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quinta-feira, 29 de julho de 2021

Empoeme-se em Poesia: Resistência!

 



EMPOEMESE/13


Resistência!, de Rosangela Marquezi

Para ouvir o podcast, clique AQUI.


Resistência!

 

Em homenagem à Marielle Franco,

assassinada em 18/03/2018...

 

Era simplesmente Marielle:

lutava por sonhos

lutava por ideais

lutava por amor.

 

Sua luta inquietava...

 

Era necessário calar Marielle:

seus sonhos causavam sustos

seus ideais arrebatavam

seu amor incomodava.

 

Mataram seu corpo...

 

Mas não calaram Marielle:

seus sonhos se tornaram coletividade

seus ideais floresceram nas ruas

seu amor se espalhou nos corações...

 

Sua luta, nossa se tornou!

 

In: HEINE, Palmira; MOTA, Dinha; REIS, Célia. (Orgs).

Espantologia Poética: Marielle em nossas vozes.

São Paulo: Edições Me Parió Revolução/Mulherio das Letras. p. 25.




sexta-feira, 22 de outubro de 2021

NAS TEIAS DO POEMA IX: NO MEIO DO POEMA, O(A) LEITOR(A) 

 


 

Cada poema é único. Em cada obra lateja, com maior, ou menor intensidade, toda a poesia. Portanto, a leitura de um só poema nos revelará, com maior certeza do que qualquer investigação histórica ou filológica, o que é a poesia. Mas a experiência do poema ─ sua recriação através da leitura ou da recitação ─ também ostenta uma desconcertante pluralidade e heterogenia. Quase sempre a leitura se apresenta como revelação de algo alheio à poesia propriamente dita. 

{Octavio Paz, in O Arco e a Lira, p. 28}

 

Nas Teias do Poema é um dos quadros do Projeto Enluaradas que tem como foco principal dialogar sobre a criação poética, este universo de natureza tão diversa e, ao mesmo tempo, tão única. Para onde nos leva a leitura de um poema? O que um poema nos revela? Que (des)caminhos há entre um(a) leitor(a) e um poema? 

Sobre a leitura, Umberto Eco afirma que “todo o texto é uma máquina preguiçosa que pede ao leitor que faça parte do seu trabalho”. É o(a) leitor(a) quem comanda as engrenagens desta máquina desgovernada. A leitura de um poema é um caminho desconhecido, prenhe de surpresas. É um imenso e ermo lugar habitado por um grande contingente de signos latentes de significações, onde cada leitor(a), armado(a) apenas de si mesmo(a), é o(a) único(a) responsável por cartografar seu próprio e incerto itinerário. Ao devorar as entranhas das palavras, o(a) leitor(a) e/ou ouvinte (re)vive a consciência de que o poema é a linguagem e a linguagem é o poema; e sendo o(a) leitor(a) parte da linguagem, é também parte do poema, pois a linguagem é o instrumento capaz de transportá-lo(a) a muitas das esferas de sua psique humana.

A leitura também é instrumento de revelação e imersão no rio paradoxal e poético da força criadora. Octavio Paz afirma que o poema é nada mais que apenas

possibilidade, algo que só se anima com o contato de um leitor ou de um ouvinte. Há uma característica comum a todos os poemas, sem a qual nunca seriam poesia: a participação. Cada vez que o leitor revive realmente o poema, atinge um estado, que podemos, na verdade, chamar de poético. (p.30)

É a linguagem poética o elã alado que forja mundos pela mágica pluma do(a) poeta? Venha nos fazer companhia e enriquecer nossos diálogos e questionamentos com seus comentários, pois há, em nós, profundos mares abarrotados de dúvidas e dúvidas! Até logo mais!

Para este nono encontro desfrutaremos da companhia das autoras convidadas que fazem parte de nosso coletivo:

MARGARIDA MONTEJANO, mora em Paulínia, SP. Supervisora Educacional na Rede Municipal de Campinas, Poeta, Pedagoga, Ms em educação PUC Campinas, Dra. em Educação pela Unicamp; Pesquisadora do Loed/Unicamp e Produtora do Canal Literário – N’outras Palavras – histórias que inspiram, no Youtube;

RITA QUEIROZ, natural de Salvador, Bahia, Brasil. Professora, poeta, escritora. Autora de 5 livros de poemas e 1 de contos para o público adulto, 5 livros para o público infantojuvenil, organizadora de 9 coletâneas. Integra os seguintes coletivos: Confraria Poética Feminina, Mulherio das Letras, Confraria Ciranda Poetrix e Caliib, além das seguintes academias: AVAL, AILB, AIML, AALIBB, NAISLA, AILAP e ACILBRAS.

ROSANGELA MARQUEZI – Professora por formação e atuação, mas sonhadora de um mundo melhor por opção! Formada em Letras Português Inglês, trabalha na UTFPR Campus Pato Branco. Escreve poemas, crônicas e contos e já participou de diversas coletâneas e antologias. Além dos textos literários, tem artigos científicos publicados e já participou da organização de livros.


REFERÊNCIAS:

ECO, Umberto. Seis passeios pelos Bosques da Ficção. São Paulo: Cia as Letras, 1994.

PAZ, Octavio. O Arco e a Lira. Trad. Olga Savary. Rio de Janeiro. Editora Nova Fronteira (Coleção Logos), 1982.

sábado, 11 de dezembro de 2021

NAS TEIAS DO POEMA XIV: ENLUARADAS E A POÉTICA DO ESPAÇO



 

NAS TEIAS DO POEMA XIV: ENLUARADAS E A POÉTICA DO ESPAÇO

                    Por Marta Cortezão

As artes e a literatura são importantes e precisam ser incentivadas porque oferecem beleza e, também, espaço de reflexão sobre as desigualdades sociais e as injustiças que nos cerceiam. São ferramentas para sonhar um mundo melhor.

{Regina Dalcastagnè, em entrevista à Revista Tantas-folhas}

 

Durante os dias 03, 04 e 05 de dezembro/2021, o Movimento Literário Feminino Contemporâneo realizou o 1º FLENLUA, o Festival Literário de Lançamento Enluaradas, onde celebramos a Deusa Palavra Viva em estado de alquimia poética: o livro Coletânea Enluaradas II: uma Ciranda de Deusas (Sarasvati Editora, 2021). O 1º FLENLUA fortaleceu a filosofia enluarada de que somos um coletivo, onde nós, escritoras contemporâneas, construímos um “espaço de reflexão” para pensar a palavra, o nosso fazer literário,  a nossa condição feminina, os porquês de nossas inquietações, a arte como um todo e “as desigualdades sociais que nos cerceiam”.

Hoje, o episódio 14º do Nas Teias do Poema quer falar de nosso fazer literário, tendo como pano de fundo várias das reflexões feitas pelas autoras enluaradas no 1º FLENLUA; reflexões que nos fizeram/fazem mergulhar na importância de nós, autoras contemporâneas, nos reconhecermos também pensadoras de nossa arte, vez que tomamos consciência de que o maior poder que temos é saber quem somos; somos mulheres, poetas que comungam da poética do abraço, da utopia de um mundo melhor. Somos a continuidade de todo um Sagrado Feminino que nos precedeu e nosso instrumento de luta é a palavra. Deixo, a seguir, um pequeno recorte do que nos disseram (durante o 1° FLENLUA) as poetas enluaradas sobre este Movimento Literário Feminino Contemporâneo, o Enluaradas:

“trazer cada vez mais mulheres para a escrita, para a publicação, segurar na mão, cirandar [...] é parte bastante importante da militância feminista que, para mim, é uma forma de estar no mundo [...] A nossa situação como mulheres é complexa (digamos assim, para não dizer triste), no mundo inteiro. Todo o espaço que a gente tem é um espaço ganho, é lutado, nada nos é dado e nada continua a não ser pela nossa luta. [...] Este é meu lugar de mulher, é o lugar de todas as mulheres. Quem não for feminista que não use calça comprida, que devolva o passaporte, que devolva a carteira de motorista, que não vote, porque tudo é fruto desta luta.”

{Maria Alice Bragança (RS), Abertura do FLENLUA, 03/12/2021}


“O que eu percebo nesse grande movimento, em que as mulheres, sobretudo nesse processo criativo da literatura, das artes, é essa necessidade de se colocar mesmo como protagonistas. Eu percebo neste projeto essas dimensões muito atadas, muito “dialogizadas”, que é a questão do estético, dessa procura do processo criativo, inovador, constitutivo e também a questão social, ética, moral, no momento de distopias, de isolamento, de pandemia, de refluxos, de bandeiras do social.”

{Isa Corgosinho (PB), Abertura do FLENLUA, 03/12/2021}

 

“Estou aqui para falar com que força surgiu esse movimento, porque ele já nasceu empoderado e empoderando [...] E de poetas, num estalar de dedos, nós viramos deusas, as deusas da poesia. E isso mostra o quanto o Projeto Enluaradas veio para nos fortalecer nesse meio literário, para fortalecer a nossa escrita e a nossa poética.”

{Marina Marino (SP), Abertura do FLENLUA, 03/12/2021}

 

“Talvez a gente nem tenha noção do que é que nós estamos fazendo dentro desse coletivo, agora uma coisa eu tenho certeza, ele veio para fazer a diferença, eu não estou falando de vaidade, eu estou falando de necessidade da gente buscar sim o arquétipo dessas deusas que há muito tempo adormeceu [...] (O Projeto Enluaradas) vem com afetos, as inclusões, os acolhimentos e traz à tona a poética que nos habita. É um trabalho bem socrático, a maiêutica que reconhece que você tem dentro de você o conhecimento, só precisa de alguém para ajudar nesse parto de luz.”

{Janete Manacá (MT), Abertura do FLENLUA, 03/12/2021}

 

“Estou muito feliz por fazer parte deste movimento [...] (que) tem levado o trabalho de todas nós, conhecidas, desconhecidas, sem distinção. Isto é realmente o que eu chamo Literatura, que é dar oportunidade a todas, não só a uma parte, como se considera a elite,”

{Ana Mendes (Suíça), Abertura do FLENLUA, 03/12/2021}

 

“Lembrei da menina mulher que fui e quanto faria a diferença se eu tivesse encontrado mãos acolhedoras e agregadoras como nós temos agora e, para mim, não foi só um livro a mais, eu recebi a certeza de que é possível um mundo novo onde cada mulher, assumidamente poeta, entende o que é entrar numa ciranda, dar as mãos [...] dividindo a força, e todas sem medo de expor sua fragilidade e grandeza nesse universo de poesia”

{Vania Clares (SP), Abertura do FLENLUA, 03/12/2021}

 

“Eu sinto que eu pertenço à essa família, que eu encontrei o meu lugar, poeticamente falando, e isso é tão raro hoje em dia [...] não sei se elas (Marta e Cacau) têm a dimensão da história que elas estão fazendo na arte contemporânea, mas elas estão deixando um legado pós-moderno, reunindo o que há de melhor das escritoras que compõem esta coletânea.”

{Aline Galvão (AM), Mesa 1 do FLENLUA, 03/12/2021}


“A luta só começou; a gente já consegue votar, já consegue dirigir, já consegue escrever com nosso próprio nome, mas ainda tem muito que se lutar, e os nossos espaços vão ser ocupados por nós e pela próxima geração porque uma hora nós também seremos legado da próxima geração.”

“Não quero a literatura só para mim, eu preciso de um coletivo, eu preciso de mulheres que girem comigo, eu preciso de mulheres que tenham esse sentimento de não querer a literatura só para si, as oportunidades só para si.”

{Patrícia Cacau, Mesa 2 do FLENLUA, 04/12/2021}

 

“Esse projeto [...] me diz muito, me diz demais. Eu também me confesso não feminista, no sentido mais ativo dessa palavra, mas porque eu acho que não me foi dada essa oportunidade que eu vim a ter quando conheci esse projeto. Isso para mim representa muito”

{Dalva Lobo, Mesa 2 do FLENLUA, 04/12/2021}

 

“A palavra Ciranda tem tantos significados, assim como passagem do tempo, aquilo que vai passando, o transcurso dos dias, na ciranda dos dias. E a primeira acepção da palavra, se você vai para o dicionário [...] ciranda é uma peneira grossa que serve para joeirar, separar os materiais, as impurezas [...] Eu acho que nesta Ciranda com tantos significados, nos faz tirar as impurezas da vida, aquilo que não serve mais [...] que caia por terra”

{Rosangela Marquezi (PR), Mesa 2 do FLENLUA, 04/12/2021}

 

“Nós sabemos que exclusão é uma questão de patriarcado, segregação é uma questão de patriarcado, concentração de riqueza é uma questão de patriarcado e nós precisamos, mulheres, todas nós somos maioria, ter consciência do nosso papel. É muito importante essa consciência começar a explodir dentro de nós e nos fazer realmente participativas e transformadoras [...] Que as mulheres pensem muito, repensem, estudem, participem de lives, penetrem mesmo na discussão política tão em voga e que veio à tona com uma força muito grande depois do golpe que vivemos, para que vocês votem certo, conheçam seus candidatos, se aprofundem na política. Tudo é também uma questão política [...] A poesia é uma ferramenta de transformação [...] é uma ferramenta política.”

{Teresa Bendini (SP), Mesa 4 do FLENLUA, 04/12/2021}

 

“Eu trabalho com a temática das mulheres há mais de 20 anos [...] e me encontrar com esse projeto (Enluaradas), para mim foi assim uma luz mesmo no meu caminhar, porque essas produções coletivas de mulheres, elas oportunizam um conjunto de vozes silenciadas. Nós somos tantas mulheres que, individualmente, não conseguiríamos publicar [...] essas escritas que são revolucionárias e aqui eu quero retomar, na minha fala, a fala de nosso amigo Sidnei que acho que foi muito propícia mesmo, toda vez que uma de nós constrói um verso, compõe um verso, grita esse verso para a humanidade, uma algema do patriarcado se quebra porque nós, mulheres, trazemos a revolução na nossa poesia, nas nossas vozes, somos nós com os nossos poemas, com a nossa sensibilidade que vamos construir um mundo mais humano.”

{Heliene Rosa (MG), Fechamento do FLENLUA, 05/12/2021}


           E para o Nas Teias do Poema de hoje, teremos a alegre e poética companhia das poetas enluaradas:

NELI GERMANO reside em Porto Alegre/RS/Brasil. Arquivista aposentada. Curso Superior (Incompleto) em Letras e Serviço Social pela ULBRA Canoas/RS. Participação em oito antologias, poemas publicados em jornais e revistas alternativos de cultura (Gente de Palavra, Entreverbo e Todas Escrevemos) e tem um livro solo, Casa de Infância. Integra o Coletivo Mulherio das Letras.

CARLA GOSSUIN-AZEVEDO é Luso-Suíça, nasceu em Angola, passou por Portugal, mas é a Suiça há mais de 25 anos o seu país de adoção. Embora escreva desde a adolescência, é somente a partir de 2015 que entra no universo literário nacional e internacional, tendo participado em mais de 50 antologias. Foi premiada várias vezes pelos seus trabalhos. É Diretora-adjunta da Helvetia Edições. Assina os seus trabalhos com o pseudónimo de: CARLA DE SÀ MORAIS. 

PATRÍCIA CACAU, atualmente vive em Fortaleza/ CE, é empreendedora e ativista social, incentivadora do Mulherio das Letras Ceará, Áustria e União Europa. Escreve desde a adolescência, sua escrita nasceu no coletivo Mulherio das Letras Europa. Idealizadora do Projeto Enluaradas. Participou de coletâneas/antologias no Brasil e Europa. Livro individual Quintais (In-finita/PT, 2020). 

MARTA CORTEZÃO nasceu em Tefé/AM, mas mora em Segóvia/ES desde 2012. É escritora, poeta, tradutora, trovadora, ativista cultural, idealizadora dos projetos Enluaradas e Tertúlias Virtuais. Tem obras publicadas em antologias, tanto nacionais como internacionais; Livros de poesia Banzeiro manso e Amazonidades: gesta das águas (Penalux, 2021).

Aguardamos você lá! E não esqueça de que pode baixar nossas coletâneas clicando nos links abaixo:

 

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