LINGUAGEM DO BATOM VERMELHO|01
A C O R D A L I N G U A G E M
Por Carollina Costa
Ora bem aceito, ora estigmatizado e símbolo de luta e empoderamento feminino desde 1912, o batom vermelho nunca passa despercebido onde quer que apareça. Os nuances de um batom vermelho são tão diferentes entre si quanto as mulheres que o usam — incluindo as várias mulheres que existem dentro de cada uma de nós — e em cada cor uma linguagem, uma vontade, uma potência, um significado.
Tal qual variadas forças, expressões e tons, nessa coluna pretendo apresentar a multiplicidade do ser mulher tanto quanto as mulheres que habitam em mim conseguirem alcançar. Para isso farei uso da ferramenta que mais me é cara: a escrita. Apresentarei poemas, resenhas, textos diversos que eu acredite mostrarem, cada um a seu modo, faces e fases presentes no universo feminino interno e externo.
Nessa minha postagem de estreia, compartilho
aqui três poemas de minha autoria, dois publicados em duas coletâneas poéticas
diferentes e um publicado no meu livro de poemas O Singular do Dual. Sete
Véus da Solidão, publicado na coletânea "Mulheres Brilhantes Escrevem
Poesia – Uma Homenagem A Hilda Hilst" pela editora Versejar, Tornar-se,
publicado na Coletânea Enluaradas I: Se essa Lua Fosse Nossa (Ser MulherArte Selo Editorial, 2021) e Eu
ainda lembro da vitrola da minha avó, do meu livro de poemas O Singular do
Dual (2018).
Sete Véus da Solidão
Seu prazer não pode valer meu sofrimento
Já passei por muito desalento
De dormir com o corpo quente
E o coração ao vento
Demorei mas entendi
Que da tristeza não faço parte
Da solidão não quero nem metade
E não vou ser
A Sherazade
De nenhum harém
Já passei por muito desalento
De dormir com o corpo quente
E o coração ao vento
Demorei mas entendi
Que da tristeza não faço parte
Da solidão não quero nem metade
E não vou ser
A Sherazade
De nenhum harém
A gente não é
A gente se torna
Mas a gente também nasce
E renasce
Porque ser mulher
É um eterno parir
De si mesma
A gente se torna
Mas a gente também nasce
E renasce
Porque ser mulher
É um eterno parir
De si mesma
Eu ainda lembro da vitrola da minha avó
Ou já era um rádio?
Enquanto eu dançava pelos corredores
Piruetando
E sendo
Criança
Ou já era um rádio?
Enquanto eu dançava pelos corredores
Piruetando
E sendo
Criança
Seja muito bem-vinda, Carollina Costa! É uma alegria tê-la no nosso Feminário Conexões. Parabéns pela poética estreia!👏🏼👏🏼👏🏼Um fraterno abraço.
ResponderExcluirObrigada pelo espaço. Fico muito feliz de estar aqui!
ResponderExcluirQue prazer ler sua estreia Carollina! Adorei!
ResponderExcluirObrigada, Flavia!
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