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terça-feira, 17 de agosto de 2021

EMPOEME-SE EM POESIA: Afronta



 EMPOEMESE/15


Afronta, de Ale Heidenreich

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AFRONTA

 

Faz um “X“ na tua mão!

Não apanhes em silêncio.

Faz um “X“ na tua mão!

Ninguém vê o teu sofrer.

Faz um “X“ na tua mão!

São covardes os que batem.

Faz um “X“ na tua mão!

Mostra “isso“ a todo mundo.

Faz um “X“ na tua mão!

Não somos surdos, cegos, mudos.

Faz um “X“ na tua mão!

 

E se isso não bastar, faz um “X“ no teu grito.

Silencia esse teu medo!

Faz um “X“! Eu repito!

Teu sofrer tem que ter fim.

Acredita em mim.

 

Não dê a carne à faca!

Não dê o corpo ao tiro!

Tem valor a tua vida.

Tem valor a tua fala.

Para tudo há uma saída.

Por amor, mana, não cala.

Por favor, mulher, reflita!




quarta-feira, 11 de agosto de 2021

EMPOEME-SE EM POESIA: Entre a Palavra e o Gesto/ Eu Nua/ O Copo




EMPOEMESE/14


Vários, de Heliana Barriga

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Entre a Palavra e o Gesto

 

Entre a palavra e o gesto, o tempo.

Entre o gesto e o gesto, a palavra de honra

Desonra a palavra.

Entre a palavra e a palavra

O gesto indigesto.

Entre o gesto e a palavra

Calças curtas!

***

 

Eu Nua

 

Eu nua

Com uma bandeira

Plantada às costas, minhas asas

Vespa sobrevoadora de vômitos urbanos

Trago joias e silêncios

Vícios e ventres

Vísceras e almas.

Acordo flor com hálito de estrela

Almoço fada faxineira

E durmo bruxa com bafo de lança.

***


O Copo

 

O homem se refina e faz o copo.

O homem se orgulha do copo.

O homem presenteia a mulher com o copo.

A mulher se orgulha do copo e do homem.

A mulher sem querer, quebra o copo.

O homem se enfurece, cata o caco, fere o rosto da mulher que vira um caco

E caco fere.




quinta-feira, 29 de julho de 2021

Empoeme-se em Poesia: Resistência!

 



EMPOEMESE/13


Resistência!, de Rosangela Marquezi

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Resistência!

 

Em homenagem à Marielle Franco,

assassinada em 18/03/2018...

 

Era simplesmente Marielle:

lutava por sonhos

lutava por ideais

lutava por amor.

 

Sua luta inquietava...

 

Era necessário calar Marielle:

seus sonhos causavam sustos

seus ideais arrebatavam

seu amor incomodava.

 

Mataram seu corpo...

 

Mas não calaram Marielle:

seus sonhos se tornaram coletividade

seus ideais floresceram nas ruas

seu amor se espalhou nos corações...

 

Sua luta, nossa se tornou!

 

In: HEINE, Palmira; MOTA, Dinha; REIS, Célia. (Orgs).

Espantologia Poética: Marielle em nossas vozes.

São Paulo: Edições Me Parió Revolução/Mulherio das Letras. p. 25.




terça-feira, 27 de julho de 2021

Empoeme-se em Poesia: Possibilidades

 



EMPOEMESE/12

Autoria, de Ana Carolina Coelho

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POSSIBILIDADES

 

Se houvesse espaço minhas experiências seriam tatuagens,

E elas contariam minha história enquanto meu corpo dança...

Se houvesse tempo meus desejos seriam brinquedos,

E eu atrapalhada que sou,

Espalharia pelo mundo minhas diversões...

 

Se houvesse mais um pouco de vida...

 

Se houvesse um pouco mais de nós...

 

O mundo seria um sonho vivido,

A realidade do prazer a cada instante...

 

A vida é um presente mágico,

A maior das brincadeiras,

Fragmento do universo...

 

Se houvesse tempo e espaço e um pouco mais...

 

Não haveria nunca a distância...

 

E somente vida entre nós.


(Do livro “Delírios e Desejos de uma Menina-Mulher”)


Visite a coluna CRÔNICAS DE MÃE - NA REVISTA CLÁUDIA ON-LINE




quinta-feira, 22 de julho de 2021

Empoeme-se em Poesia: Abraço





EMPOEMESE/11

Autoria, de Elisa Lago

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ABRAÇO
 
Queria um abraço apertado
Colado, sem embaraço
Coração com coração
Sentir na troca de energia
A amizade, o laço.
 
Queria olhos nos olhos
Em silêncio ficar
Sentir no abraço apertado
Querença do bem
Sem medo de machucar.
 
Queria um afago nas mãos
Encontro num canto qualquer
Sentir plena segurança
De uma amizade de fé.
 
Queria falar de amor
Palavras com exatidão
Caminhar pela calçada
Sentar num banco de praça
Livre de julgamento e de hipocrisia
Na alma só gratidão.
 
Queria ganhar uma bela flor
Pra enfeitar meus cabelos
Abrir um largo sorriso
Aquebrantar o pesadelo.


(No livro "Versejando")




domingo, 11 de julho de 2021

Empoeme-se em Poesia: Navio Fantasma



 
EMPOEMESE/10

Autoria, de Juliana Moroni

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Navio Fantasma

 

O Passado é um navio fantasma vagando em alto-mar.

 

A Tripulação:

sentimentos desgastados pelo tempo,

caveiras deterioradas pela ação do mar.

 

O Mar:

espiral do tempo

que corrói a carcaça do navio

e sorve as almas dos tripulantes,

arremessando-as ao infinito.

 

Navio inoperante em alto-mar,

encoberto pela neblina,

sorrateiro,

seus corredores são túneis do tempo

por onde circulam os sentimentos desdenhados,

traiçoeiros e imortalizados,

esperando uma chance

de voltar ao tempo presente.

 

Navio fantasma vagando em alto-mar,

bandeira à meia-haste,

trêmula,

sacolejada pelo vento incessante,

frio e esfoliante

que desloca a neblina para o oeste,

na longa noite erma

a fluir pelas entranhas dos seus sonhos mais profundos.

 

A Neblina:

exílio de pensamentos torturantes

que evocam cenas angustiantes,

cortina que encobre o passado

e dissimula os sentimentos que,

lentos,

esbarram nos corredores do navio,

procurando qualquer fenda

por onde possam trespassar,

açoitar os sonhos

e asfixiar a esperança

de quem remou para longe do passado.

 

Pancadaria!

Os tripulantes se digladiando

pelos corredores lúgubres do navio.

Esbórnia de desavenças,

memórias que se deslocam

através da orgia sangrenta de sentimentos.

 

medroseD!

Golpes desferidos contra o destino

que, surrado e atordoado,

esgueira-se através da neblina,

cansado e desfigurado,

espreita os pesadelos tormentosos

de quem espera ansiosa

o raiar do dia.



terça-feira, 25 de maio de 2021

Empoeme-se em Poesia: "Somos todos África" e "Afro-Memórias"

 



 EMPOEMESE/09


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Somos todos África

 

A História da humanidade neste Continente se originou!

Filhos somos da Mãe-África! Tu és, eu Sou!

Reconhecer e valorizar os nossos irmãos africanos é exercer a fraternidade.

Importa valorizar a história deste Continente, berço da humanidade!

Conhecer a cultura e a tradição dos nossos antepassados é exercitar a solidariedade.

ÁFRICA! Berço da Vida! Sua História é motivo de orgulho para a posteridade!

***


Afro-Memórias

 

Emergi das profundezas do Lago Vitória.

As raízes do Baobá sustentaram a minha história.

Os meus ancestrais resgataram a minha memória.

A tribo, meu território, ressalta a minha trajetória.

Sou afro-descendente!

Dos quilombos remanescentes!

Não renego a minha gente!

Dói em minha alma a escravidão que a vida de tantos irmãos fez deplorar!

Os senhores contemporâneos ainda querem me acorrentar!

LIBERDADE é o meu lema! Tenho que gritar!

Sou humana, sou negra! Sou filha da Mãe África!

E em seus braços eternamente deixo-me por ela embalar!

***




quinta-feira, 15 de abril de 2021

Empoeme-se em Poesia: "Autoria"

 



 EMPOEMESE/08


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Autoria

 

De frente ao espelho,

outras caminham em mim.

Desajeitada,

tento me recompor.

Alucinação?

Delírio?

Fantasia?

Miragem?

Sonho?

Volto a mirar-me...

Cada uma em um caminho,

feito Hera

com sua ferradura de sonhos.

Fecho os olhos,

miragem de uma figura entrecortada,

baixa definição.

No espelho, agora, só o vácuo,

recorte de um corpo inerte,

vazio, sem essência.

Alucinação?

Volto a mirar-me...

E me vejo pelo espelho.

Há outras presas em mim,

multidão de mulheres invisíveis,

perdidas em labirintos,

ilusória a nitidez,

projetada no espelho.

Almas presas em mim agonizam.

Volto a mirar-me...

Cacos de espelhos,

imagens múltiplas,

eu com fardos de outras humanidades.

O espelho é um retrato descrente

de um eu sintetizado.

Em mim pulsam vidas alheias,

imagem recortada de um pré-moldado.

Fantasia?

Volto a mirar-me...

O espelho não me cabe,

é um falso moralista.

Há outras faces ocultas

vivendo dentro de mim.

Nesta imagem postiça projetada no espelho

nunca vou me encontrar.

Miragem?

Volto a mirar-me...

Este espelho social

não detém a liquidez.

Carrego outras mulheres

feridas de mortes com simples beliscaduras.

Meu espelho é marginal.

Acordo com os acordes do sol

(inexpugnavelmente).

Miro os meus caminhos de pedras,

cacos de nós no espelho.

Sonho?

Não!

Uma imagem autoral.


(Livro: Asas do inaudível em luzes de vaga-lume/2019)






sábado, 10 de abril de 2021

MOMENTO COM GAIA: Poesia em tempos de pandemia|30




Momento com Gaia/30


Por Janete Manacá


Esse projeto, de autoria da poeta Janete Manacá, nasceu em 16 de março de 2020, com a chegada da Pandemia causada pelo novo Covid-19. Por se tratar de algo até então desconhecido, muitas pessoas passaram a desenvolver ansiedade, depressão e síndrome de pânico. Com o desejo de propiciar a essas um “momento poético” no conforto dos seus lares, toda a noite é enviado, via WhatsApp, um áudio com poesias de sua autoria para centenas de pessoas do Brasil e de outros países. E estas são replicadas pelos receptores. Acompanhe o poema abaixo:



Para ouvir o PODCAST clique AQUI. 


Meu pequeno guardião


está sempre junto comigo

brinca com meus pensamentos

acorda-me no meio da noite


faz-me rir de pequenas coisas

dança comigo quando tem vontade

ao som do próprio silêncio


reverencia o sol do meio dia

corre na calmaria da chuva

traz-me alento e confiança


ri das minhas piadas sem graça

beija as plantas do quintal

dialoga com libélulas e cigarras


envia recados pela ventania

toma água do sereno da noite

conversa com as rosas todo dia


caminha sobre o arco-íris

quando quer brincar no céu

depois descansa sobre as asas


sua companhia é imprescindível

sem ele eu não sobrevivo

meu anjo, guardião do meu sorriso




Feminário Conexões, o blog que conecta você!

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