Por Janete Manacá
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"À Ana de Paula Silva, minha primeira
Deusa Alada, sonho, inspiração, mãe amada,
rainha de todos os tronos desta efêmera existência.
Meu amor em demasia, minha eterna poesia"
O sol distraído ainda dorme
O cheiro de café invade o quarto
É tempo de colheita
A vida não pode esperar
Ela segue na frente
Com a bravura de uma rainha
E leva consigo uma sacola de poesia
Escrita na solidão dos seus dias
A rotina das frias manhãs é entediante
Estradas lamacentas ou empoeiradas
Não tem atrativo quando o corpo tem sono
Os pés feridos sangram na marcha repetitiva
Coração de mãe só pode ser de aço
Para suportar tanta responsabilidade e cansaço
E ter força para entoar cantiga de ninar ao fim do dia
Para com muito amor adormecer suas crias
Rotina para ela é poesia tecida de espinho
Cicatrizada fica anestesiada e já não dói
Nem é preciso ter cuidado, é só assimilar o jeitinho
É demasiadamente sábia nas tarefas de cada dia
Seu choro silencioso é cantiga de superação
Mãe não demonstra a dor que sangra seu coração
Filhos têm fome, sede, dor e não sabem esperar
Atenta, ela entende e não deixa de estender a mão
O tempo passa indiferente à dureza
Seu corpo curva-se para o chão
Quando menos se espera ela volta para as estrelas
E os filhos choram sem direção
A poética agora é de saudade
Mas à noite quando se olha para o céu
É possível ver uma rede de luz estelar
Balançando com muito amor o seu sono imortal
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