sexta-feira, 16 de julho de 2021

NAS TEIAS DO POEMA I: CARNE E TECIDO POÉTICOS

 



 

VERBUM

“E a palavra suicida/ precipitou-se, / desesperadamente, / da boca / e caiu / no mundo... / Estraçalhou-se / em verbo / e foi ser Vida.”

{Marta Cortezão} 

NAS TEIAS DO POEMA I: CARNE E TECIDO POÉTICOS


Por Marta Cortezão

 

Hoje, às 17h30m (Brasília), o Projeto Enluaradas estreia o quadro Nas Teias do Poema, que será transmitido pelo perfil do Instagram @enluaradas__, cujas autoras convidadas são Anna Liz (Santa Inês / MA), Artane Inarde (Belo Horizonte / MG) e Maria Alice Bragança (Porto alegre / RS). O objetivo deste novo quadro é conhecer um pouco mais do trajeto literário das Deusas Enluaradas que se juntaram a esta Ciranda de Deusas.

E para isso, nos atiraremos neste tecido de teias de cada poema, este fio de Ariadne que percorre labirintos tantos, em busca deste fero Minotauro que habita os múltiplos (des)caminhos do poema. Desejamos sentir a tessitura da tecedura poética, os entrelaçamentos verso a verso, a urdidura da teia que se tece em um poema, a sua consistência nas vozes de autoras contemporâneas e na interação com nossa plateia.  

Não podemos deixar de mencionar à intrigante Penélope nesta festa de teares a tantas mãos! Deusa mestra na arte homérica de tecer e destecer o tempo, o enredo, a sorte. Encontraremos quantos Ulisses neste percurso? Quantos amantes renegados? Quantas longas esperas?  Quantos sudários há em um poema? Quantos novelos compõem uma centena de versos? Ah, Deusa, sem o seu tear, seria impossível que o grande rapsodo Homero lograsse tanto encantamento em seu cantar. Qual é a teia que tece seu poema, poeta Enluarada? Quantos fios de silêncio se entrelaçam a esta voz que se esgueira pelo nó que obstrui a garganta a diário e encontra a existência na palavra? A palavra cai no mundo e se (des)mistifica e se justifica pela existência do tecido que se forma na branca folha branca, onde agoniza o poema, esperando por ávido olhar que o resgate de sua inércia.

E o que dizer do entramado de teias, tão bem urdido e tecido pelas diligentes Deusas Moiras? Coto, a que cuida do princípio, a que fia e tece o fio da vida; Láquesis, a que distribui o quinhão da sorte, do que se ganha em vida, e Átropos, a que corta o fio, decide o fim da vida. A palavra vive na contramão da vida e da morte, habita e percorre estes vãos, nada se constrói fora destes dois caminhos adversos. O para além da teia, a poesia, se entrelaça em outra teia e, por sua vez, em outra, em outra e em outra... Assim formamos esta bela Ciranda de Poemas, nas vozes potentes de autoras contemporâneas da literatura luso-brasileira, porque, de mãos dadas, somos Deusas; juntas, Enluaradas!  Vamos lá, minha gente, cair nas teias destes poemas! É HOJE, VENHA NOS FAZER COMPANHIA!    

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