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terça-feira, 30 de janeiro de 2024

REFLEXÃO SOBRE O EXERCÍCIO DO MAGISTÉRIO, POR MARIA DO CARMO SILVA

VIVÊNCIAS POÉTICAS|04 
                                                                                                                    POR MARIA DO CARMO SILVA


Sou de uma época em que o exercício do Magistério era sinônimo de status social, de uma profissão reconhecida, valorizada, respeitada, relevante, destacando-se perante as demais, símbolo de "Poder", que era refletido na capacidade de ensinar! "Ensinar" a ler (via ABC) a escrever, a realizar cálculos (via Tabuada), e sobretudo os valores essenciais à formação humana e cidadã, com destaque para o respeito.

O Diploma do Magistério era privilégio de poucos, quase que exclusividade de jovens oriundos de famílias abastadas que possuíam condições de bancá-los e historicamente era uma profissão tradicionalmente exercida por mulheres que eram conhecidas, reconhecidas e tratadas com reverência como 'Prof.ª'... com um indescritível orgulho.

No dia da formatura, a colação de grau, era o auge! O momento-chave da comemoração, do recebimento do tradicional canudo, simbolizando o Diploma que posteriormente seria entregue, era o "Evento"! Vestidos deslumbrantes que imitavam vestidos de noiva, selavam o tão esperado momento, com direito inclusive a dançar a valsa com o pai ou o padrinho do formando que a partir daquele momento seria Professor(a), exerceria o Magistério.

O indispensável Estágio na pré-conclusão do Magistério já era o prenúncio de que a luta seria árdua e de que o exercício da profissão seria desgastante perante a uma realidade permeada por questões estruturais e sociais que perpassam pelo espaço físico e pelas as estruturas hierárquicas, estruturas estas as quais o(a) Professor(a) deve obediência e que não condizem com a realidade de cada lugar onde a escola está localizada.

A desvalorização salarial também sempre foi um grande entrave para os profissionais do Magistério. É "cultural" prover financeiramente com um salário mais digno, profissionais de outras áreas, a exemplo da medicina, da engenharia,  deixando os profissionais que possuem a responsabilidade de formar todas as demais profissões com um salário incompatível com o trabalho que exercem na classe e extra-classe, não os reconhecendo como aqueles que carregam a responsabilidade de formar todos os profissionais das demais profissões.

Há ainda, na contemporaneidade, o caos gerado pelo contexto social ocasionado pela desestrutura familiar, pelo desemprego, pela fome, pela violência, pelas doenças emocionais que refletem no comportamento dos alunas e alunas, na sala de aula e na dinâmica escolar como um todo, acrescentando a existência de disciplinas e livros didáticos que ainda não estão condizentes com a realidade (local e regional) de vivência do alunado.

Diante de todas estas questões, nós, profissionais da educação, mais conhecidos como professores, refletimos e lembramos com saudades dos bons tempos em que o exercício do Magistério era valorizado a nível pessoal, profissional e social; em que o ambiente escolar era tido como um espaço prioritário de aprendizagem e da prática do respeito e de outros valores humanos e em que a desestrutura familiar e social ocorria numa intensidade bem menor. Fica uma reflexão para os que atuam no Magistério há mais tempo ou na contemporaneidade: O tão sonhado Diploma de uma tão sonhada profissão transformou-se em pesadelo? As aulas on-line no período da pandemia foram um "estágio" para que num futuro bem próximo docentes e discentes se encontrem apenas virtualmente e a sala onde acontecia a dinâmica do ensinar e do aprender, presencialmente, feche suas portas?


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*Fonte das ilustrações do texto: Pinterest.



Maria do Carmo Silva é professora, poeta e escritora. Autora dos livros de poesias: "Retalhos de Vivências" e "Recomendações Poéticas". Tem participação em diversas Antologias Poéticas. Colunista no site de notícias Tribuna do Recôncavo. Integrante do Coletivo Mulherio das Letras.

segunda-feira, 26 de junho de 2023

MEMÓRIAS DO SÃO JOÃO DE OUTRORA, POR MARIA DO CARMO SILVA

 

Imagem Pinterest


VIVÊNCIAS POÉTICAS|03 

MEMÓRIAS DE SÃO JOÃO DE OUTRORA

POR MARIA DO CARMO SILVA

O Nordeste do Brasil é referência na celebração dos festejos juninos. Embora tenha sido trazida pelos portugueses, a tradicional festa de São João é uma das maiores expressões da cultura popular brasileira, sendo comemorada nas comunidades rurais e urbanas com grande intensidade, congregando pessoas de todas as classes sociais. Entretanto, a forma desta celebração tem sofrido significativas mudanças, adaptando-se aos padrões culturais da modernidade.

Imagem Pinterest

As minhas memórias da infância trazem à tona inesquecíveis lembranças de um período do ano marcado por cores, sabores, música, dança e alegria, o tão esperado mês de junho! O frio e a chuva típicos da época, anunciavam os festejos da tradicional e tão aguardada festa de SÃO JOÃO. E quando o mês de junho se aproximava, o povo comentava: “São João tá na porta!” Era grande a expectativa para a festa de São João! E o tão esperado 23 de junho, véspera de São João, finalmente chegava! A fogueira era o grande símbolo deste grande dia, sendo religiosamente armada em frente às casas, tendo ao seu lado um ramo erguido, um galho de árvore, ornamentado com bandeirolas, laranjas e espigas de milho. As ruas e as casas eram enfeitadas com bandeirolas de papel de seda. As meninas usavam vestidos de chita, cabelos penteados com duas tranças com laços de fita e nas maçãs do rosto pontinhos feitos com lápis preto. Os meninos usavam camisa de chita e chapéu de palha. Tudo e todos caracterizados aguardando o entardecer (boca da noite) para acender a fogueira, em suas brasas assar o milho e visitar as casas dos vizinhos onde sempre eram servidas as comidas e bebidas típicas: canjica, amendoim, milho cozido, laranja, licôr, pipoca. Após assistirem a fogueira queimar, era costume as pessoas saírem de casa em casa, visitando vizinhos, parentes e amigos, onde todos comiam, bebiam e arrastavam o pé ao som da sanfona ou da radiola que tocava o animado forró. E neste ritmo, amanheciam o dia! Reza a lenda que nesta noite não se dormia. No dia seguinte, o dia de São João, a comemoração prosseguia: juntava-se o que sobrava da fogueira e nela colocava-se fogo novamente. Ao seu redor, as famílias e vizinhos se reuniam para assar o milho e prosear. Era a festa mais linda do ano! O calor da fogueira aquecia o frio, as chamas da fogueira iluminavam as ruas, as bandeirolas tremulavam atraindo os olhares com suas cores vibrantes, as pessoas partilhavam conversas e repartiam com prazer as comidas e bebidas típicas.

Atualmente, os costumes que davam vida ao tradicional São João foram substituídos pelos hábitos da modernidade, restando apenas lembranças e saudades de uma festa genuinamente popular, comemorada com simplicidade, sem ostentação, onde o que prevalecia era a confraternização e a diversão! Na contemporaneidade, a literatura vem resgatar a vivência destes festejos para que sejam conhecidos pela posteridade.

 

FESTA BOA

 

Maio finalizava,

O povo já anunciava:

São João tá na porta!

Á meia noite do último dia de maio:

Fogos anunciavam o tão aguardado mês festivo.

Dava-se início aos preparativos:

Lenha para a fogueira armar,

Bandeirolas para casas e terreiros enfeitar,

Roupa nova para ir forrozear.

Forró pé de serra, era o estilo musical a predominar!

Tinha arrasta-pé aqui e acolá.

O destino do povão era o Arraiá!

Não faltavam o milho, a canjica, o amendoim e o licôr.

Todos forrozeavam: criança, adulto, vovó e vovô!

O braseiro da fogueira assava o milho a todo vapor.

Êta tempo bom, Sô!

Maria do Carmo Silva

Poeta, professora e escritora.

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Maria do Carmo Silva é professora, poeta e escritora. Autora dos livros de poesias: "Retalhos de Vivências" e "Recomendações Poéticas". Tem participação em diversas Antologias Poéticas. Colunista no site de notícias Tribuna do Recôncavo. Integrante do Coletivo Mulherio das Letras.

quinta-feira, 9 de março de 2023

MULHER NEGRA! DA ESCRAVIZAÇÃO À LIBERTAÇÃO


VIVÊNCIAS POÉTICAS|03 

MULHER NEGRA! DA ESCRAVIZAÇÃO A LIBERTAÇÃO

POR MARIA DO CARMO SILVA

[imagem Pinterest]

A história da mulher negra brasileira é marcada pelo resquício da escravização colonial, época em que sequer ela era reconhecida como um ser humano. Sua existência era restrita apenas a uma vivência de subalternidade, injustiça, negação de Direitos.

Na contemporaneidade, perpassando por árduas batalhas em prol da conquista do seu lugar e do combate a todo o tipo de preconceito e de inferiorização, revestida de resistência e de resiliência, a mulher negra tem demonstrado o seu poder de emancipação, conquistando o seu espaço, atuando e interagindo nas diversas esferas sociais, políticas, culturais, profissionais, com maestria, deixando para as futuras gerações um legado de igualdade, justiça e conquista de Direitos.

Partilho com vocês este poema autoral que sintetiza esta trajetória, na condição de MULHER NEGRA:


RESISTÊNCIA AFRO-BRASILEIRA


Mulher Negra!

Da África, teu berço, foste brutalmente arrancada.

No porão do navio tumbeiro, como mercadoria foste transportada.

Para um lugar longínquo (Brasil) foste levada.

Lá chegando foste desumanizada, escravizada.

Na imunda senzala fostes despejada.

Mulher negra, desterrada, maltratada, menosprezada.

Foste servil dos senhores: escrava, mucama, ama de leite.

Explorada sexualmente, para os “Senhores”, um deleite.

Foram séculos de sofrimento e angústia à espera da alforria.

No quilombo buscavas refúgio e lutavas por melhores dias.

As marcas da escravidão na tua alma se encravaram.

No Brasil contemporâneo, ainda és vitimada pelo racismo e terror.

Sofres cotidianamente com a desigualdade, com a invisibilidade.

A sociedade brasileira quer mantê-la no cativeiro social.

Quer tê-la na História como mera figurante.

Mulher negra luta e resiste contra toda afronta.

Luta contra a desigualdade, o feminicídio e o racismo estrutural.

Luta contra a escravidão camuflada, o machismo e a violência.

A trajetória da Mulher negra brasileira é marcada por labuta e luta!

Mulher Negra é humana, cidadã e portadora de Direitos.

Seus Direitos conquistados, ainda são violados.

A História oficial insiste em mantê-la no anonimato.

És Guerreira, perseverante na luta por dignidade.

És Protagonista e heroína na História desta nação.

És ativista! Lutas pelo reconhecimento do seu protagonismo.

Mulher Negra grita e clama: Não estou mais na senzala! Liberdade!

Mulher Negra grita e clama! Abomino toda forma de escravização.

Sou humana, cidadã!

A cor da minha pele não é motivo de preconceito e de discriminação!

 

Maria do Carmo Silva

Poeta, professora e escritora.

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[arquivo pessoal da autora]


Maria do Carmo Silva é professora, poeta e escritora. Autora dos livros de poesias: "Retalhos de Vivências" e "Recomendações Poéticas". Tem participação em diversas Antologias Poéticas. Colunista no site de notícias Tribuna do Recôncavo. Integrante do Coletivo Mulherio das Letras.

 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

VIVÊNCIAS POÉTICAS: ATIVISMO LITERÁRIO FEMININO, POR MARIA DO CARMO SILVA

 


VIVÊNCIAS POÉTICAS|02


REFLEXÕES SOBRE O ATIVISMO LITERÁRIO FEMININO NA CONTEMPORANEIDADE



Somos parte de uma sociedade contemporânea permeada por um grande contingente de mulheres escritoras de diferentes etnias e classes sociais, que se lançam no universo da escrita, e por meio desta, descrevem seus sonhos e anseios pessoais e sociais revestidos de prosa e/ou de poesia, com o intuito de sensibilizar o coração humano, provocar reflexões e a partir desta sensibilização e deste refletir, suscitar um despertar para um novo ciclo literário, buscando a superação de todo tipo de preconceito e censura historicamente construídos em relação às produções literárias de autoria feminina.

Neste expansivo e atual universo literário, edificado por mulheres escritoras contemporâneas, há inúmeros desafios cotidianos, entre eles alguns como: difundir e promover a própria produção literária, conquistar um expressivo público leitor, prosseguir produzindo textos dos mais variados gêneros, e ainda, apesar de todos os entraves, despertar e encorajar novas escritoras para fortalecer a caminhada coletiva. Nesta perspectiva é essencial unir forças, construir um elo literário onde nós, mulheres escritoras, possamos sentirmo-nos fortalecidas e motivadas. É com este intuito que nos reinventamos e inovamos o universo literário, construindo pontes entre autoras e leitoras através de coletivos, antologias, blogs e canais virtuais a fim de que o nosso “fazer literário feminino” encontre um lugar de destaque na cena literário-contemporânea.

Estas mulheres escritoras, verdadeiras “Ativistas Literárias”, possuem um carisma “fraterno-literário”, nos segurando pelas mãos, formando uma ciranda e nos tornando deusas do universo literário, universo que ultrapassa as fronteiras geográficas, fazendo com que nos reconheçamos como “Deusas literárias da contemporaneidade” e levando-nos a assimilar que este mérito não se deve apenas a publicação de livros, mas sobretudo ao reconhecimento e à valorização do SER ESCRITORA — que independentemente do gênero literário com o qual nos identificamos, da nossa trajetória literária e da importância das nossas produções para as gerações do presente e do futuro — ultrapassam as páginas de um livro e toca o mais profundo do ser.

A produção deste texto surgiu da observação da vivência literária de uma escritora contemporânea, MARTA CORTEZÃO[1] que com maestria encanta o universo literário, nos acolhendo, valorizando e difundindo as nossas produções que constituem o universo literário feminino.



[1] Marta Cortezão é escritora e poeta. Possui publicações em antologias nacionais e internacionais. Livros de poesia publicados: “Banzeiro manso” (Porto de Lenha Editora, 2017), “Amazonidades; gesta das águas” (Penalux, 2021), Zine “Aljavas para Cupido” (2022) e, no prelo, “meu silêncio lambe tua orelha” (Toma Aí Um Poema Editora, 2023). Colunista da Revista Literária Voo Livre. Idealizadora das Tertúlias Virtuais (Prêmio APPERJ/2021), do blog Feminário Conexões e, em parceria com Patrícia Cacau, do Projeto Enluaradas.

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Maria do Carmo Silva é professora, poeta e escritora. Autora dos livros de poesias: "Retalhos de Vivências" e "Recomendações Poéticas". Tem participação em diversas Antologias Poéticas. Colunista no site de notícias Tribuna do Recôncavo. Integrante do Coletivo Mulherio das Letras.

terça-feira, 18 de outubro de 2022

VIVÊNCIAS POÉTICAS: SOBRE GRANDES PAIXÕES, POR MARIA DO CARMO SILVA

 


VIVÊNCIAS POÉTICAS|01

SOBRE GRANDES PAIXÕES

POR MARIA DO CARMO

        

        O meu fascínio pela leitura remonta a época em que eu cursava as séries iniciais (o Curso Primário). As capas dos livros, com um designer não tão atrativo como atualmente, já aguçava o meu desejo de adentrar em suas páginas e mergulhar no universo da leitura. Posteriormente, à medida em que avançava nos estudos, galgando outras séries, o prazer pela leitura era aguçado com mais intensidade em mim e consequentemente o gosto pela escrita, também. Gostava de expressar os meus sentimentos e inquietações nas redações escolares, nas cartas endereçadas aos familiares e amigos e nos Cadernos de Recordações organizados por colegas em final de ano letivo. Este AMOR pela leitura e pela escrita, seria uma profecia de que num futuro distante eu me tornaria professora, poeta, escritora?

        Concluí o Curso do Magistério, começando a lecionar no ano seguinte nas séries iniciais, o que reforçava ainda mais o meu interesse pela leitura. Ficava encantada com as poesias e fragmentos de textos poéticos com os quais me deparava nos livros didáticos e nas colunas de revistas e jornais. Após mais de uma década de conclusão do Magistério, ingressei na Faculdade onde cursei Licenciatura em Geografia. O meu encantamento com a leitura e a escrita prosseguia.

        Continuo atuando no exercício do Magistério, utilizando um momento da aula para divulgar a literatura, escrevendo e comentando fragmentos de textos de poetas contemporâneos, pois acredito que o incentivo à leitura, à escrita e à Cultura Literária, bem como a valorização dos escritores/as, de suas produções e a descoberta de futuros escritores/as, perpassa por pequenas ações como esta que costumeiramente faço nas turmas onde leciono.

        Após décadas de muitas leituras e escritas,  adentrei no universo literário como poeta, já possuo duas obras poéticas lançadas e neste universo, deparei-me com uma infinidade de escritoras, as quais considero SUSTENTÁCULO na minha trajetória literária! Elas exercem com muito carinho e competência o papel de ATIVISTAS LITERÁRIAS, acolhendo, incentivando, lendo, divulgando e promovendo oportunidades de visibilidade às produções de autoria feminina. Em breve irei discorrer sobre estas mulheres.

        Partilho com vocês um pequeno poema autoral que considero como minha identidade literária, pelo fato de ressaltar os principais instrumentos que me conduziram ao mundo da leitura e da escrita e fazendo com que por ele me encantasse: 


O ABC, a cartilha e o dicionário


“Sou artesã da palavra! 

No ABC principiei, na cartilha soletrei. 

No dicionário me afeiçoei, na trajetória humana me inspirei! 

Teci versos, construí rimas, muitos poemas confeccionei. 

Eles são a minha Obra-prima!


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Maria do Carmo é professora, poeta e escritora. Autora dos livros de poesias: "Retalhos de Vivências" e "Recomendações Poéticas". Tem participação em diversas Antologias Poéticas. Colunista no site de notícias Tribuna do Recôncavo. Integrante do Coletivo Mulherio das Letras.

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