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domingo, 17 de janeiro de 2021

A ESCRITORA POR TRÁS DA PERSONA: ENTREVISTA COM LETÍCIA LANZ, POR ROBERTA GASPAROTTO


A ESCRITORA POR TRÁS DA PERSONA
/03

A ESCRITA É A MAIS FUNDAMENTAL EXTENSÃO DE MIM MESMA

ENTREVISTA COM LETÍCIA LANZ

POR ROBERTA GASPAROTTO


O que eu penso, o que eu faço / de onde vim pra onde vou/ é no outro que eu traço / o perfil do que sou”.

do livro Eu, Comigo, Aqui e Agora, de Letícia Lanz (Geraldo Eustáquio de Souza) 


Esses versos são de Letícia Lanz que, como psicanalista, sabe que o outro tem importância fundamental, e fundante, em nossa vida. Não se trata de submeter-se ao outro, a questão é que, querendo ou não, nos construímos e constituímos sob esse olhar. E se é uma coisa que essa escritora e psicanalista mineira de setenta anos de idade e radicada em Curitiba, entende, é exatamente desse olhar que tantas vezes a fitou com espanto ou desdém. 

Letícia tem uma trajetória tanto fascinante quanto difícil. Nasceu Geraldo, em família muito católica, onde ela mesma diz “o diabo tinha muito prestígio lá em casa”. As brincadeiras típicas de menino lhe entediavam, e as de menina, ao contrário, a fascinavam. Sofreu muito por ser impedida de dar vazão aos seus desejos de criança. “Pecado, menino, honre o que você tem entre as pernas”. Aos cinquenta anos de idade, deu início ao processo de transição de gênero. Letícia se define como uma mulher trans lésbica, pois sempre teve atração por mulheres, de forma que continua casada com a sua companheira, mãe dos seus três filhos, com quem está junto há 44 anos. Quando perguntei a ela como se sentia quando pensava no seu passado como Geraldo, ela me disse: “penso em uma ausência. As pessoas confundem escolha com identificação. Escolha implica em existência de alternativas, e identificação, em modelo de referência. Ser uma pessoa transgênera não é uma escolha, mas algo que você se identifica e passa a ser você.” E segue: “infelizmente, a mesma estrutura hierárquica e de privilégios que existe dentro da sociedade, nós vemos nos movimentos identitários, que ainda são extremamente binários e sexistas. Muitos acham que para ser mulher, é preciso fazer uma cirurgia, retirar o pênis. Como se isso determinasse o gênero da pessoa. As pessoas confundem sexo com gênero. Identidade e expressão de gênero vão muito além do órgão genital”. 

Por perceber que o enquadramento de gênero é a base que constitui a sociedade, Letícia faz questão de aprofundar e divulgar seus estudos nessa área, o que lhe rendeu um livro, que se chama “O corpo da roupa”. Essa obra é fruto de um mestrado que a escritora fez em Ciências Sociais. Seu livro é o único, em língua portuguesa, de introdução aos Estudos Transgêneros. Questionada a respeito do título, diz: “na nossa sociedade não é a pessoa que tem a roupa, é a roupa que tem a pessoa. Uma espécie de camisa de força”.

Ainda como Geraldo, publicou uma trilogia de livros de poemas. Letícia vê a escrita como seu principal canal de expressão e como uma forma de estar sempre construindo novos sentidos e significados para o que percebe e o que lhe acontece. A única coisa que a angustia na escrita é quando não consegue achar a palavra adequada para o que quer expressar, conflito de toda escritora ou escritor, diga-se de passagem.

Por outro lado, Letícia sabe que as palavras, muitas vezes, só vêm depois. Há sempre um hiato entre elas e nós, que se chama vida.


Jornada

Para ouvir o podcast dos poemas, clique AQUI.


Às vezes bate uma ideia de desistir.

Então a gente para, põe o sonho de lado

e fica por aí pensando e sofrendo.

Mas não é por muito tempo não.


Qualquer coisa da estrada

passarinho flor montanha nuvem

o menino que nos acenou sorrindo

esperança à toa que seja vira roteiro de viagem.


Precisa ver os olhos brilhando com que partimos

mochila nas costas cantando o sol e a sede

prazer e cansaço de quem caminha sempre em frente

em direção de algo mais além de nós mesmos

de nossos desejos, medos e frustrações

Porque é para lá que estamos indo

- é só para lá que sabemos ir

Passos de uma caminhada

que nenhum de nós sabe quando começou

nem quando terminará.

***


Eu Prometo

(Para Angela)


Eu prometo não te prometer nada

Nem te amar para sempre

nem não te trair nunca

nem não te deixar jamais.

Estou aqui, te sinto agora

sem máscaras nem artifícios

e enquanto for bom para os dois que o outro fique.


Nada a te oferecer senão eu mesmo

Nada a te pedir senão que sejas quem tu és

a verdade é o que de melhor temos para compartilhar.


Tuas coisas continuam tuas e as minhas, minhas.

Não nos mudaremos na loucura de tornar eterno

esse breve instante que passa.


Se crescemos juntos

ainda que em direções opostas

saberemos nos amar pelo que somos

sem medo ou vergonha

de nos mostrarmos um ao outro por inteiro.


Não te prendo e não quero que me prendas

Nenhuma corrente pode deter o curso da vida

nenhuma promessa pode substituir o amor

quero que sejas livre como eu próprio quero ser.

Companheiros de uma viagem que está começando

cada vez que nos encontramos novamente.

***

Um pouco mais sobre Letícia Lanz: Mestra em Sociologia, Psicanalista e Especialista em Gênero e Sexualidade. Fundou o Movimento Transgente, que congrega hoje uma parcela bastante representativa da população transgênera do país. Mantém, desde 2006, o “Arquivo Transgênero” (leticialanz.blogspot.com), um dos sites mais acessados em língua portuguesa para informações, suporte e ajuda em questões transgêneras, expressão de identidades gênero-divergentes e diversidade de gênero. Em 2013, tornou-se a primeira pessoa a receber o prêmio Cláudia Wonder, concedido por Entidades de Defesa das Pessoas Transgêneras do Estado de São Paulo, como foi também, em 2014, a primeira pessoa transgênera a obter o grau de Mestre pela Universidade Federal do Paraná.   Como palestrante e professora convidada, tem participado de Congressos e Seminários por todo o país, ministrando cursos e proferindo palestras em Universidades, Escolas, Empresas, Entidades e Organizações não-Governamentais, expondo e debatendo questões relacionados aos Direitos Humanos, à Diversidade Sexual e de Gênero, aos Estudos Transgêneros, à Psicanálise e pessoas e ao Resgate e Defesa dos Direitos Civis das Pessoas Transgêneras em nosso país. Criadora da Companhia Paracrescer, instituição sem fins lucrativos que há mais de 30 anos divulga e estimula programas de Crescimento e Desenvolvimento Pessoal. Adora família, casa, cozinhar, arte, fazer artesanato, livros, música, tocar violão, cantar, flores, montanhas e gente. É também música, webmaster e webdesigner.

Os livros de Letícia Lanz estão à venda exclusivamente no Mercado Livre. Para acessá-los, clique AQUI





domingo, 10 de janeiro de 2021

A ESCRITORA POR TRÁS DA PERSONA: ENTREVISTA COM CIDA AJALA, POR ROBERTA GASPAROTTO


ENTREVISTA COM CIDA  AJALA/02

MEU TREM BALA NÃO PARA

POR ROBERTA GASPAROTTO


No meio da conversa com a compositora e escritora paulista, Cida Ajala, lembrei daquela frase de Clarice Lispector: “eu tenho medos bobos e coragens absurdas”. Conversamos durante mais de uma hora por vídeo, Cida estava linda, toda de vermelho, incluindo batom, chapéu e esmalte. “Amo vermelho”. Não é para menos, vermelho é a cor que mais simboliza a vida, e se tem algo que essa bela mulher de sessenta e nove anos tem de sobra, é uma enorme vivacidade. 

Cida cresceu em uma família de músicos, de modo que desde quando se entende por gente, esteve cercada por instrumentos. Com seu tio, muito pequena aprendeu a tocar violão. E depois, viola, e depois, harpa. Aos doze anos, compôs sua primeira letra de música, para o seu então namorado, que viria a se tornar marido. 

Para ela o processo de escrita e o arranjo da melodia, acontecem  simultaneamente. À medida que escreve, a melodia ganha forma e a música é composta. Na sua concepção, escrever é uma forma de louvar e agradecer a Deus, por isso, suas letras sempre tocam em temas pungentes, como a natureza, os animais e o amor.

A vida de shows começou quando tinha  cinquenta e nove anos, e de lá para cá, não parou mais. Cida e sua banda percorrem várias cidades, em especial, interior de São Paulo e Mato Grosso. Canta todos os estilos, mas seus xodós são o sertanejo de raiz e a música latina. Um momento de grande emoção foi apresentar-se na famosa festa de Barretos, "meus músculos pulavam igual pipoca". Em todas as apresentações, canta um hino de louvor a Deus. Costuma cantar “Quão Grande és tu”. Nesse momento, muitos da plateia se emocionam. “Certo dia, após um show em minha cidade, um homem grande, forte e todo tatuado, veio falar comigo... Parecia um bebê chorando, ficou muito emocionado”. 

Para essa mulher de ideias fervilhantes, nem a pandemia foi motivo de calmaria: idealizou e pôs em prática o projeto Musicando sua Poesia, com a presença de dezoito escritores. Para ela, a maior alegria foi perceber o contentamento dos participantes ao verem seus poemas transformados em linguagem musical. Um deles, começou a dançar, tamanha era sua alegria. Outro projeto realizado durante a pandemia é o “live em família”, onde as pessoas a contratam para cantar músicas que gostam. Um  sucesso garantido é a música “beijinho doce”. Casais dançam, se abraçam, rolam beijinhos pra lá e pra cá. 

Perguntei sobre algum momento especial que a marcou, “ foi num encontro, lá no Ministério da Música, em Jaciara, no Mato Grosso. Chegando na igreja, havia na porta alguns moradores de rua. Um deles, me vendo com violão, disse que já tinha sido maestro e perguntou se poderia tocar. Ele não só tocou belamente, como me emocionou profundamente. Após, fui fazer meu show dentro da Igreja, e no meio da apresentação, vi um homem bem vestido, sorrindo para mim. Ao final, fui até ele e, para minha surpresa, era o maestro que, horas antes, estava na porta da Igreja. Esse encontro marcou  a minha vida”. 

Ao final da nossa deliciosa conversa, Cida me presenteia, cantando a música “Aleluia”. Momento divino! E eis que, esse mulherão que parece não ter medo de nada, me faz a seguinte revelação: “tenho medo do escuro, e sempre durmo com uma luzinha ligada”. Gente de verdade, é assim, tem medos bobos, e coragens absurdas!  

Sua frase: “para Deus, nada é impossível, tem que sonhar, acreditar, ter fé e agir”. (Lucas I, 37)


FILHO DA NATUREZA 


Gosto de viver nos campos

Ouvindo o cantar dos pássaros 

Gosto do amanhecer

Sentindo o cheiro de mato


Gosto de ver animais

Estrelas noites de luar

Gosto da brisa da noite

E do sol quente que esquenta a gente


Gosto de dormir tranquilo 

Ouvindo o cantar dos grilos

Gosto do alvorecer

Olhando tudo florecer


Gosto das águas dos rios

Que correm calmas cristalinas

E ver as plantas brotando

Nos campos e nas colinas


Amanheço e anoiteço 

Sempre com muita alegria 

Trabalho todos os dias não sei o que é monotonia


Olho o sol nascer sozinho 

E a noite que vem de mansinho

E a chuva que cai no chão 

É uma benção para plantação 


Eu gosto tanto de viver

Em contato com a natureza

No meio de tanta beleza 

Eu nunca sei o que é tristeza


Não me importo 

Que me chamem

De caipira ou bicho do mato

Somente afirmo com certeza

Sou filho da natureza. 


***


NOSSA HISTÓRIA DE AMOR


Quando eu te conheci

Foi num domingo

Bem no cinema

Eu fui te encontrar

Você olhou para mim

E eu fiquei

Apaixonada a te esperar


Então o filme iniciou

E sorridente me perguntou

Posso sentar-me 

Aqui do seu lado?

Já tem alguém? Ou está ocupado?


E o corpo tremia!

O que dizer não sabia!

E foi tanta emoção!

Ao pegar minha mão!

Nosso primeiro beijo!

Foi no portão ao luar!


O Cine Presidente 

Foi que marcou

Lá nossa história

Iniciou

Depois desse namoro

Veio o noivado

E o casamento

Tão esperado


Aí depois dessa união

Vieram os filhos

Netos que bom

Foi se formando 

Minha família

Cheia de amor e alegria


E o tempo foi passando

E a juventude acabando

Mas nós dois bem juntinhos

Como sempre se amando


Agora infelizmente 

Foi para sempre

Está no céu a me esperar

Nossa História de Amor...

Nunca irá se acabar...


ESTA SOU EU, por Cida Ajala:

Maria Aparecida Ajala Jesus, nome artístico Cida Ajala, cantora, compositora, integrante da Orquestra de viola Caipira, do Prenap,  filiada a Associação Prudentina dos escritores-APE, participante do Coral Santa Rita. Já se apresentou em grandes shows como, por exemplo, Barretos, 3°Festival de Chamamé, com as Galvão, Perla Paraguaia entre outras. Cida Ajala recebeu várias homenagens e premiaçãos como compositora: Nevado de oro da Argentina e também, no Brasil: arte em movimento, prêmio Benjamim Resende, Compositora Revelação entre outros.  Algumas de suas particularidades: não dorme no escuro,  tem muita fé e  é orante!  Todos gostam de suas esfihas, em especial os filhos e netos. Ama laranja e tomate e acredita que com Deus tudo na sua vida sempre  dá certo!


domingo, 3 de janeiro de 2021

A ESCRITORA POR TRÁS DA PERSONA: ENTREVISTA COM LOURENÇA LOU, POR ROBERTA GASPAROTTO



A ESCRITORA POR TRÁS DA PERSONA/01


"MINHA LIBERDADE SEMPRE FOI A LITERATURA"

ENTREVISTA COM LOURENÇA LOU


POR ROBERTA GASPAROTTO


Quando eu disse para a poeta Lourença Lou, que queria ter um bate papo com ela e falar sobre literatura, Lou me disse: "ih, sou meio bicho do mato, sei não"... Depois que esclareci que a conversa não seria uma live nem algo do tipo, mas sim uma prévia para que eu pudesse escrever sobre ela, Lou aceitou e tivemos mais de uma hora de boa prosa, naquele mesmo momento. Uma conversa informal, despretensiosa, assim como é essa poeta mineira que adora escrever, mas tem muita dificuldade em propagandear a si própria. Mal ela sabe, mas nesse espaço, faremos isso por ela. Porque Lou merece, escreve imensamente bem e adora quebrar regras, assim como nós! Cedo começou a escrever e aos treze anos de idade, enviava suas crônicas para uma rádio de Belo Horizonte, a rádio Tiradentes. Era um programa voltado para o público jovem e quase todo dia suas crônicas eram  lidas por lá. Os assuntos giravam em torno da adolescência e suas dúvidas: as primeiras paixões, o despertar da sexualidade e algo do erotismo que, anos depois, estaria presente em muitas de suas crônicas e poemas. Perguntada a respeito do que o erotismo significa em sua vida, Lou nem soube me responder, talvez porque o erotismo lhe  seja um aspecto tão natural e um componente tão presente quanto respirar. Afinal de contas, faz sentido perguntar a alguém o que a respiração representa em sua vida? 

Antes de escrever poemas, Lou escrevia crônicas em um blog, algumas de cunho erótico, o que acabou gerando retaliações por parte de algumas poetas e culminou em seu bloqueio do grupo. "É uma pena que algumas mulheres não entendam que eu escrevo para brigar pelo direito de termos uma vida sexual com a mesma liberdade dos homens." 

Se isso não se dá, ainda, na prática, Lou quer exercitá-la, e muito, em seus escritos. A  escritora recusa o título de "poeta erótica", até porque sua obra não se resume a isso. Em sua literatura cabe, com folga, temas políticos, sociais e também, metafísicos. Ao escrever sobre o que quer que seja, Lou quer provocar, pois sabe que só através de uma boa provocação saímos de nosso estado de inércia e comodismo.

Em seu primeiro emprego, aos catorze anos de idade, Lou sofreu assédio sexual de seu patrão. Escreveu sobre isso sem meias palavras e, para essas questões urgentes, ela faz questão de ser bastante clara e não usar metáforas. Lou sempre coloca a mulher no protagonismo da ação, inclusive na esfera sexual. Além disso, sabe que, para se ter prazer no sexo, antes de tudo, há que se ter espaço, inclusive, para falar sobre ele. E se é um campo em que Lou faz questão de exercer sua liberdade, é através da literatura. Quem se beneficia com isso somos nós, as leitoras e leitores dessa maravilhosa escritora, que tem a coragem de escrever sobre um tema, ainda, tão tabu: o prazer das mulheres.


abissais


nosso corpo de fêmea 

em redondilha

abre-se boca

no corpo do macho 

lambuza pelos

de onde os mamilos 

olham em timidez

nossos dentes em riste


em cordéis de epítases

as carnes das coxas

chamam nosso vértice

para o enterrar 

de fogo da espada

em recônditos desejosos

de explodir em festa

nossas fomes abissais


no corpo do homem

despudoramos

cento e tantas virtudes

e nossas intenções 

gulosas de eternizar 

o frêmito secular

de mulheres que gozam

insolentemente.

***


asperezas


há uma poeta 

aprisionada 

na mulher

a escarpelar 

suas paredes


ambas escorrem

ranhuras 

de seda 

e sedução

às estranhezas


elas sustentam 

suas amnésias


há uma mulher

aprisionada 

nos versos

uma poeta

de asperezas

viscerais


ambas se moldam

nas simbioses da língua

e entrelaçam-se

nas reinvenções 

da palavra.  

***


primícias


estas meninas-mães

mal arrancadas da infância

nasceram em ninhos de medo

mordem culpas lábios línguas 

engolem gritos de estupros 


tristes meninas

em busca de ir além

da resistência dor desamor


as meninas de amanhã

árvore de raízes entranhosas

terão útero selvagem livre

voz a desafogar suas escolhas

dentes a sugerir felinidade 


mulheres-terra 

estas meninas de amanhã

primícias de voo pouso vida.


***


ESTA SOU EU, por Lourença Lou:

Loba foi sempre como me senti. Desde quando, ainda menina, adotei meus três irmãos. Depois afiei as garras para sobreviver no mundo dos homens. Cresci por minha conta e risco. Me formei estudando à noite, fui pra sala de aula e aprendi que linguagens são vivas. A sala ficou pequena, fui administrar outras linguagens. Passei por todos os cargos administrativos de uma escola, sempre aprendendo. Fui e sou leitora compulsiva, escrevo quando a palavra não cabe em mim. E às vezes grito – mesmo que o grito seja mudo. Tenho publicados três livros de poemas e um livro de contos. Outros virão, porque a palavra em mim não fica presa.


Feminário Conexões, o blog que conecta você!

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