MOSAICO DE IDEIAS - SEMEANDO PALAVRAS E COLHENDO BORBOLETAS|03
U M T A N G O P A R A E U L Á L I A
POR SANDRA SA'NTOS
Pela música que invade nossas almas, por um sonho, pela dança, pela poesia, e principalmente pela nossa liberdade. Dancemos com Eulália.
O hotel em que estavam hospedados era antigo, chique e pretensamente “Cult”. Tão refinado quanto ultrapassado, lindo mesmo assim. Eulália estava com Jairo em Buenos Ayres para algo que ela considerava uma espécie de lua de mel.
Para
ela que crescera em uma família humilde, tudo era novo e deslumbrante. A cidade
era especial, as pessoas que passavam pelas ruas combinavam tanto com o cenário
que pareciam colocadas ali, apenas para enriquecê-lo. Figurantes escolhidos
cautelosamente em um set de filmagem. Mas, apesar da beleza do ambiente, e de toda
a preparação para essa viagem, ela tinha uma terrível sensação de estar no lugar
errado.
Apaixonara-se
loucamente por Jairo, um argentino bonito e alguns anos mais velho, responsável
pela reviravolta em sua vida. Uma paixão incontrolável os envolvera, e há pouco haviam
se assumido como casal pois, até então, eram amantes acostumados com a clandestinidade.
Talvez, por isso a incômoda sensação de não merecer estar bem a inundava. Tentava
bravamente afastar os pensamentos conflitantes que lhe povoavam a mente,
acreditando que a aura de criminalidade, ficaria para trás. Depois de tudo o
que enfrentaram para ficar juntos, seria natural sentir-se em paz na companhia
dele, porém, pelo contrário a sensação de alegria insistia em se afastar.
-
Talvez seja apenas uma questão de tempo. É tudo muito recente. – Pensava
consigo mesma.
Jairo
de todas as formas possíveis, fazia com que ela se sentisse amada. Mas, agora ali
longe de casa, a única coisa que ela sentia era medo e insegurança, além de uma
latente intuição lhe tirava a tranquilidade. O homem por quem se apaixonara, em
alguns momentos, parecia-lhe um estranho, e Eulalia via pequenos sinais que a
incomodavam em suas atitudes. Algo não estava certo.
-
Será que nos precipitamos? Será que eu me precipitei? – Inconformada com
a sensação, estava decidida a fazer o que fosse possível para sentir-se mais
calma, afastando como podia os pensamentos para longe.
Saíra
de um relacionamento regado a solidão e precisava da atenção que Jairo lhe
dava. Mas, havia um “mas” pairando como uma névoa sobre sua cabeça. Tudo se
parecia demais com uma mentira. Um lado de sua mente, já havia decretado que
tudo não passava de uma grande mentira que agora, ela teria que conviver. Assim,
forçava-se a ficar imune aos alertas de sua intuição.
-
Como posso não me sentir feliz na companhia dele? Agora que já estou aqui preciso relaxar e
aproveitar todos os momentos – Concluiu, ensaiando uma mudança de postura.
Haviam
passeado de mãos dadas pela primeira vez sem incomodarem-se com as pessoas ao
redor. Agora assumidos, poderiam fazer coisas de gente normal, livres como
nunca se permitiram antes. Almoçaram em um restaurante maravilhoso, foram as
compras e tudo parecia perfeito. Desde que chegaram ela sentira-se extremamente
bem recebida em todos os lugares que passaram, Eulália sentia-se quase uma
conterrânea, na verdade, seu biotipo realmente fazia com que ela parecesse
muito com uma filha da terra. Mesmo assim, para ela, algo estava fora do lugar.
Naquela
noite, Jairo havia prometido levá-la para conhecer a noite portenha e seus
encantos, Buenos Ayres e sua famosa boemia. Eulália tinha um lado que apreciava
a beleza das noites e sentia uma curiosidade romântica acerca dos seres que
vagam solitários de bar em bar.
Em
sua ingenuidade, acreditava que todos os boêmios eram artistas, compositores ou
músicos. Nem de longe, se permitiria imaginar criaturas tristes e solitárias
vagando sem rumo, objetivos ou sem esperança. Para ela, Jairo meio que
retratava essa fantasia, o via como um lindo boêmio, e essa noite prometia. Tango,
vinho, boas risadas e muito romance.
Olhando-se
no espelho ordenou a si mesma para que fosse feliz. Decida a mudar sua postura,
preparou a banheira e deleitou-se com um longo banho, chegando mesmo a
adormecer naquela água perfumada e cheia de espuma, enquanto Jairo participava
de mais uma reunião de negócios com os produtores de uva. Precisavam encaminhar
detalhes da próxima safra, e sua rotina fazia com que se dividisse entre a
Argentina e outros países, incluindo o Brasil.
Maquiou-se,
e vestiu sua roupa especial, um belíssimo vestido que Jairo lhe dera
especialmente para a ocasião. Um tomara que caia, em tafetá preto, que parecia
ter sido feito sob medida, lindo e tão caro quanto seu salário de um mês. Já
vestida, parou para admirar-se no espelho, tudo estava perfeito. Mesmo assim, sentiu-se
estranha. Ela nunca gastaria tanto dinheiro em uma peça de roupa.
-
Talvez deva me acostumar com esse tipo de luxo. – Concluiu terminando a
maquiagem e aprovando sua imagem. Estava pronta para a tão esperada noite de
tango, mas ali em frente ao espelho apesar de toda a produção, o que viu foi um
par de olhos tristes.
-
Acho que vou colocar mais rímel, um pouco mais de blush e talvez disfarce.
– Foi o que fez.
Eulalia ainda ouvia os insultos e sentia os
olhares de desaprovação quando a notícia de seu divórcio se fez conhecida. Fora
julgada e condenada por amigos e familiares, enfim, todos os que não se deram
ao trabalho de perguntar o porquê. Preferiram fingir não saber o que é possível
se viver ou morrer entre quatro paredes. Houve uma espécie de escolha e na caça
às bruxas, as mulheres sempre perdem.
-
Santa hipocrisia, eu me separo pra viver minha vida com mais dignidade e sou
tratada como uma puta. Elas preferem manter as aparências? Então tudo bem, não
sei se perdoo, mas com certeza eu supero. A escolha foi sua. Você buscou a
liberdade e conseguiu. Agora, bora ser feliz dona Eulália! É uma ordem!!! - Falou
em voz alta, certificando-se que a mulher de olhar triste que via refletida no
espelho entenderia o recado. Deu uma última ajeitada nos cabelos, e saiu do
banheiro.
Jairo
já a esperava sentado confortavelmente em uma bela poltrona estilo retrô. Ao
vê-la abriu seu enorme sorriso cheio de dentes, pulou em sua direção envolvendo-a
nos braços. Ela, uma mulher pequena, ficava completamente escondida no enorme corpo
de Jairo e aquele abraço, aquele carinho, aquela demonstração de conforto eram
para ela a representação de um excelente momento pro relógio quebrar, e o tempo
parar de andar. Um lapso de momento em que Eulália acalmou-se.
-
Meu Deus como está linda! Me deixa ver como ficou nesse vestido, minha nossa!
Eu sou muito sortudo, o homem mais sortudo de toda Buenos Ayres. - Exclamou
Jairo enquanto a girava imitando um passo de dança. Findo o rodopio, olhou-a
nos olhos e a beijou com a ternura e a potência que lhe eram características.
Seu amor era uma bomba de sensações controversas e irresistíveis. Era um homem
bonito com uma figura altiva, de gestos cautelosos e postura de leão. Trajava um terno caro e bem cortado, que na
verdade era a forma que usualmente se vestia.
-
Vamos bela senhora Blanco? Senhora Eulália Blanco! Fica chic não acha? - Disse-lhe
dando-lhe o braço, e empregando seu próprio sobrenome a ela.
-
Senhor Jairo Blanco! Devo pressupor que isso seja um pedido de casamento? - Completou
Eulália rindo.
-
Vamos bela senhora, a noite nos espera. – Continuou sem responder sua pergunta. Sorrindo e rodopiando sobre si mesmo, ensaiou pequemos passos de dança enquanto
atravessavam o corredor de seu quarto de hotel.
Na
verdade, casamento não havia passado na cabeça de Eulália. Durante o curto
período em que estavam juntos, apesar do envolvimento avassalador, se viam
pouco e Eulália tinha consciência quanto a diferença de idade, e de vida entre
os dois. Não haviam conversado sobre essa possibilidade, na verdade nem sequer
haviam viajado juntos antes. Ela se envolvera com um homem que trabalhava muito
e adorava seu trabalho, haviam se conhecido em uma convenção já que Eulália era
secretária em uma empresa de eventos.
No
elevador, Eulália assistiu confusa Jairo sacar o celular para checar se tudo
estava encaminhado no que se referia aos convites e reservas dos convidados
daquela noite.
-
Convidados, que convidados? Deus do céu, quantas pessoas estarão lá? -
Perguntou a si mesma indignada, pois naquele mesmo dia ele havia trabalhado. Imaginou que a noite fosse só deles. Tudo o que desejava era uma
noite de romance, como ele a havia feito acreditar que seria.
Algo
desabava a sua frente escancarando o que esse talvez viesse a ser a sua vida
com ele, escancarando talvez o motivo de suas incertezas. Talvez nunca
conseguisse ser importante o suficiente para ele, talvez não seria como agora,
sequer consultada sobre algo que também a envolveria. Talvez, os negócios estivessem
sempre entre os dois.
Uma
nuvem de medo surgiu em seus olhos e quebrou seu espírito. Eulália não gostava
de conflitos, e já apreensiva, questionava-se se deveria ou não externar sua
indignação e desconforto. Preferiu calar-se, e engolindo as palavras continuou
apenas observando enquanto Jairo falava, gesticulava e coordenava a tudo com
desenvoltura. Seus olhos encheram-se de lágrimas e ela os baixou para que ele
não percebesse. Mais uma vez, fez o que sempre fizera, calou-se como havia se calado
a vida inteira.
-
Que porra é essa? Não era um jantar romântico? Por que não conversou comigo
antes? Por que não me avisou? – Bradou internamente sem nada dizer. A
insegurança que ela ensaiara dar fim enquanto se arrumava, havia voltado e ele
sequer percebeu. Eulália ainda não sabia, mas Jairo não conseguia ver muito
além de si próprio.
O carro já havia andado alguns quilômetros
quando enfim, a ligação terminou. O motorista, funcionário de confiança de
Jairo, apenas a cumprimentou evitando olhar para ela durante todo o trajeto. Para
Eulália isso foi um alívio, pois afastou o constrangimento de sua visível
decepção. O destino era relativamente próximo do hotel, e a essa altura, seja
lá quem o havia escolhido, fizera um bom trabalho. “La Noche”, um pequeno bar,
no charmoso bairro de San Telmo.
Com
móveis de madeira escura torneada, piso de ladrilhos brancos e pretos
alternados. Lindo, tão lindo que parecia ser parte de outra época. Sentiu-se
entrando em um túnel do tempo, num cenário perfeito, da música aos garçons, das
pessoas aos cheiros que inundavam o ambiente que ostentava um refinamento único
e genuíno.
Estava
encantada e considerou deixar-se levar pelo clima da noite portenha. Talvez não
fosse assim tão difícil transformar aquela em uma noite inesquecível. Ela precisava
desesperadamente sentir-se viva e havia entrado em um mundo de sonho. Estava
deslumbrada.
Como
pôde, sorriu e foi simpática com os convidados de Jairo, mesmo que para ela fossem
apenas estranhos falando uma língua estranha, e que provavelmente só teriam assuntos
que não lhe interessariam. Após algum tempo, abstraiu-se das conversas e
desistiu mostrar-se presente na situação. Desistiu das delicadezas ensaiadas e
da ausência de Jairo que se ocupou a agradar os presentes. Eulália distinguia sua
voz ao longe, já que ele havia se sentado do outro lado da mesa para conversar.
-
Está tão animado e profícuo. Ou será prolixo? Essas conversas são
sempre mais do mesmo e eu não vim aqui para trabalhar. Como ele pode fazer isso
nessa noite? - Riu do próprio trocadilho.
Distraiu-se
analisando tanto Jairo quanto o seu interlocutor, um senhor mais velho que
prestava uma atenção sobre-humana nas palavras em suas palavras.
–
Acho que o homem não colocou direito a peruca. Sim, acho que ele usa peruca.
- Cerrou os olhos prestando atenção aos detalhes que pudessem lhe entregar a
verdade sobre o caso.
-
É, eu estou certa. Aquela quantidade de cabelo sobre sua cabeça não combina
nem com seu rosto, nem com os ralos cabelos nas laterais, e a cor é diferente.
– Concluiu que a partir de então, seria um ótimo passatempo encontrar defeitos
em todos que estavam estragando a sua noite, pelo menos assim, ficaria com uma
expressão risonha o que daria a impressão de estar satisfeita.
Foi
o que fez com o auxílio do garçom um tanto empolgado com a moça que parecia
deslocada. O rapaz, decidira manter sua taça cheia, num bom pretexto para estar por perto
numa espécie de flerte proibido. Ela por sua vez, entregou-se inteira as
delícias do líquido sagrado.
A
imagem de Jairo, aos poucos, desapareceu na fumaça dos cigarros, no som da
música, e na leseira daquele bom vinho. Ele tornou-se apenas mais um no meio de
tantas pessoas e Eulalia já não estava mais com eles. Estava sozinha como nos
longos anos de seu casamento. Estava em um lugar repleto de gente, mas sozinha.
Como
não entendia muito bem o idioma, decidiu colocar mentalmente uma legenda nas palavras
que jorravam das bocas das pessoas fazendo com que a dificuldade de comunicação,
passasse então a diverti-la. Agora a língua que eles falavam já nem era mais
tão estrangeira assim.
A
liberdade etílica, que captura facilmente aqueles não acostumados ao álcool,
fez com que ela se sentisse à vontade consigo mesma. Deixou-se levar pela
vibração do ambiente e assistiu extasiada à apresentação musical de três
senhores que tocavam acordes perfeitos em instrumentos que ela nem conhecia. Teve
a impressão de que o restante dos músicos talvez, estivesse escondido, como era
possível, apenas três senhores, só três, inundarem todo o salão com tamanha magia?
A harmonia daquelas figuras já idosas, se encaixava perfeitamente ao cenário, e
Eulália divagava alternando-se entre o real e a fantasia trazida por Baco.
-
Talvez tenham nascido aqui, têm a mesma idade do bar. Acho que bebi demais.
- Percebendo o absurdo que pensara, decidiu que era hora de comer alguma
coisa, tomar um copo de água, e andar um pouco. Precisava se recuperar antes que
alguém notasse sua embriaguez. Levantou-se com calma e dirigiu-se ao banheiro.
Nem
se deu ao trabalho de comunicar a Jairo. Cuidou em andar de forma leve e cautelosa
para que ninguém percebesse que estava “alta”. Lavou o rosto, retocou a
maquiagem, e sentindo-se melhor resolveu retornar à sua mesa. No caminho de
volta, distraiu-se com os homens e mulheres bem vestidos, e com a alegria que
pairava no ar, sem dúvida era o ambiente perfeito para casais apaixonados.
Voltou
a passos lentos, ciente de que havia demorado mais que o normal, mas agora
sentia-se bem. Constatou que Jairo que trocara de interlocutor, ainda não
voltara para a cadeira ao seu lado, talvez nem tivesse dado por sua falta. Estava
contrariada e decidida a não estragar ainda mais a sua noite quando o anúncio
da apresentação principal lhe atraiu a atenção.
-
Tango! – Exclamou batendo palmas entusiasmada. Ajustou-se rapidamente na
cadeira no mesmo momento em que o prestativo garçom, lhe oferecia mais uma taça
de vinho que ela mais que prontamente, aceitou. Assistiu à apresentação
hipnotizada, pondo-se a calcular o nível de harmonia e entrosamento que um
casal de profissionais da dança deve possuir para realizar com tamanha
desenvoltura aqueles passos intricados.
-
Se o sexo fosse uma música, definitivamente seria o tango. – Concluiu acompanhando
com atenção cada movimento. Mentalmente bailou com eles chegando a inferir se
fora do palco, também seriam um par. Invejou a dança e invejou aquela moça que
rodopiava leve nos braços de seu parceiro. Gostaria de trocar de lugar com ela.
Sem
que Eulália soubesse, era praxe ao fim da apresentação que os dançarinos
escolhessem pessoas entre o público para dançar, como se fosse uma aula. Entusiasmada
acompanhou atentamente toda a movimentação. A moça, após andar um pouco, convidou
um senhor grisalho e tímido de uma mesa no lado oposto do salão. O rapaz sem
nenhuma hesitação, assim que se separou da parceira, buscou por Eulália e a olhou
fixamente. Caminhou em sua direção com a determinação de quem sabia muito bem o
que queria. Queria Eulália. Parou em sua frente, sorriu e estendeu-lhe a mão.
Com
o coração acelerado, mais que depressa ela aceitou o convite e saíram de mãos
dadas rumo a pista de danças. Já no meio do salão lembrou-se de Jairo, dirigiu
seu olhar a ele procurando talvez, um sinal de aprovação que não recebeu. Pelo
contrário, ele a observava com um misto de surpresa e raiva. Sua reação negativa
não a demoveu. Era visível que ele estava perplexo e que se pudesse dizer algo
naquele momento, com certeza a impediria. Eulália olhou a sua volta, e recebeu
a aprovação do bar inteiro por meio de palmas e palavras de incentivo, para ela
e para o senhor tímido que agora sorria. Era isso o que todas as mulheres
naquele bar queriam, e era isso o ela queria. Esqueceu-se de Jairo, e se entregou
ao tango como antes se entregara ao vinho.
Nos
braços daquele estranho fascinante se deixou conduzir como uma amante que flui nas
mãos de seu homem. Olhavam-se fixamente e ela agiu como se dançar lhe fosse
algo costumeiro, como se eles já houvessem ensaiado aquela dança muitas e
muitas vezes.
Há
uma aura que emana de um corpo para outro em uma fluidez simbiótica que vem com
a dança. Quando corpo e alma se misturam a uma melodia tornando-se parte dela de
tal maneira, que entre dois estranhos nasce uma cumplicidade que só existe no
compasso da música. Eles haviam entrado nesse universo.
Naquele
bar antigo nascia uma Eulália atemporal, sem medo de lançar-se ao desconhecido.
Deixou que todas as sensações pulsantes do momento, invadissem sua alma. Uma
Eulália que vivia aquela fantasia sem medo de ser feliz. Ela rodopiou nos
braços daquele homem, nos braços do tango e da poesia que faltava em sua vida. Esqueceu-se
da tristeza e do medo. Ali não havia pecado, havia apenas a euforia da liberdade.
Não
havia passado. O presente era mágico. E quanto ao futuro?
Bem...
Nesse ela pensaria depois.
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