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sexta-feira, 12 de abril de 2024

EDITAL ENLUARADAS II TOMO DAS BRUXAS

 

Clique na imagem e acesse o Edital II Tomo-2024


CHAMADA PARA O EDITAL ENLUARADAS II TOMO DAS BRUXAS: CORPO & MEMÓRIA

O Coletivo Enluaradas convida todas as Bruxas Poetas que desejem participar de mais este voo ancestral abordando temáticas de relevância para a desconstrução de velhos estereótipos que limitam a liberdade e autonomia das mulheres, reforçando desigualdades de gênero e perpetuando normas sociais opressivas. Somos crias das bruxas do passado e sabedoras do quanto esses estereótipos podem levar à objetificação das mulheres, reduzindo-as a meros objetos de desejo ou subserviência. Desafiar e desconstruir esses estereótipos é crucial para alcançar a igualdade de gênero e promover uma sociedade mais justa e inclusiva. A poesia é também esse intrumento de transformaçao.

Então, venha participar do Edital II Tomo das Bruxas: Corpo & Memória, uma jornada mágica através do poder do Corpo e da Memória. Vamos explorar as conexões entre esses elementos essenciais da existência humana e mergulhar em um mundo de mistério, magia e autoconhecimento que o "fazer poético" é capaz de promover desde nossos mares de dentro nos guiando no caminho do entendimento da sincronia das ondas que rebentam na praia e que deixam apenas o seu rastro de sal, essência de toda uma existência. Junte-se a nós para celebrar a arte, a expressão e a sabedoria ancestral das crias das Bruxas. Esteja preparado para se encantar, se inspirar e se conectar em um evento único e transformador!

Todas as informações estão disponíveis no Edital Enluaradas/2024 (clique AQUI e acesse).



segunda-feira, 24 de julho de 2023

AMOR E EROTISMO: A DUPLA CHAMA NAS PÁGINAS DE "É tudo ficção", "meu silêncio lambe a sua orelha" e "Fio de Prata", Por ISA CORGOSINHO

 

AMOR E EROTISMO: A DUPLA CHAMA NAS PÁGINAS DE 

É tudo ficção, meu silêncio lambe a sua orelha e Fio de Prata

POR ISA CORGOSINHO

 

Chegaram-me às mãos três livros das amigas poetas do projeto Enluaradas. É tudo ficção e Fio de prata aportaram matutinos quando as autoras Flavia Ferrari e Margarida Montejano estiveram em Brasília, em pleno verão, já o meu silêncio lambe a sua orelha, de Marta Cortezão, chegou marcando o final do outono.

Releio algumas passagens do livro A dupla chama: amor e erotismo, de Octavio Paz, para me acompanhar nesse pequeno artigo, que escrevo para nosso encontro em Campinas, marcado para o final de julho de 2023.  

Os livros das três autoras reforçam, na realidade sensível, que a poesia é o testemunho do mundo dos sentidos. Um testemunho que projeta sua veracidade nas imagens que se oferecem ao leitor como palpáveis, visíveis e audíveis.

O que nos ensina a poesia está no real ou na ilusão? Pergunta que permeia o livro É tudo ficção, de Flávia Ferrari. A ambivalência da resposta está na sustentável fusão de ver e crer. É na conjunção do ver e crer que está o segredo e os testemunhos da poesia a serem desvelados pelo leitor, pois aquilo que vemos na poesia não pode ser visto com nossos olhos da matéria, e sim com as janelas da alma, os olhos do espírito.

FUSÃO


Percebo as vidas soltas

Que deixam de ser invisíveis

Quando contemplo os pés descalços

__ Sempre os pés __

Ponto de apoio quando caminho

Há outro destino disponível que não a espera?

Penso no tempo e em sua medida

Tão legitimada e disseminada

Tão suscetível ao espanto

Há quase tudo por fazer

E tantos lamentos que não alimentam nem o minuto

 

Octavio Paz acerta quando diz que a experiência com a poesia é a mesma que experimentamos no sonho e no encontro erótico. Na poesia de Ferrari, marcadamente no capítulo 5. Entre paredes, tanto nos sonhos como no ato sexual o eu poético abraça fantasmas, ausências, reminiscências. 

      

O TAMANHO DAS COISAS


uma memória pode ser maior que o vento

e mesmo quando surge com todo o seu domínio

é ainda menor que o meu amor presente

 

o tecido que me envolve

e que agora se desmancha na fúria da sua luz

já nos embrulhou em nossas fugas

das histórias ruins que repartimos

e acatou os segredos que soubemos oferecer

 

esses pontos que foram se soltando

e que antes entrelaçavam as banalidades e as aventuras e o pacto

foram alterando toda a estrutura

tivemos que nos arrancar de nós

 

agora que há tão pouco aqui comigo

e mesmo tirando tudo o que persiste

eu não consigo me escapar

 

nem no momento de maior aflição

desejei não ter vivido nossa verdade

mesmo que jamais consiga fazer parar

 

prometo que não escreverei mais

assim diretamente

saber-me invasiva da sua nova  vida

agora me constrange

e me encerra aqui

neste ponto exato

de onde não haverá partida        

    

Embora nosso parceiro tenha corpo, nome e face, na sua realidade, precisamente no momento mais intenso do abraço, acontece a dispersão em ondas de sensações que inexoravelmente se dissipam. A pergunta que insiste em não se calar, está sempre ecoando pelas bocas dos apaixonados, porque guarda em si o mistério erótico:  quem é você? Não é possível obter a resposta, porque os sentidos são e não são deste mundo. É a poesia, por meio deles, que ergue uma ponte entre o ver e o crer. Por essa ponte transita a imaginação, por ela ganha corpo e os corpos se convertem em imagens.

A poesia de Marta Cortezão nos convida a tocar o impalpável e a escutar as ondas do silêncio cobrindo uma terra devastada pelos insones. O testemunho poético refrata, revela um outro mundo dentro deste, o mundo outro – alteridade – que é este mundo.  Os sentidos aqui trabalham, sem descuidar de seus poderes, como servidores da imaginação e nos incitam a ouvir o inaudito e ver o imperceptível.

Quem ri quando goza / é poesia / até quando prosa 

                                                                {Alice Ruiz}

desvãos

 

meu silêncio lambe tua orelha

e se arvora feito cobra

para infiltrar-te o veneno

 

meu silêncio se espicha

pelas frestas feito lagartixa

para roubar-te a fala

 

meu silêncio aflora

e ri que goza

quando lambe

quando cobra

quando se larga e atiça

para confundir-te as horas

e de olhos nos olhos

alimentar-te a prosa

com íntima poesia

 

Octavio Paz faz uma profícua relação entre erotismo e poesia. Segundo ele, o erotismo é uma poética corporal e a poesia é uma erótica verbal. Os dois são compostos de uma oposição complementar. A linguagem – som que emite sentido, traço material que denota ideias corpóreas – e é capaz de dar nome ao mais fugaz e evanescente: a sensação; por sua vez, o erotismo não é mera sexualidade animal – é cerimônia, representação.

No livro meu silencio lambe a sua orelha, de Cortezão, encontramos as imagens recorrentes da chama vermelha do erotismo, transfigurada em linguagem.   

Eu não nasci rodeada de livros, e sim rodeada de palavras 

                                                              {Conceição Evaristo}

geossintaxe                    


com passos indecisos

percorro as sentenças

da língua que me devora

 

reviro os escaninhos

dos verbos obtusos

cuja geometria

adensa os advérbios

que florescem das pedras

 

meus sapatos sujos de pausas

deixam todas as pegadas

órfãs de sintaxe-delírio

 

onde guardei a palavra

com gosto de chuva?

 

onde minha língua

se entrelaçará na tua

para cópula ardente

de neologismos?

 

quando o sexo verbal

gozará metonímias

em teu corpo metáfora

afro afrodisíaco

Afrodite de palavras?

 

Na poesia de Cortezão ocorre a concreção daquilo que afirma Paz. O erotismo é sexualidade transfigurada: metáfora, e a imaginação é o agente que move o ato erótico e o poético. É, afirmativamente, a potência que transfigura o sexo em cerimônia e rito e a linguagem em ritmo e metáfora.  Observamos em sua poesia a imagem poética como um abraço de realidades opostas, os versos livres e a poesia concreta encenam a cópula de imagens e sons. Sua poesia erotiza a linguagem e o mundo, porque ela própria, em modus operandis, já é erotismo.

Diferente da mera sexualidade, o erotismo é uma metáfora do sexo animal, reafirmando o significado conotativo designa algo que está além da realidade que lhe dá origem, uma invenção distinta dos termos que a compõe. Igualmente, a poesia já não aspira a dizer, e sim a ser. A poesia interrompe a comunicação prosaica do cotidiano como o erotismo, a reprodução. 

Os sentidos do amor e do erotismo também estão presentes no conto A metáfora do Buraco e a Água no Rosto, do livro Fio de prata, da escritora e poeta Margarida Montejano, do qual destacamos alguns fragmentos.

__ Caro amigo,

Você já teve a sensação de que está andando, ou parado e que, de repente, um buraco se abre e sua frente e você é simplesmente engolido por ele?

[...]

Água! Me dei conta que... minha boca, nariz e olhos estavam cheios de areia. Meu corpo sendo sacolejado por mãos delicadas. Mãos de mulher. Água sobre o meu rosto ela jogou.

__ Acorda! Acorda!

Disse a voz rouca e suave!

[...]

O perfume da mulher me inebriou a mente, a alma e, como a um sonho, as imagens se desvaneceram. Sensação agradável tomou-me.

Respiro. Olho meu ouvinte de olhos arregalados e pergunto:

Quem é esse ser de meia idade abobado que acorda? Sem nome e sem história? Sem memória e feliz com o que vê? Com o que sente?

Bem! A misteriosa mulher ajudou-me a levantar. Olhou-me nos olhos e como a um encantamento, me disse:

__ Eu sabia que um dia a gente iria se encontrar de novo! Que bom que você veio!

[...]

Tenho a sensação de que uma curva do tempo me engoliu e me devolveu para esta era. Me trouxe de volta.

__ E Ela? A mulher do perfume?

Perguntou-me ele:

Respondo de pronto:

Ela é a melhor parte de mim. A minha companheira! Minha alma gêmea. A mulher que acorda ao meu lado, dia após dia! Que me acalma e me toca com a serenidade que somente no céu eu poderia encontrar, eu poderia sentir! Ela me completa, mas... mas tem algo nesta história que eu ainda preciso entender.                   

 

O personagem vivencia uma experiência na qual o tempo se entreabre e nos deixa ver o outro lado. São instantes de conjunção entre o sujeito e o objeto, do eu sou e você é, do agora e do sempre, do mais além e do aqui. A imperiosa imagem que está presente no conto de Montejano é a do amor, na qual a sensação se une ao sentimento e ambas ao espírito. O personagem experimenta um alto nível de estranhamento, uma epifania: está fora de si, lançado diante da pessoa amada -- experiência da volta à origem, a esse lugar que não está no espaço e que é a nossa pátria original. A pessoa amada é a um só tempo a terra incógnita e a casa natal; a desconhecida e a reconhecida.

Ao citar um fragmento de Hegel sobre o amor, Octavio Paz ressalta que o grande e trágico paradoxo do sentimento amoroso consiste em que os amantes não podem se separar a não ser na medida que são mortais ou quando refletem sobre a possibilidade de morrer.

No conto, a morte é a força da gravidade do amor. Ao cair no buraco, o personagem encena o impulso amoroso que nos arranca da terra e do aqui; a consciência da morte nos faz compreender que somos mortais, feitos de terra e a ela temos de voltar. A unidade compacta se rompe em dois e o tempo reaparece – é um grande buraco que nos engole. A dupla face da sexualidade reaparece no amor: o sentimento intenso da vida é indistinguível do sentimento não menos poderoso da extinção do apetite vital; a subida é queda, e a extrema tensão, distensão. Dessa forma, a fusão total implica a aceitação da morte.

Ao seu atento interlocutor, o narrador solitário ensina que amor é vida plena, unida a si própria, o contrário da separação. Ao sentir o perfume e as mãos da amada em estado epifânico, ele reencontra o abraço carnal. A união do casal se faz sentimento e este, por sua vez, se transforma em consciência: o amor é o descobrimento da unidade da vida. 

O narrador, o mar e a areia nos permitem a reflexão poética de que somos tempo, nada é durável.  O amor não vence a morte, mas a integra na vida. A morte da pessoa amada confirma nossa condenação: viver é um contínuo separar-se, mas, paradoxalmente, na morte cessam o tempo e a separação: regressamos à indistinção do princípio, a esse estado da cópula carnal.  O amor é o regresso à morte, ao lugar de reunião. 

Os poemas e conto aqui trabalhados, neste breve texto, estão em fina sintonia com importantes passagens do livro de Octavio Paz, principalmente em consonância com a magnífica imagem do fogo, elaborada por ele: a chama é a parte mais sutil do fogo, e se eleva em figura piramidal. O fogo original e primordial, a sexualidade, levanta a chama vermelha do erotismo e esta, por sua vez, sustenta outra chama, azul e trêmula: a do amor. Erotismo e amor: a dupla chama da vida.         

       

Referências bibliográficas:

CORTEZÃO, Marta. Meu silêncio lambe a tua orelha. Curitiba: Eu –i, 2023.

FERRARI, Flavia. É tudo ficção. Curitiba: Eu-i, 2023.

MONTEJANO. Margarida. Fio de Prata. São Paulo: Scenarium, 2022.

PAZ, Octavio. A dupla chama – amor e erotismo. Trad. Wladir Dupont. São Paulo: Siciliano, 1994.   

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Para adquirir os livros, entre em contanto diretamente com as autoras Flavia Ferrari, Marta Cortezão e Margarida Mntejano.

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Isa Corgosinho é de Brasília/DF, professora universitária aposentada, poeta. Participou de várias Coletâneas, entre elas: Coletânea enluaradas (2021); 1ª Coletânea Mulherio das Letras na Lua (2021); Coletânea Ciranda de Deusas I e II (Enluaradas Selo Editorial, 2021); Poesia & Prosa (In-finita, Portugal 2021); Livro Memórias da pele, Venas Abiertas – III – Mulherio das Letras, 2021.

terça-feira, 7 de março de 2023

#8M# MARIAS - DEUSAS SIDERAIS, POR ISA CORGOSINHO


MARIAS - DEUSAS SIDERAIS[1]

Para as Enluaradas que recriam o mundo com a poesia

POR ISA CORGOSINHO

[Imagem Pinterest]

Nenhum deus precede à noite profunda da deusa Nix. Exausta das solidões do universo, mergulhou ad infinitum numa espiral de si mesma, centrifugando, para seu incomensurável ventre, constelações e outros astros desavisados e curiosos que a rondavam, seduzidos pela voracidade de suas bordas sugadoras de luz. 

Da gestação milenar de Nix, regente da noite, nasceram as três Moiras: Cloto, a primogênita, responsável por fiar partos e nascimentos, com suas mãos trajadas de aurora injetou a luz primordial nos olhos recém nascidos da vida.  

A segunda filha da deusa era Láquesis responsável por puxar e enrolar, com zelo de artesã cósmica, o fio tecido por Cloto, sorteando o quinhão de atribuições que se ganhava em vida. A terceira filha de Nix, Átropos atuava com suas longas e delgadas unhas de foices reluzentes e afiadas, cortando destemida o fio da vida, juntamente com Tânatos e outros comparsas amigos da morte. 

[Imagem Pinterest]

Lá estavam as três Moiras, também conhecidas como Parcas, girando a cíclica harmonia da máquina cósmica, nas irrevogáveis funções de presidir gestação e nascimento, crescimento e desenvolvimento, e o final da vida, quando avistaram as Três Marias e o cenário que se formava na criação de Gaia. 

As Marias, viajantes do deserto sideral, levitando para além desses céus de nossos céus, avistaram Deus – viajante das planícies incomensuráveis do vazio. Apiedaram–se de um Deus assim tão triste, petrificado em eras de solidão. Comoveram-se com um Deus assim tão só, sem destino nas solidões mudas, privado de toda experiência de vida, preso à trama de sua criação infinita.    

[Imagem Pinterest]

Por amor ao Deus tão triste, criaram Gaia:  convocaram os mais de 30 milhões de sóis na Via Láctea, e escolheram apenas um. Desceram numa poeira de pérolas de ouro, levantada pelo sopro da gratidão das Moiras. Criaram as mais exuberantes formas da flora e fauna, mas o coração de Deus permanecia mudo, destoando de toda criação.

Vaticinaram as Deusas siderais: _ Deus, terás pela frente o seu mais longo e árduo trabalho. Seus filhos e filhas terão as mais conscientes e belas formas da matéria animal, mas serão infinitamente mais tristes que o pai; serão irascíveis e amáveis; do pai herdarão a capacidade infinita da criação; serão capazes de habitar outros sóis, outras dimensões: o pensamento, a linguagem, a música, a dança, a pintura, a escultura e a poesia serão suas crias e os ensinarão a conviver com a luz e a sombra que habitam seus corações.

[Imagem Pinterest]

Do berço das Deusas ancestrais, aos terráqueos foi ofertado o Jesus menino. O irmão incansável e solidário dos homens e mulheres, o filho dileto das Deusas e Deus. Com esse homem menino, os seres devem aprender a não declinar da justiça, da paz e dos sonhos.

São elas as mães do planeta, Marias povoam o mundo desde a tenra idade dos pés de Gaia. Lá se vão bilhões de anos que a Terra vem girando: na rotação do amor e na translação de suas saias.

Isa Corgosinho

08/03/2023



[1] A primeira versão desse conto foi publicada na Coletânea Salvante V: Reminiscência do tempo. Organizadora: Vânia Clares; Diversos autores. 1. ed. São Paulo: Sarasvati Editora, 2022.     

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[arquivo pessoal a autora]

Isa Corgosinho é de Brasília/DF, professora universitária aposentada, poeta. Participou de várias Coletâneas, entre elas: Coletânea enluaradas (2021); 1ª Coletânea Mulherio das Letras na Lua (2021); Coletânea Ciranda de Deusas I e II (Enluaradas Selo Editorial, 2021); Poesia & Prosa (In-finita, Portugal 2021); Livro Memórias da pele, Venas Abiertas – III – Mulherio das Letras, 2021.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

EDITAL I TOMO DAS BRUXAS: DO VENTRE À VIDA/2022


* Baixe o Edital Enluaradas, clicando na imagem da aba direita do blog.

EDITAL I TOMO DAS BRUXAS: DO VENTRE À VIDA/2022


REALIZAÇAO: ENLUARADAS SELO EDITORIAL

 

ORGANIZADORAS: Marta Cortezão & Patrícia Cacau

 

Caldeirão:

 

"a caça às bruxas precisa ser conhecida como fenômeno histórico – do passado e do presente; mulheres são perseguidas, torturadas, aprisionadas e assassinadas hoje como resultado direto ou indireto de práticas que ditam sua função e aquele que seria seu papel apropriado no sistema capitalista e patriarcal. Assim, é preciso compreender as condições que permitem, favorecem e implicam a sujeição das mulheres em diversas sociedades. Se o campo moral, dominado ideologicamente pelo machismo, influencia o imaginário daqueles que condenam as mulheres, deve-se ter em mente que ele também possibilita que a perseguição extrapole atos simbólicos e individuais e se revele enquanto violência sistêmica.

[...]

Mesmo que mulheres tenham mais voz hoje, nem sempre suas vozes ecoam. Barreiras são impostas pelo machismo nos espaços de luta, ao mesmo tempo que o conservadorismo político se levanta contra o feminismo. Parte do esforço da mulher está em ser ouvida, em não ser silenciada. A resistência é coletiva e atual. Não somos apenas “as netas das bruxas que vocês não conseguiram queimar”. As perseguições ainda existem.

(Sabrina Fernandes, Sobre Mulheres e caça às bruxas, in Mulheres e caça às bruxas, de Silvia Federici, p. 18-19)

 

Com a finalidade de divulgar a escrita poética da Literatura Contemporânea do Feminino, DE LÍNGUA PORTUGUESA, o Enluaradas Selo Editorial, convida, via edital, às autoras a participarem da nova aventura poética intitulada: I TOMO DAS BRUXAS: DO VENTRE À VIDA/2022.

 

1. Coletânea de textos poéticos de TEMÁTICA LIVRE: serão aceitos poemas de versos livres e/ou de forma fixa, como aldravia, haicai, poetrix, trovas, soneto, balada, rondó, sextina, entre outros.

 

1.1. Os poemas devem ser INÉDITOS (não publicados em livro) e escritos em língua portuguesa.

 

2. A AUTENTICIDADE DOS TEXTOS enviados é de inteira responsabilidade de cada autora, podendo responder perante a lei do plágio, cópia indevida ou
qualquer outro crime relacionado com o Código dos Direitos de Autor
.

2.1. O Enluaradas Selo Editorial fica isento de qualquer demanda, inclusive da reivindicação dos direitos autorais de terceiros.

 

3. A PARTICIPAÇÃO é ABERTA a todas as autoras que escrevam em língua portuguesa, residentes no Brasil e/ou exterior (Europa).


4. IDADE MÍNIMA da autora para participação na coletânea: 18 anos completos.

 

5. Os poemas devem ser enviados ao e-mail coletaneaenluaradas@gmail.com, em fonte Times New Roman, tamanho da fonte 12, espaçamento 1,5.

5.1. A autora pode fazer sua participação de duas formas: com dois (02) poemas (recebimento de 02 exemplares) ou com um (01) poema (recenimento de 01 exemplar). Poemas de até 25 versos, incluindo título e espaçamento entre as estrofes.

5.2. A formatação da coletânea, formato livro físico, será de 14x21cm e a do e-book seguirá padrão similar ao do livro impresso.

5.3. É importante ter em conta que os versos longos podem ocupar mais de uma linha nesta formatação.

5.4. Poemas pequenos, como aldravia, haicai, poetrix, trovas, equivalem a um (01) poema de 25 versos, portanto ocuparão uma página do livro.

5.5. Poemas que ultrapassem os 25 versos, NÃO SERÃO SELECIONADOS.

5.6. Tipo de arquivo aceito: apenas documento em formato Word (não enviar os textos no corpo do e-mail), arquivos em PDF e/ou imagens serão desconsiderados.


6. Todos os poemas devem apresentar TÍTULO DIFERENTE ao proposto para este edital: I TOMO DAS BRUXAS: DO VENTRE À VIDA/2022.

 

7. DATA PARA ENVIO dos textos: de 10/02/22 a 10/03/22 até as 23h59m (horário oficial Brasília). Havendo necessidade, a data poderá ser prorrogada.

 

8. A INSCRIÇÃO deve ser realizada através do e-mail coletaneaenluaradas@gmail.com. Veja FICHA DE INSCRIÇÃO ao final deste edital, página 7.

8.1. A autora enviará um e-mail com título/assunto I TOMO DAS BRUXAS: DO VENTRE À VIDA/2022 com TRÊS (03) arquivos anexos:

I. A ficha de inscrição, em formato Word, devidamente preenchida, que inclui uma sucinta biografia literária, em terceira pessoa, de até 4 linhas (BIOGRAFIAS MAIS EXTENSAS NÃO SERÃO ACEITAS);

II. O(s) poema(s) da autora, em arquivo Word. É OBRIGATÓRIO que os poemas tenham títulos;

III. Uma foto de rosto, identificada conforme nome na ficha de inscrição, em formato JPG, de alta resolução (FORA do arquivo Word), para a confecção dos CARDS de divulgação.

8.2. A INSCRIÇÃO enviada com os dados incompletos ou fora do regulamento, SERÁ DESCONSIDERADA.

8.3. É de inteira responsabilidade de cada uma das participantes a veracidade e correção dos dados fornecidos às organizadoras da referida coletânea.

8.4. A AUTORA que NÃO FOR SELECIONADA não receberá informação por e-mail por parte das organizadoras.

 

9. Todos os textos enviados serão sujeitos a uma PRÉ-AVALIAÇÃO,
sobre criatividade e qualidade, regida pelos critérios especificados neste edital e todas as autoras selecionadas serão comunicadas via e-mail.

9.1. NOSSOS CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO:

I) – Criatividade na construção do texto poético, do ponto de vista linguístico e literário;

II) – Textos preconceituosos, homofóbicos, racistas ou que usem palavras de baixo calão, serão desconsiderados; já os de temática erótica serão muito bem-vindos;

III) – Estar de acordo com todas as regras de participação deste edital.

9.2. APÓS SELEÇÃO dos poemas para participação na coletânea, não realizaremos substituições de textos, apenas em casos excepcionais.

10. Para esta coletânea, A PRIMEIRA REVISÃO DOS POEMAS fica sob a
responsabilidade de cada autora, portanto l
eia e releia os poemas antes de enviá-los, vamos primar pelo cuidado e perfeição.


11. SOBRE OS CUSTOS

 11.1 AUTORA RESIDENTE NO BRASIL: a participação com dois (02) poemas, fica estipulada em R$ 180,00 (cento e oitenta reais), com apenas um poema, R$ 100,00 (cem reais). RESIDENTE NA EUROPA: com dois (02) poemas, fica estipulada em 50,00 (cinquenta euros), com apenas um (01) poema, 30,00 (trinta euros).

11. 2. CADA AUTORA RECEBERÁ VIA CORREIOS (BRASIL / EUROPA): 01 (um) exemplar (participação com 01 poema) ou 02 (dois) exemplares (participação com 02 poemas) com taxa dos correios já incluída + 01 (um) Enluaradas’ bag, mais o(s) exemplar(es), caso seja(m) solicitado(s).

 



11.3. O VALOR ABONADO POR CADA AUTORA inclui os custos de leitura crítica de seleção, de ISBN, de diagramação, de catalogação, de designers gráficos, de impressão, de taxa de correios, de embalagem de envio e de eventos promovidos pelo Projeto Enluaradas para divulgação da obra.

11.4. É de inteira responsabilidade de cada autora a INFORMAÇÃO CORRETA do endereço para envio do(s) exemplar(es) discriminado(s) no item 11.2., pois NÃO nos responsabilizamos por informações equivocadas.

11. 5. CUSTO DO EXEMPLAR EXTRA, entrega no Brasil: R$ 80,00 (oitenta reais). CUSTO DO EXEMPLAR EXTRA, entrega na Europa: € 20,00 (vinte euros)

OBS.: A autora que desejar adquirir exemplares extras, favor informar a quantidade na ficha de inscrição.

 

12. As informações para DEPÓSITO BANCÁRIO E/OU PIX serão enviadas à autora por e-mail, quando da seleção dos poemas. Após realização do pagamento, a autora deverá enviar o COMPROVANTE DE PAGAMENTO via e-mail (coletaneaenluaradas@gmail.com), com o assunto COMPROVANTE DE PAGAMENTO, oficializando, assim, sua participação na coletânea.

12.1. A NÃO CONFIRMAÇÃO do depósito estabelece a exclusão da participação.

 

13. A coletânea (com registro de ISBN incluído) terá versão impressa e digital (e-book), esta será de DISTRIBUIÇÃO GRATUITA.

13.1. A coletânea terá LANÇAMENTO VIRTUAL (II FLENLUA – Festival Literário de Lançamento Enluaradas) e será amplamente divulgada através das redes sociais.

13.2. Postaremos nas redes sociais o card individual de divulgação de todas as autoras participante do I TOMO DAS BRUXAS: DO VENTRE À VIDA/2022.

 


14.  A inscrição/participação, de cada autora, implica na aceitação de todos os itens descritos neste regulamento. Automaticamente, cada autora selecionada autoriza, sem ônus para o Enluaradas Selo Editorial, a veiculação de texto e uso de imagem em todos os veículos das mídias de comunicação com o fim de divulgação do I TOMO DAS BRUXAS: DO VENTRE À VIDA/2022.

OBS.: Qualquer dúvida deve ser encaminhada para coletaneaenluaradas@gmail.com, com o assunto DÚVIDAS.

 

15. LANÇAMENTO: Até 60 dias após o encerramento do edital.

 

16. Qualquer situação não mencionada neste edital será decidida pelas organizadoras da Coletânea.

 

Agradecemos a sua participação e seja muito bem-vinda ao I TOMO DAS BRUXAS: DO VENTRE À VIDA/2022.

 

SOU DEUSA, BRUXA E MULHER!

 

Siga o perfil @projetoenluaradas no Instagram e faça convite para participar do grupo Enluaradas no Facebook e acompanhe o andamento do I TOMO DAS BRUXAS: DO VENTRE À VIDA/2022.

 

O Enluaradas é um projeto idealizado por Patrícia Cacau (@patricia.cacau) e Marta Cortezão (@mcortezao). Conheça nossos e-books publicados e divulgados em 2021:  http://bit.ly/39CJC37ColetaneaEnluaradas

      https://bit.ly/3bKQ1tBCOLETANEAENLUARADASII

 FICHA DE INSCRIÇAO NO EDITAL DA ABA DIREITA DO BLOG.



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