sábado, 2 de abril de 2022

LINGUAGEM DO BATOM VERMELHO, POR CAROLLINA COSTA

 




LINGUAGEM DO BATOM VERMELHO|07


RESENHA: O DIÁRIO DE ANNE FRANK


Por Carollina Costa


As diversas crises que estamos vivendo ao redor do mundo não estão deixando ninguém passar ileso. Desde o final de 2019 todos passamos por perdas e sofrimentos de diversas ordens e longe de mim entrar numa de "essa dor é maior do que aquela".

Só quem sente é que sabe. Os sapatos dos outros são sempre dos outros e cada um utiliza o seu para caminhar em sua própria jornada. E agora também com tantos conflitos bélicos em alta ao redor do mundo, todo esse cenário de caos me fez lembrar um único livro de uma autora surpreendentemente singular: Anne Frank.

No texto dessa semana irei apresentar uma resenha do livro O Diário de Anne Frank, seguida se um poema de minha autoria que fiz relacionando o livro com os eventos atuais.


Resenha: O Diário de Anne Frank, editado por  Otto H. Frank e Mirjam Pressler

Anne foi uma menina judia nascida em Frankfurt, Alemanha, de família humilde que se mudou para Holanda assim que surgiu a Alemanha de Hitler. Ela, sua família e outros judeus viveram por dois anos no sótão do escritório de seu pai até serem delatados e levados aos campos de concentração. Nesse tempo ela escreveu um diário sobre as experiências vividas em seu mundo interior e exterior durante esse período.

Anne foi uma criança de extrema sensibilidade que, mesmo entendendo tudo o que se passava ao  seu redor, ainda assim conseguia trazer toques de leveza e humor para seu cotidiano e, claro, para suas anotações. Certa vez, próximo do fim da guerra, ela ouviu no rádio que o governo holandês colheria testemunhos escritos e oculares dos sobreviventes, e foi aí que ela resolveu que faria de seu diário um livro.

Anne morreu de tifo aos 15 anos e seu pai, Otto Frank, foi o único familiar sobrevivente do Holocausto. Em busca de realizar o desejo da filha, entregou os manuscritos ao Instituto Estatal Holandês, que, com o tempo, veio a ser estudado e se tornou um livro. Em 1960 foi inaugurada a Casa de Anne Frank, um museu em Amsterdã que fica exatamente onde era o antigo esconderijo de Anne e sua família.  

Misturando alegria, medo e várias outras emoções num grande caldeirão, O Diário de Anne Frank é um livro que indicaria em qualquer época, mas acredito que nesse momento é possível criar uma conexão com o livro de uma forma que em nenhum outro tempo seria possível. E a linguagem é bem tranquila, o que ajuda nesse processo.



Antes dos quinze

É preciso coragem para

Ser feliz

Isso já é sabido

Mas essa coragem só vem

Quando se olha além

Do próprio umbigo


Ninguém tem autoridade

Para dizer que a dor do outro

Só vale metade

E que só a sua própria

É verdadeiro sufoco


Antes dos quinze anos de idade

Já havia uma pequena

A um pé do campo de concentração

Ensinando lição

A muito adulto airado


Enxergar bem o que se tem

Não é pecado

Querer ir além

É mais que desejado 

Juntar os dois

É garantia de sustento

Da sola de sapatos gastos

De quem caminhou por tantos altos e baixos

Mas ainda escolhe ficar de pé




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