terça-feira, 21 de dezembro de 2021

POESIA NA REDE: TRAVESSIA, POR FLAVIA FERRARI



POESIA NA REDE|02

T R A V E S S I A

Por Flavia Ferrari


    Às vésperas das festas natalinas e na entrada dos momentos finais de um ano pra lá de desafiador, a poesia chega para nos ajudar a deixarmos para trás o que não conseguimos alcançar, para nos despedirmos do que deixamos de ser e nos conectarmos com o porvir que um ano novo representa

 

    Em um cenário pandêmico e politicamente tão catastrófico, a literatura nos enraíza para que sigamos nutridas e ligadas nesta rede poética de encontros e encantos. Como as árvores que estão conectadas por uma rede subterrânea alimentada pelos fungos que crescem ao redor das raízes, em que é possível a troca de nutrientes e alerta para os perigos iminentes, a poesia nos coloca em ação, seja como leitoras ou escritoras, pois o impacto da escrita e da leitura de um poema pode nos afetar de diversas maneiras; seja nos transformando, nos desafiando ou nos protegendo. 

 

    Estamos sujeitas às emoções que o mundo sensível das letras nos apresenta diariamente e um poema lido e degustado é um presente, por diversas vezes sob medida.

 

  Apresento o poema Ressignificâncias, de Ale Heidenreich, presente na coletânea Enluaradas II, cujos versos foram projetados no meu imaginário como pintura.

 

Para ouvir o podcast, clique AQUI.


Me reencontro nas palavras

Como o rio que corre seu curso.

Deparo-me com a cachoeira de

Águas mansas. Ora torrentes.

Escorrem no papel linha por linha

Verso por verso.

 

Permeiam as folhas do meu

caderno vermelho.

Respingam em palavras formando

Choro, riso ou receio.

 

Caem como gotas de 

Chuva despretensiosa.

Tornam-se poças tímidas que

de mãos dadas se movem até

o córrego manso,

e de lá outra vez serei

Rio de águas renovadas.

 

Ale Heidenreich é de Recife/PE e vive desde 2004 em Arnsberg/Alemanha. Iniciou-se na escrita poética através da Coletânea Enluaradas I: Se Essa Lua Fosse Nossa (2021). Desde então não mais parou. Tem participações nas seguintes publicações: Mulherio da Letras Portugal; Que nem Jiló; (In) Sensíveis Sentimentos; Permita-se Florescer e Mulheres Imortais.


Referência:


CORTEZÃO, M.; CACAU, P.; Coletânea Enluaradas II: uma ciranda de deusas. São Paulo: Saravasti, 2021. 






Baixe GRÁTIS o e-book Coletânea II AQUI

Baixe GRÁTIS o e-book Coletânea I AQUI

2 comentários:

  1. Muito bom contar com sua participação aqui no NOSSO blog, querida Flavia Ferrari. Obrigada por nos dar esta alegria.🫂❤🫂

    ResponderExcluir
  2. Do fundo de minha pobre cama de cobertas puidas e com aranhas guardiãs leio e ouço os versos declarados por Flávia, com uma gota de sangue jorrando de meu nariz a cada linha. Como se meu coração estalasse e dissesse: eis, tome meu tributo vermelho pulsante por tanta beleza.
    Paulo Adolfo

    ResponderExcluir

Agradecemos seu contato. Em breve lhe responderemos. Obrigada.

Feminário Conexões, o blog que conecta você!

CRÔNICAS DA SUSTÂNCIA - HISTÓRIAS DE MINHA MÃE: a curva da Velha Beta... Por Rosangela Marquezi

CRÔNICAS DA SUSTÂNCIA /05   HISTÓRIAS DE MINHA MÃE: A CURVA DA VELHA BETA Rosangela Marquezi Minha mãe... Que ainda brinca! Fonte: Arquivo p...