Poema/06
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No dia que o Sol se escondeu de seu próprio fogo e calor
a Lua se fez presente irradiando de suas crateras refulgente luz de cristal
As mulheres puderam passear pelo mundo
recobrindo os continentes
com suas vestes de peles
os cinco cantos do mundo
acalentados
por imensa ciranda de mãos mantras
Mulheres bailaram
em conluio
com estrelas e Lua
Nesse dia (anoi) tecido
as mulheres fiaram
algodão e nuvens
teceram quasares
constelações
Bordaram
relevos rochosos, vales
cantaram os sons inaudíveis dos pássaros
Pintaram formas e volumes
esculpiram, moldaram espécies de flora, fauna extintas
Troncos grossos
brotaram
alastraram-se
bichos ínfimos, gigantes
espalharam-se pelo planeta
Lavaram
oceanos foram filtrados pelos mantos de águas-vivas
olhos vazantes das Iemanjás nuas
A atmosfera planetária recebeu os bafos sincronizados
pulmões de oxigênio
arfavam dos peitos provedores de leite e mel
Entre as pernas das mulheres
os fornos produziram pães
sorrisos de bebês
borboletas
Era o dia das mulheres enluaradas
seus versos encarnados curaram os homens
da sede de fogo
da fome de guerra
da loucura da ambição
do destino sangrento de super-homens
Quando a aurora nasceu
mulheres e Lua recolheram-se
em ninhos aconchegantes de corujas e cotovias
Era chegada a hora
infância primeva
o mundo
renascia
nas barras douradas do dia!
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