NAS
TEIAS DO POEMA VII: TECENDO EPIFANIAS POÉTICAS
Por Marta Cortezão
La poesía no es una sucesión de experiencias sino una sucesión de visiones[i]
{Ana Blandiana[ii]}
No sétimo episódio de hoje, lá no canal do Youtube Banzeiro Conexoes, mergulharemos, uma vez
mais, nestas teias que nos fazem presas fáceis de um poema, seja como
leitor(a), seja como escritor(a). Todo poema é linguagem que revela e se
revela, porque não tendo nada a dizer, apenas sugere. No campo amplo da sugestão,
podemos mergulhar nas inúmeras formas e dimensões epifânicas. E o que seria esta
tal epifania? No dicionário Aurélio, encontramos as definições: revelação a
partir de algo inesperado; percepção intuitiva; aquela ideia e/ou insigth
genial que resultou de uma epifania. De forma geral, uma revelação de um
estado do ser que roçam as dimensões do mundo divino e espiritual.
Não é fácil definir a epifania, mais difícil ainda
seria estabelecer diferenças entre esta tênue linha que divide, e ao mesmo
tempo, une os campos semânticos e pragmáticos do sublime e do epifânico. Assim
que nos conformamos com senti-la, mergulhando nas teias que tecem o
fazer poético, conjugando percepção sensorial e emoção, porque se nos
deixamos levar pela razão, pode que não ultrapassemos o lugar comum e
percamos a possibilidade de criar “modelos para a sensibilidade e para o
pensamento analógico. Uma poesia nova, inovadora, original, cria modelos novos
para a sensibilidade nova[iii]” (PIGNATARI, 2005, p.53).
A epifania é aquele átimo de luz que nos permite sentir/vi(ver) o mundo que nos
cerca com olhos gozosos de metáfora, na incompreensível intimidade que foge às explicações
lógicas e nos expande corpo e alma.
O que o olhar capta, transcende e nos toca internamente, expandindo os sentidos e fascinando o espírito. Quando os olhos alcançam e
capturam o alvo desejado, em estado de encantamento, toda e qualquer banalidade
toma corpo poético. Quantos poemas habitam nosso silêncio? Que paradoxo misterioso
abriga o poema? Quando não dizer é sugerir oceanos de significados? O poema é terra
de absurdos, onde a única poesia é o não dito, é o mistério inalcançável, morada do inefável. Com razão,
afirma Ana Blandiana, “la poesía no se puede inventar sino que hay que
descubrirla[iv]”. Vamos?
Para caminhar por estas sendas e mistérios da Poesia, a mediadora Marta Cortezão, estará na companhia das autoras:
BELISE CAMPOS [Curitiba/Paraná] nasceu em 1991. É contista, mas também se arrisca na poesia. Escreve desde criança. Publicou nas Revistas LiteraLivre e Toma Aí Um Poema. Leitora ávida dos autores russos e dos poetas românticos. Formada em Psicologia pela Universidade Positivo, com especialização na Universidade da Colúmbia Britânica;
CAROLINA FERREIRA – Farmacêutica de formação e fotógrafa, escreve desde pequena e considera a arte uma grande parta de sua vida e parte principal de suas atividades. Apaixonada por como as palavras conectam pessoas e ideias e de como elas abrem porta para a maneira de enxergar o mundo;
FLAVIA FERRARI [Santana de Parnaíba/SP] é professora, escritora e poeta. Escreve contos infantis desde 2014. Estreou na poesia escrita em 2020, no início da pandemia. Antes seus poemas eram apenas pensamentos e sonhos. Teve poemas publicados pela Escrita Cafeína e pela Toma Aí Um Poema.
JÉSSICA IANCOSKI publicou em várias antologias e revistas, nacionais e internacionais. Teve o poema “Rotina Decadente” reconhecido pela Academia Paranaense de Letras, aos 16 anos. É idealizadora do Toma Aí Um Poema – o maior podcast lusófono de declamação de poesias e, também, revista literária digital. Nasceu em Curitiba/Paraná em 1996.
Que tal VOCÊ nos fazer companhia em mais esta aventura poética!? Não esqueça: sua companhia é sempre muito bem-vinda!
[i] A poesia não é uma sucessão de
experiências, mas uma sucessão de visões. Citação retirada do blog “Literatura
y Cine”, no site https://hombreenlaoscuridad.blogspot.com/2019/09/la-poesia-de-ana-blandiana.html
[ii] Pseudónimo da romena Otília
Valeria Coman, escritora, poeta, ensaísta, uma das consciências cívicas e artísticas
mais importantes da contemporaneidade.
[iii] PIGNATARI, Décio. “O que é comunicação
poética. São Paulo: Ateliê Editorial, 2005.
[iv] Entrevista com Ana Blandiana,
no site https://prodavinci.com/la-poesia-puede-salvar-el-mundo-entrevista-con-ana-blandiana/
Belo texto! Agradeço! Parabéns pelo blog!
ResponderExcluirConvidadíssima para se juntar ao #feminarioconexoes🥰😍
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