Por Cíntia Colares (Flor de Lótus)
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E calei pelo medo e vergonha.
Na segunda vez que sofri violência, passei anos sofrendo um duro assédio moral e sexual num ambiente que deveria ser seguro. Apesar de ter sido aprovada num concurso para funcionária pública federal, morri um pouco a cada dia enquanto tentava sobreviver para garantir o sustento do meu filho.
Não calei, mas paguei caro por ousar denunciar velhas práticas e por não ceder ao assédio. Na terceira vez que sofri violência foi onde buscava construir outro mundo possível. Quando busquei voz e poder de decisão como os demais, ouvi que deveria me pôr no meu lugar.
O meu lugar e o de todos nós: pessoas negras, mulheres, indígenas é onde a gente quiser e reivindicar. É onde a vida acontece e está sendo decidida.
Nada mais sobre nós sem nós.
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De minha parte, muitos gritos mais ainda serão ouvidos até que me escutem e me vejam estar presente nos espaços e nas decisões.
E nunca mais calarei.
Porque minhas dores gritam em mim até no silêncio. No olhar que fere, na boca que nos enxota.
Não estarei olhando do lado de fora e não estarei em silêncio do lado de dentro, fazendo apenas figuração para aliviar suas consciências.”
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Obrigada por ler até aqui “Sou Flor de Lótus🪷
Cíntia, seu texto penetrou minha alma...os nossos gritos incomodam o patriarcado, ameaçam o status quo, somos a pedra cortante nos sapatos da sociedade, inconvenientes! Parabéns, pelo talento, pela coragem, pela resistência, você não anda só! 🤝
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