POESIA NA REDE|05
Por Flavia Ferrari
Neste mês, no dia 8 de março, as redes ficaram divididas entre celebrar o “dia das mulheres” e questionar a tal data, dado que a condição da mulher no Brasil e mundo afora não encontra motivo para comemoração.
As falas repugnantes de um tal deputado a respeito das mulheres em condição de guerra provocaram uma reação de repúdio por parte de todos aqueles que têm alguma sensibilidade. Provavelmente (e lamentavelmente) ele seguirá com o seu mandato, pois o machismo estrutural tem a consistência maciça de chumbo em algumas estruturas, como na política por exemplo.
Eu me deparei nas redes com o compartilhamento de um poema da polonesa Wislawa Szymborska que, para mim, é um poema que conta a história de mulheres, mães, crianças, famílias, de um país inteiro.
As guerras são muitas e estão sempre em andamento, mesmo que não tenhamos notícias de várias delas no jornal da tarde.
Este século talvez não testemunhe o fim das guerras e das desigualdades. O poema de Szymborska poderia ser reescrito todos os dias, em diferentes locais. O desamparo escancarado pelo poema é um estado de alma cuja dor é aguda e insuportavelmente durável.
Vietnã - Wislawa Szymborska
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Referência: Szymborska, Wislawa. Poemas; seleção, tradução e prefácio de Regina Przybycien - São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
Intensa e tocante reflexão, querida poeta Flavia Ferrari. E que poema!? Nos remove por dentro. Grata por sua poética sensibilidade, deusa. Bj
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