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sexta-feira, 9 de abril de 2021

Empoeme-se em Poesia: "Meu feminismozinho de merda"



 EMPOEMESE/07

Meu feminimozinho de merda, de Jalna Gordiano

Para ouvir o podcast, clique AQUI.


Meu feminismozinho de merda

 

O meu feminismozinho de merda

Me deixou chegar até aqui viva

Depois de algumas humilhações, umas bofetadas na cara

O meu feminismozinho de merda

Me fez escapar de um clitóris arrancado

De ser estuprada pelo marido

O meu feminismozinho de merda

Apelidou-me de puta e sapata

Enfiou meu pé na lama

Não me permitiu um CASAMENTO DE SUCESSO

O meu feminismozinho de merda

Não deixou o pastor ungir meu rabo, não me fez santa

Me fez mãe solteira, mãe de

Dois filhos de pais diferentes

O meu feminismozinho de merda

Me tirou de dentro do ônibus do estupro coletivo

O meu feminismozinho de merda

Me esfriou de uma morte do fogão

Não me deixou parada num salão enquanto alguém cozinhava meus miolos

Não me fez a rainha do lar

Não me cobriu com o manto da purificação

O meu feminismozinho de merda

Me desnudou, abriu meus olhos

Me tirou do plástico e me fez carne

Para chorar todas as lágrimas das mulheres espancadas,

Queimadas, arrastadas para o mato,

violadas por madeiras que vararam suas bocas ao lado de suas filhas.

Muito obrigada senhores,

digo não às formas de sucesso  social.

Até aqui tem me salvado o meu feminismozinho de merda.





sexta-feira, 2 de abril de 2021

BAIXE O E-BOOK COLETÂNEA ENLUARADAS I: SE ESSA LUA FOSSE NOSSA/2021




Salve, Enluaradas! O e-book já está disponível para leitura!


BAIXE AQUI O E-BOOK COLETÂNEA ENLUARADAS I: SE ESSA LUA FOSSE NOSSA/2021


É com alegria que anunciamos a chegada do e-book Coletânea Enluaradas I: Se Essa Lua Fosse Nossa (Ser MulherArte Selo Editorial/Alemanha), disponibilizando-o AQUI e na aba direita do Feminário Conexões (Coletânea Enluaradas/2021), blog que reúne e divulga a Literatura do Coletivo Feminino Contemporâneo. Nossa coletânea tem lançamento virtual previsto para o dia 21/04, quarta-feira, via canal do YouTube Banzeiro Conexões, às 17h30m (BSB).

A Coletânea Enluaradas/2021 é um projeto idealizado e abraçado por Patricia Cacau e Marta Cortezão. O e-book possui temática livre, embora, entre um texto e outro, haja uma constante referência à força da Deusa Selene, essa “lua toda nossa”,


onde ecoa, em todos os cantos, a voz inspiradora de Virginia Woolf nos dizendo que “não há portões, nem fechaduras, nem cadeados” capazes de “trancar a liberdade” de nosso “pensamento”. É nesta egrégora lunar que surge nossa coletânea, cujo elenco é formado por autoras de vários países, com um número expressivo no Brasil. Somos 168 (cento e sessenta e oito) escritoras compondo um caleidoscópio poético diverso. Muitas vezes, nos revelamos numa escrita cortante, visceral, outras vezes, intimista, engajada, visionária, confessional, profética, ritualística, ancestral... Somos o verso prenhe e latente de vida, dançando, em conexão plural, de mãos dadas, ao redor da apoteótica deusa luna, toda nossa. Somos a mistura poética perfeita em suas imperfeições, porque nos permitimos a poiesis aristotélica, em estado pleno, nos abrindo aos impulsos do espírito humano para voar desde nossa imaginação e desde nossos sentimentos aninhados na alma.

(CACAU, Patricia; CORTEZÃO, Marta. Prefácio Coletânea Enluaradas, 2021, p.30)


O espetacular deste projeto foi que ele iniciou como uma simples chamada para uma coletânea e, no decorrer do processo, se constituiu num movimento fraterno, literário e poético denominado “Enluaradas”, como afirmou a escritora, professora universitária, ensaísta e poeta enluarada Vânia Alvarez:


[somos] poetas engajadas ao contemporâneo, que falam por si e que reinterpretam as muitas vozes [...] e a lua aparece influenciando o sentimental [...] Somos mulheres, somos enluaradas, somos um projeto contemporâneo vitorioso, porque “água mole em pedra dura tanto bate até que fura” e nós, mulheres, furamos o cerco [...] porque somos um coletivo, já não estamos sós e estamos apenas no começo.

(“A poética contemporânea das enluaradas”, 08/03/2021, “Live Enluaradas: Dia Internacional da Mulher”, canal do YouTube “Banzeiro Conexões”)


Somos um coletivo feminino com perfil no Instagram @coletaniaenluaradas2021, onde criamos, com a participação e interatividade das Enluaradas, uma rede de apoio que tem dado muitos frutos, resultando em parcerias entre as próprias autoras Enluaradas, e que vem revolucionando, de forma particular e poética, o mundo da escrita de cada umas das participantes. Às segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras, às 17h30m (BSB), temos as “Enluaradas Live” com quatro participantes da coletânea a cada encontro, onde cada autora nos conta de seus projetos literários, enquanto uma ciranda de mulheres, nossa “egrégora lunar”, comenta e aplaude. E por lá já passaram cento e vinte (120) autoras falando de sua trajetória literária, de seus medos, de seus sonhos e da alegria de fazer parte do projeto Enluaradas.  

Agradecemos a todas as autoras que acreditaram no projeto e uniram-se à ciranda de amor em volta desta lua toda nossa. Obrigada pela confiança e reafirmamos que seguimos unidas pela literatura, pois o voo só alcança plenitude quando feito em bando. Juntas sim, porque somos Enluaradas! Boa leitura!


Marta Cortezão/ Patricia Cacau

As Organizadoras.

quinta-feira, 11 de março de 2021

MOMENTO COM GAIA: Poesia em tempos de pandemia|23





Momento com Gaia/23


Por Janete Manacá


Esse projeto, de autoria da poeta Janete Manacá, nasceu em 16 de março de 2020, com a chegada da Pandemia causada pelo novo Covid-19. Por se tratar de algo até então desconhecido, muitas pessoas passaram a desenvolver ansiedade, depressão e síndrome de pânico. Com o desejo de propiciar a essas um “momento poético” no conforto dos seus lares, toda a noite é enviado, via WhatsApp, um áudio com poesias de sua autoria para centenas de pessoas do Brasil e de outros países. E estas são replicadas pelos receptores. Acompanhe o poema abaixo:



Para ouvir o PODCAST clique AQUI. 


Transição


acolhidos pelo planeta terra

somos seres em aprendizado

agora em tempos de conciliação


a noite escura passará 

mas é necessário acordar

estamos aqui de passagem


peregrinos de outros lares

em processos de adaptação

na firmeza de um novo chão


teremos séculos de regeneração

conhecimento cósmico de amor

e esperança de paz interior


a ciência brevemente provará

que haverá cura para todo mal

urgente é o tempo de despertar


há um novo mundo chegando

economia sem exploração

ética do cuidado e da proteção


já estamos na madrugada

os raios de sol já despontam

o ontem já é passado distante




terça-feira, 9 de março de 2021

MOMENTO COM GAIA: Poesia em tempos de pandemia|22



Momento com Gaia/22


Por Janete Manacá


Esse projeto, de autoria da poeta Janete Manacá, nasceu em 16 de março de 2020, com a chegada da Pandemia causada pelo novo Covid-19. Por se tratar de algo até então desconhecido, muitas pessoas passaram a desenvolver ansiedade, depressão e síndrome de pânico. Com o desejo de propiciar a essas um “momento poético” no conforto dos seus lares, toda a noite é enviado, via WhatsApp, um áudio com poesias de sua autoria para centenas de pessoas do Brasil e de outros países. E estas são replicadas pelos receptores. Acompanhe o poema abaixo:



Para ouvir o PODCAST clique AQUI. 


Mãe coragem


ventre consagrado

a primeira morada

portal de chegada


momento de aconchego

no seu jeito raiz de ser

edificado conforto do lar


nove meses de afeto e comunhão

corpo inteiro transformado

ancestralidade e ressignificação


amor, sensibilidade, dor

estreita e sensível passagem

equilíbrio e vulnerabilidade


emoção à flor da pele

lição de primeiros cuidados

vigília, sono, cansaço


mulher de rara beleza

entrega incondicional

cuidado e preocupação


maternidade que traz em si

lembranças de outras trajetórias

de lutas, resistências e vitórias




terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Empoeme-se em Poesia: "Mulheres enluaradas"




Poema/06


Mulheres Enluaradas, de Isa Corgosinho

Para ouvir o podcast, clique AQUI.


No dia que o Sol se escondeu de seu próprio fogo e calor

a Lua se fez presente irradiando de suas crateras refulgente luz de cristal

As mulheres puderam passear pelo mundo

recobrindo os continentes

com suas vestes de peles

os cinco cantos do mundo

acalentados

por imensa ciranda de mãos mantras

Mulheres bailaram

em conluio

com estrelas e Lua

Nesse dia (anoi) tecido

as mulheres fiaram

algodão e nuvens

teceram quasares

constelações 

Bordaram

relevos rochosos, vales

cantaram os sons inaudíveis dos pássaros

Pintaram formas e volumes 

esculpiram, moldaram espécies de flora, fauna extintas

Troncos grossos

brotaram 

alastraram-se

bichos ínfimos, gigantes

espalharam-se pelo planeta

Lavaram

oceanos foram filtrados pelos mantos de águas-vivas

olhos vazantes das Iemanjás nuas

A atmosfera planetária recebeu os bafos sincronizados

pulmões de oxigênio


arfavam dos peitos provedores de leite e mel

Entre as pernas das mulheres

os fornos produziram pães 

sorrisos de bebês 

borboletas

Era o dia das mulheres enluaradas

seus versos encarnados curaram os homens

da sede de fogo

da fome de guerra

da loucura da ambição

do destino sangrento de super-homens

Quando a aurora nasceu

mulheres e Lua recolheram-se

em ninhos aconchegantes de corujas e cotovias

Era chegada a hora

infância primeva

o mundo

renascia

nas barras douradas do dia!




terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

MOMENTO COM GAIA: Poesia em tempos de pandemia|16




 Momento com Gaia/16


Por Janete Manacá


Esse projeto, de autoria da poeta Janete Manacá, nasceu em 16 de março de 2020, com a chegada da Pandemia causada pelo novo Covid-19. Por se tratar de algo até então desconhecido, muitas pessoas passaram a desenvolver ansiedade, depressão e síndrome de pânico. Com o desejo de propiciar a essas um “momento poético” no conforto dos seus lares, toda a noite é enviado, via WhatsApp, um áudio com poesias de sua autoria para centenas de pessoas do Brasil e de outros países. E estas são replicadas pelos receptores. Acompanhe o poema abaixo:


Para ouvir o PODCAST clique AQUI. 


Bailarina


À bailarina flamenca, Wânia Ormond


com a perspicácia da águia

num solo lindamente reinventado

iniciou seu exuberante bailado


entregou-se por inteira à sagacidade

como quem depara-se com o paraíso

corpo-movimento, luz e ancestralidade


a melodia rasga o espaço

com potente sonoridade

e instiga tempos de saudade


o rodopiar da saia é voo de liberdade

num raro convite de inegável oportunidade

a bailarina nos transporta do deserto ao oásis  


seus negros cabelos inspiram a noite

amendoados são seus olhos estrelares 

num surreal encontro com os antepassados


coração pulsante e alma em júbilo

envolvem seu ser inebriado

num arrebatamento de felicidade


frenéticos passos, precisos e alados

ante os meus olhos embasbacados

a transcender a efêmera realidade





sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Empoeme-se em Poesia: "Repagino"



 

Poema/05

 

 PARA OUVIR PODCAST CLIQUE AQUI.


Repagino

 

Eu sangro letras,

choro palavras,

rio frases.

Eu me escrevo

na emoção que sinto

e me leio quando reflito.

 

Repagino,

sonho um verso por insônia

e só fecho o livro

quando termino o capítulo.

 

Um monte de orelhas viradas

marcam as páginas

que sempre revisito.

 

Releitura é o que sou da vida.

 

História que não termina.





 

 


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

MOMENTO COM GAIA: Poesia em tempos de pandemia|11

 



Momento com Gaia/11- (31/01/2021)


Por Janete Manacá


Esse projeto, de autoria da poeta Janete Manacá, nasceu em 16 de março de 2020, com a chegada da Pandemia causada pelo novo Covid-19. Por se tratar de algo até então desconhecido, muitas pessoas passaram a desenvolver ansiedade, depressão e síndrome de pânico. Com o desejo de propiciar a essas um “momento poético” no conforto dos seus lares, toda a noite é enviado, via WhatsApp, um áudio com poesias de sua autoria para centenas de pessoas do Brasil e de outros países. E estas são replicadas pelos receptores. Acompanhe o poema "Canto poético", divulgado no dia 31 de janeiro de 2021.

 

Para ouvir o PODCAST clique AQUI.


Um novo lugar  


quero dançar uma canção 
me perder na passagem das horas
num lugar onde a agonia se desfaz 

sonhar com tempos belos
de entregas e êxtases 
com pessoas que saibam se doar

quero brincar com as folhas secas
de todos os meus outonos
e receber com afago o amanhã

ser e oferecer afeto
a chegada de um novo tempo
e viver intensamente

quero ouvir a voz da esperança
do outro lado do continente
e compor melodia para o silêncio

ter prazer com simples gestos
sentir os pés tocando a terra
musicar o som divino da respiração

virar a página de conteúdos indesejáveis
suplicar a urgência da ética do cuidado 
e repousar na bem-aventurança do amor





sábado, 30 de janeiro de 2021

MOMENTO COM GAIA: Poesia em tempos de pandemia|10


Momento com Gaia/10- (30/01/2021)

Por Janete Manacá


Esse projeto, de autoria da poeta Janete Manacá, nasceu em 16 de março de 2020, com a chegada da Pandemia causada pelo novo Covid-19. Por se tratar de algo até então desconhecido, muitas pessoas passaram a desenvolver ansiedade, depressão e síndrome de pânico. Com o desejo de propiciar a essas um “momento poético” no conforto dos seus lares, toda a noite é enviado, via WhatsApp, um áudio com poesias de sua autoria para centenas de pessoas do Brasil e de outros países. E estas são replicadas pelos receptores. Acompanhe o poema "Canto poético", divulgado no dia 30 de janeiro de 2021.

 

Para ouvir o PODCAST clique AQUI.

Declaração de amor


não se assuste

quanto digo que te amo

não sei quanto tempo me resta


toda declaração de amor

tem que se manifestar agora

amanhã pode ser tarde demais


não se preocupe

quando te ligo de madrugada

para dizer que você é importante


nunca pense

que distribuo 

pérolas ao vento


é que eu não deixo

que transborde dentro de mim

esse sentir intenso, sem fim


meu compromisso com você 

é de verdade, de cuidado

não faz sentido viver só para mim


viver é compartilhar

tudo que nos encanta

por isso, não me impeça de te amar




sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Olhos de Superação

 




Poema/04

 

 PARA OUVIR PODCAST CLIQUE AQUI.


Olhos de Superação 


  Minha alma flutua, 

  Meus pés levitam

  Tento enraizar-me,

  Mas o céu me atrai

  A Lua me chama

  E a desilusão me persegue...

  Ao ver-me assim

  Tão leve e vazia

  Procuro meu coração

  Será que está perdido pelo caminho?

  Ou será que ele me busca e eu o ignoro?

  Sigo pensando e flutuando...

  Os pensamentos me fazem voar

  E o vôo é fuga

  Fujo de mim mesma

  Fujo do que não me agrada

  Fujo do meu coração,

  Coração que me mostra com clareza

  O que realmente vive em mim...

  Não me abandones, coração!

  Não me deixes voar 

  Como um balão sem rumo,

  Perdido na vastidão do céu...

  Enraiza-me novamente

  Enraiza meus pés na terra

  E ajuda-me a florescer,

  Florescer meus sonhos

  Que há tempos busco

  Tornar minha realidade

  Permita-me ser selvagem, ter coragem

  Acreditar em mim e seguir em frente

  Sem desanimar, sem pestanejar...

  Obstáculos sempre existirão

  Que eu os veja com olhos de superação 

  Como mulher forte e autêntica que sou!

 

  Nanda Chinaglia




terça-feira, 26 de janeiro de 2021

LIVROS & ENCANTAMENTOS: FÚRIA, LUXÚRIA E DOÇURA NA POÉTICA VIGOROSA DE ANNA APOLINÁRIO, POR ROBERTA GASPAROTTOna Apolinário



'A Chave Selvagem do Sonho', Anna Apolinário/05





Ao término da leitura de "A Chave Selvagem do Sonho", entendi qual foi a motivação do instigante título (ou, pelo menos, acho que entendi).

Todos os sonhos são puros e líricos, porque intrínseca e visceralmente nossos, e esse lirismo está presente em toda a escrita de Anna. Mas não só. Para a autora, apenas o lirismo não dá conta da complexidade em que nos constituímos, e eventualmente, nos consumimos (em fogo). Para acolher a diversidade de que somos feitos, Anna convoca os seres mais primitivos e naturais para habitarem sua poesia:  como se, somente ao integrarmos o nosso lado animalesco e instintivo, é que pudéssemos acessar o mais íntimo em nós - e é exatamente nesse ponto que reside a chave (selvagem) dos nossos sonhos.

Não por acaso, seus poemas são repletos de criaturas ferozes: cães, serpentes, chacais, escorpiões. A autora convoca esses animais selvagens para ajudarem a dar conta da febre furiosa que nos invade a todos e, "queima a pele".

A pele, por sua vez, está bastante presente, tanto nas belas figuras que constam no livro, quanto nos poemas. A pele que queima é a mesma que cicatriza. A mesma pele que dói, também provoca imenso prazer. Nossa epiderme é o órgão das trocas, onde o mundo interno e o mundo externo se delimitam e se interconectam, ou seja, lócus do paradoxo por excelência, e Anna Apolinário se vale dessa simbologia com muita competência.

O espelho é outro elemento que aparece bastante em seus poemas. No caso da autora, seu espelho é a palavra, que, como ela mesma diz em seus versos: "transita e transborda, salta entre as páginas".

Sua palavra é feroz, lírica, incandescente, e por vezes, tudo isso ao mesmo tempo: o que constitui para o leitor um mosaico interessantíssimo de sensações, percepções e imagens.

Para ouvir o PODCAST dos poemas, clique AQUI.

Elã

Escrever.
Como quem
enlouquece
e possesso
procura Deus
dentro dos espelhos.

***

Insurreição

Um raio corrói o cerne da beleza
Fúria de quimeras calcina os céus.

Bosques suspensos,
sedução e o sussurro das feras.
Presságios do calígrafo.

O poema,
chacal ferocíssimo
farejando jugulares.

Como quem ressuscita,
subversiva,
sonha, escreve.

***

Enlevos

Teus dedos em secreta expedição
pelas minhas planícies incendiadas.
Os olhos sussurram em cobiça e tocaia
e as luzes todas deslizam ao redor de nossa dança.
Minhas ancas ondeiam em doce desvario,
as coxas envoltas em negras, sedosas,
perigosas redes arrastando-te
aos viscosos véus de minha carne acesa.
Teus lábios alvoroçado a selva de meus seios,
o corpo, em cálice e combustão, 
oferecido à loucura suculenta de tua língua.
Uma serpente bailando ao sabor de meus açudes,
enquanto reviro-me escaldante,
um rio palpitante sob tuas papilas.

***

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EDITAL ENLUARADAS II TOMO DAS BRUXAS

  Clique na imagem e acesse o Edital II Tomo-2024 CHAMADA PARA O EDITAL ENLUARADAS II TOMO DAS BRUXAS: CORPO & MEMÓRIA O Coletivo Enluar...