quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Dona Elvira




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Ela se foi tão inesperadamente
E não houve tempo para adeuses
E agora anda-se 
Pelos cantos de nossa morada
Para ler as marcas 
Da sua ausência-presença

E existem coisas
Não recolhidas
Livros ainda abertos
Pertences soltos
Perfumes no ar
E pequeninas vaidades
Que ficaram, ali,
Como a esperar
Que contemos suas histórias

É assim mesmo!

A saudade vai tomando conta de tudo
Até que o simples cantar
De um pássaro
Num fim de tarde
Vai provocar lágrimas

O cheiro de comida deliciosa
Vai lembrar bons momentos

Uma data
    Um aniversário
       Uma comemoração
          Uma surpresa
             Uma viagem
                Uma foto
                   Um mimo

Tudo vai ficar
Bem vivo na memória

E a saudade, dona de tudo,
Vai passear lentamente
Nas terras 
Onde ninguém andou…

E a saudade, dona de tudo,
Vai lembrar, sempre,
Que essa dor não vai passar
    Dias
      Meses
         Anos
Serão um mero detalhe
De uma história
Que começou agora
E não terá fim

A saudade agora escreve
A segunda parte da minha história
Sem a presença física
De Dona Elvira, minha mãe!

(15/08/2020)




 

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