NAS TEIAS DO POEMA III: O (IN)CORPÓREO DA PALAVRA
a grandeza da poesia não reside em dar respostas aos
problemas humanos, mas em interrogar o mundo, expressando em forma de arte seus
absurdos.
[Salvatore D`Onofrio, in Literatura Ocidental: autores e obras fundamentais, 2000]
Nas Teias
do Poema é mais uma ação do Projeto Enluaradas, direcionado a todas
as autoras inscritas na Coletânea Enluaradas II: uma Ciranda de Deusas, ainda
com edital aberto até 01/AGO (domingo). Com este quadro, pretendemos conhecer a poética das autoras, dialogar sobre o nosso fazer literário e ainda divulgar e promover a Literatura Contemporânea. Nossas deusas convidadas de hoje são:
Adriana
Teixeira Simoni, gaúcha de Porto Alegre/ RS, graduada em serviço Social,
musicista, blogueira, escritora , contista e poeta . Mantém ativo o Blog
Vida que te quero bem com poesias, contos e crônicas. Tem participação em
várias antologias nacionais e internacionais com poemas, contos e relatos.
Cristiane
de Mesquita Alves (Belém/ Pará) é
doutora em Comunicação, Linguagens e Cultura (UNAMA/ Bolsista Prosup/CAPES).
Professora Adjunta de Literatura Hispanófona do ILC/UFPA. Autora de livros acadêmicos e o de poesias Riscos de Mulher (Ed. Todas as Musas).
Janete
Manacá (Cuiabá/ MT) encontra na
escrita uma fiel aliada. De mãos dadas com a poesia ela tece ou destece
conforme a necessidade da sua travessia. E segue arrancando todas as máscaras
num processo de lapidação necessário ao despertar consciencial para adentrar o
portal da nova terra.
Em nosso terceiro episódio de hoje, desejamos nos (des)enredar
nestas tessituras paradoxais da existência humana, onde residem nossos conflitos
indissolúveis. São tantos os absurdos que atravessam nossa garganta e nos causam
o espanto contínuo... E a poesia possui o poder de provocar em seu público
leitor esta sugestão de encantamento, sem nenhuma intenção de ser compreendida
porque a poesia já nasce sendo, ela é! E tudo o que vem depois é “chover no
molhado”. Mas também é preciso confessar que temos certa necessidade por chover
no molhado, pois, como autoras da margem do cânone que somos, chover no molhado
é nossa filosofia maior.
Quando uma poesia nos abraça, nos põe no aconchego de
seu regaço? Quando a poesia é um soco no estômago e nos assusta, fazendo-nos viajar,
de olhos arregalados e coração acelerado, outros contextos? E como a palavra, sendo pulsão estética, razão suprema e poética desta nossa humana
existência se plasma no mundo? Como ela atravessa os portais do in illo tempore, no campo imagético não
palpável e ritualístico da vida? Como dialoga com os arquétipos coletivos, guardiães
da consciência coletiva humana? Como ela dialoga com o sagrado feminino que
nos habita?
A palavra ciranda por todos os campos do que é corpóreo e não corpóreo, tecendo com sua arbitrariedade sacra e linguística as teias deste imenso tear poético, que nós, as Enluaradas, nos propomos a (des)enredar. Nossa Ciranda de Deusas nos convoca a nos deixar envolver pelo Sagrado Feminino, pelas tantas teias arbitrárias da vida que nos unem em volta deste fogo cósmico: a poesia.
Aguardamos sua presença, lá no perfil Enluaradas
do Instagram, @enluaradas__!
Maravilhoso texto que expressa todo meu pensar existencial!
ResponderExcluirSe a poesia não é tudo isso , eu também não sou poeta.
Gratidão por suas mágicas palavras Marta Cortezão.
De mãos dadas somos Deusas, juntas somos as Enluaradas!
Obrigada pelas palavras. É muito importante esse ato de "dar as mãos" pela nossa arte poética, porque de mãos dadas somos deusas e juntas, Enluaradas! Um grande e fraterno abraço.
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