EMPOEME-SE EM POESIA/22
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O POETA E O LABIRINTO
O poeta não está morto.
Apenas agoniza no
labirinto
da linguagem
buscando decifrar
sua própria face.
A cada verso encontrado
um enigma se refaz.
(A chuva e o labirinto,
Mondrongo, 2017)
RELÓGIO
A hora passa
com a música que toca
no rádio.
O minuto desaparece
com o sorriso ensaiado
nos lábios.
O segundo segue
como um sopro de
instrumentos.
Nas paredes, ainda o
mesmo tic-tac.
(A chuva e o labirinto,
Mondrongo, 2017)
*-*
Cabide
Quero um local
para guardar minha dor.
Um depósito não muito longe
[de
mim]
Quero guardá-la e poder olhar
para seu peso,
sentir se sua marca
se desfaz.
Quero ver minha dor
sem forçar o ombro,
sem o sentimento de posse.
Com um sorriso
mesmo magro
(A chuva e o labirinto, Mondrongo, 2017)
*-*
DESAJUSTE
Uma borboleta intrusiva
Insiste entrar no casulo.
O experimento do mundo
fora demasiado doloroso.
(Confraria Poética Feminina, Penalux, 2016)
*-*
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