escrevia crônicas, microcontos, e os trabalhos da faculdade —, mas boa parte dos poemas eu escrevia intencionalmente para ele. Se eu gostasse, guardava, se não, deixava esquecido ou colocava na internet se achasse mais ou menos. Enquanto “Carcará” deu o pontapé para a primeira parte do meu livro sem que eu soubesse, “Compasso” me apresentou de cara a visualização de um livro completo, um livro que não era apenas feito de memórias, mas que unia os vários passados que não vivi com o presente que está constantemente em criação e o devir da potência criativa que é o motor de todo escritor, criador, artista. “Compasso” trouxe a linha que faltava na costura da obra para que eu também me visse representada no que escrevia, sem ser apenas uma narradora de memórias.

Ao buscar espelhar meus processos criativos na minha escrita, senti a necessidade de uma terceira parte no livro, e foi quando comecei a pensar na estrutura que se tornou a forma final: dividido em três partes, com poemas em inglês e português. Sou formada em Letras: Português-Inglês e professora de língua inglesa, o que faz com que eu tenha um grande contato com o idioma e muitas vezes crie textos em inglês por conta disso. Por um tempo estive imersa nos poemas de Emily Dickinson e no livro Walden, de Henry David Thoreau e deles tirei a terceira parte do livro — que, ao organizar as partes, ficou sendo a segunda — e a maioria dos meus poemas em inglês estão nela.

Ancestralidade, natureza e angústia criativa. Essa é a ordem na qual dividi o livro. Nem todos os poemas têm título, então coloquei uma pequena marcação em espiral no fim da página correspondente ao fim de cada poema para marcá-los, mas nada impede que o leitor as ignore e monte poemas novos. Espirais são círculos que voltam a um mesmo ponto por caminhos diferentes, talvez esse movimento possa inspirar leituras.

A capa também foi um processo criativo meu, mas pensada só depois do livro já montado. A lótus, uma flor que cria suas raízes na lama e floresce em água limpa, na cor vermelha é entendida como símbolo da compaixão por algumas culturas orientais. Pintei de forma simples em uma tela com tinta a óleo porque não sou nenhuma profissional de artes plásticas, mas também quis trazer certa simplicidade e autenticidade criando uma ilustração com minhas próprias mãos para o meu livro, como já tinha feito com O Singular do Dual. Penso na compaixão que a natureza tem com seus ciclos e na compaixão que precisamos ter tanto com nossas memórias quanto com nosso presente. De alguma forma a compaixão também transpassa esses versos.

Capa de Variados Poemas

Mesmo depois do livro escrito, ainda fiquei um ano pensando se publicaria ou não e como publicaria. Decidi publicar na primavera desse ano de forma independente pela plataforma da Amazon e da UICLAP, já disponível para todos que quiserem adquirir seu exemplar. Do tanto que todo esse processo me trouxe, desejo que o devir desses versos, desde a capa até a última folha, possa incentivar à busca de possibilidades nos (com)passos de cada leitor. Abaixo, deixo o meu poema “Memórias”, que foi como tudo começou:

Memórias

É o sangue do sertão que corre nas veias

O solo quente e infértil

A memória da fuga pelo sol

Da trajetória errônea que só quem não tem destino sabe viver

 

Aquela memória juntou com a vinha fria da segunda guerra

A benção de comer o que se planta

Mas também não saber como vai ser na próxima estação

 

A memória da roupa rasgada

Da fuga pela promessa de uma nova terra

A junção do imigrante de país com o estrangeiro de cidade

 

Dois interiores que se encontraram

E juntos formaram

O arcabouço de memórias

E as centenas de histórias

Que passaram de parto em parto

Até parirem

A mim

 

Link para o livro na Amazon

Link para o livro na UICLAP

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Carollina Costa é licenciada de Letras: Português-Inglês pela UFRJ e atua como professora de língua inglesa e escritora. É autora dos livros de poemas O Singular do Dual e 30 Dias 30 Poemas. Faz parte do coletivo de escritores Ecos Poéticos.


quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

SUSTÂNCIA - SOBRE ENCERRAMENTOS DE TEMPO, POR ROSANGELA MARQUEZI



Foto: arquivo pessoal da autora / 2022.


SUSTÂNCIA/03


 SOBRE ENCERRAMENTOS DE TEMPO


POR ROSANGELA MARQUEZI


Presa em um calendário que não condiz com meu tempo de ser. Eis a sensação que tenho em períodos que antecedem o fim e o nascer de tempos estipulados em folhinhas de almanaque. Em muitos momentos da vida, tudo que eu queria era não ver o tempo passar, nessa marcação arbitrária que inventaram sem nos consultar. Sinto, às vezes, que inícios e finais de tempo são apenas imposições de um sujeito ou de vários sujeitos que, não satisfeitos em simplesmente deixarem a vida fluir, resolveram inventar um calendário e nele nos prenderam.

O calendário não entende (e não aceita) que tem momentos na vida que tudo o que queremos ser é a Carolina, do Chico Buarque, aquela moça que não viu o tempo passar na janela, mesmo que, lá fora, uma rosa tenha morrido, uma festa tenha acabado, um barco tenha partido... Simples assim, como se pudéssemos cruzar o espaço-tempo ao ritmo da canção de Maria Bethânia e Zeca Pagodinho: “Deixa a vida me levar / Vida leva eu / Deixa a vida me levar / Vida leva eu”;

(Mas não! A vida urge urgente e cortante, cheia de rimas engraçadinhas para nos desviar a atenção do incerto mundo aberto!)

E corremos. Como formigas que perderam a direção do formigueiro. E voamos. Como mariposas seduzidas pela brilhante luz que as distraem do seu destino. E isso tudo para que, no dia primeiro de janeiro, novamente nos encontremos na linha de partida da corrida da vida.

Felizes os que conseguem cruzar a linha do tempo e não se quedam ao fim anual da jornada. Felizes os que entendem que calendários são arbitrários e vivem o tempo perfeito do momento presente. Para esses, há esperança. Para os desencantados, não sei...

O que sei é que esta minha rabugice logo passa, pois sei que nada melhor do que um tempo – sim, tempo – atrás do outro, com uma folguinha para respirar, para que tudo volte ao seu (in)devido lugar. E porque sei disso é que lhes digo que esta reflexão não é sobre desesperança, mas esperança-certeza de que, como tão bem ilustrou Heráclito de Éfeso, se ninguém se banha duas vezes no mesmo rio, seremos novas mulheres e novos homens a cada segundo desta vida!!

E isso é transcender a existência! É também acreditar que todos as estações se fazem e refazem dentro de cada um de nós, passageiros efêmeros desse breve espaço-tempo de um bater de asas de uma borboleta que é a nossa história.

Seja feliz!



DICAS DA SUSTÂNCIA


1. Ouça Carolina, de Chico Buarque, e entenda que nem sempre precisamos estar atentos ao passar do tempo! A canção ficou em terceiro lugar no II Festival Internacional da Canção Popular (FIC), em 1967. Ouça AQUI!

2. Leia Como parar o tempo, do escritor inglês Matt Haig. É uma leitura bem instigante sobre a jornada de um homem, Tom Hazard, que, por causa de uma alteração genética, não envelhece da mesma forma que os seres humanos normais. Dessa forma, ele perpassa séculos da nossa história... O livro discute questões como imortalidade e como tudo vai se repetindo neste mundo... Paixões, medos, angústias, guerras. O livro foi publicado aqui no Brasil em 2017, pela Harper Collins. 

Eu fui pessoas que odiei e pessoas que admirei. Fui divertido e chato e feliz e infinitamente triste. Já estive do lado certo e do errado da história. 

3. Ouça a música Sobre o tempo, do Pato Fu, lançada no álbum Foi gol de quem?, de 1995. É uma música que, mesmo não tendo uma letra que nos faça profundamente refletir, nos faz dançar ao sabor do tempo... Uma delícia. Ouça AQUI!

4. Veja o quadro Persistência da memória (1931), do pintor surrealista Salvador Dalí. Se for possível, visite o Museu de Arte Moderna da Nova York (MoMA) e veja-a ao vivo! Se não puder realizar este passeio, a conheça a partir do site do MoMA (https://www.moma.org/collection/works/79018! Com seus tradicionais relógios “derretendo”, a pintura de Dalí traz um cenário onírico, que faz um diálogo, talvez, com a Teoria da Relatividade, de Einstein, além de trazer a ideia de que o tempo passa sem que possamos controlá-lo. É uma pintura que merece ser vista e pensada!

Foto: reprodução da Internet


5. Deguste o poema Seiscentos e sessenta e seis, do poeta alegretense Mario Quintana, publicado originalmente no livro Esconderijos do tempo (1980), no qual o autor traz a ciência da inexorabilidade do tempo...

A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo…
Quando se vê, já é 6ª feira…
Quando se vê, passaram 60 anos!
Agora, é tarde demais para ser reprovado…
E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio
seguia sempre em frente…

E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.

6. Leia Em busca do tempo perdido (1913-1927), um clássico da literatura mundial, escrita por Marcel Proust. São sete livros nos quais o autor, a partir de um momento em que degusta uma Madeleine, mergulhada no chá, começa a lembrar da infância e vai nos trazendo uma gama imensa de personagens, que acabam se encadeando em diferentes histórias na França da Belle Époque. No último volume, O tempo redescoberto, o narrador por fim percebe que só poderá trazer o passado de volta a partir de sua escrita, entendendo então sua vocação: escrever um grande romance. Uma das traduções aqui para o Brasil foi feita por diferentes tradutores, entre eles os famosos poetas Mario Quintana (volume 1 a 4); Manuel Bandeira (volume 5), junto com Lourdes Sousa de Alencar; e Carlos Drummond de Andrade (volume 6); O volume 7 foi traduzido pela importante crítica literária Lúcia Miguel Pereira.

7. Corra a uma boa panificadora e coma uma deliciosa Madeleine, famoso biscoito em forma de concha, originário da região de Lorraine, na França.

Foto: reprodução da Internet


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Rosangela Marquezi
[foto arquivo pessoal da autora]
Rosangela Marquezi é professora de formação e atuação, mas aprendente de novos olhares por opção... Nas horas vagas, escreve poemas, crônicas e contos e já participou de coletâneas e antologias no Brasil e também em Portugal.


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