LINGUAGEM DO BATOM VERMELHO|10
ANCESTRALIDADE É POESIA
Por Carollina Costa
Já faz um tempo que a temática de ancestralidade tem sondado meus rascunhos. Aquela ancestralidade familiar, de pai e de mãe, olhando para os antepassados e tentando conectar essa passagem de tempo com o tempo presente que sigo vivendo. Lembrando das mulheres da minha família, fui resgatando os desafios, as forças, as fraquezas, as transcendências — para mim, amar sem barganhar já é um ato transcendente — e fui tecendo falas, cenas, memórias que tenho ou me foram passadas por essas mulheres. Desses pensamentos nasceu um poema que dei o nome de Raízes, e porque ele trata da minha ancestralidade materna achei que essa coluna seria um bom espaço para compartilhá-lo.
Quantas histórias a gente escuta, quantas mais a gente assiste e só vem entender depois. Seja na felicidade ou na dor, ter a companhia dessas mulheres em mim através de ventres e memórias é a certeza de que jamais estarei só.
E vamos ao poema.
Raízes
Avó
Mulher mais forte
que já conheci
Madrinha
A canção de ninar
que nunca esqueci
Mãe
O coração infinito
que no ventre me fez ter sentido
sentindo amor
até no chute que podia trazer dor
Bisavós
Trisavós
E outras mais
Tantas mulheres que
de ventre em ventre
viraram minhas ancestrais
Do saber passado
Cada qual com seu próprio fado
Fardo
Transforma tristeza em alegria
para a chegada da nova cria
que, talvez, quem sabe
saiba reciclar memórias
Amei o poema, Carollina. Parabéns!👏👏👏
ResponderExcluirObrigada, Marta!!
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