sábado, 30 de janeiro de 2021

MOMENTO COM GAIA: Poesia em tempos de pandemia|10


Momento com Gaia/10- (30/01/2021)

Por Janete Manacá


Esse projeto, de autoria da poeta Janete Manacá, nasceu em 16 de março de 2020, com a chegada da Pandemia causada pelo novo Covid-19. Por se tratar de algo até então desconhecido, muitas pessoas passaram a desenvolver ansiedade, depressão e síndrome de pânico. Com o desejo de propiciar a essas um “momento poético” no conforto dos seus lares, toda a noite é enviado, via WhatsApp, um áudio com poesias de sua autoria para centenas de pessoas do Brasil e de outros países. E estas são replicadas pelos receptores. Acompanhe o poema "Canto poético", divulgado no dia 30 de janeiro de 2021.

 

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Declaração de amor


não se assuste

quanto digo que te amo

não sei quanto tempo me resta


toda declaração de amor

tem que se manifestar agora

amanhã pode ser tarde demais


não se preocupe

quando te ligo de madrugada

para dizer que você é importante


nunca pense

que distribuo 

pérolas ao vento


é que eu não deixo

que transborde dentro de mim

esse sentir intenso, sem fim


meu compromisso com você 

é de verdade, de cuidado

não faz sentido viver só para mim


viver é compartilhar

tudo que nos encanta

por isso, não me impeça de te amar




sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

MOMENTO COM GAIA: Poesia em tempos de pandemia|09



Momento com Gaia/09- (28/01/2021)

Por Janete Manacá


Esse projeto, de autoria da poeta Janete Manacá, nasceu em 16 de março de 2020, com a chegada da Pandemia causada pelo novo Covid-19. Por se tratar de algo até então desconhecido, muitas pessoas passaram a desenvolver ansiedade, depressão e síndrome de pânico. Com o desejo de propiciar a essas um “momento poético” no conforto dos seus lares, toda a noite é enviado, via WhatsApp, um áudio com poesias de sua autoria para centenas de pessoas do Brasil e de outros países. E estas são replicadas pelos receptores. Acompanhe o poema "Canto poético", divulgado no dia 28 de janeiro de 2021.

 

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louvada seja   


louvada seja 

a chuva que rega os campos

as sementes que se deixam germinar


louvada seja 

a lua que inspira os amantes

as estrelas que mostram a direção


louvada seja 

as noites de inspiração

a poesia, a dança e a canção


louvada seja

a sabedoria das ancestrais

exercida todos os dias no lar


louvada seja 

a gentileza que promove a paz

em qualquer tempo e lugar


louvado seja 

o desejo de sonhar

a coragem de recomeçar


louvada seja

a minha criança interior

admirável exemplo de amor




Olhos de Superação

 




Poema/04

 

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Olhos de Superação 


  Minha alma flutua, 

  Meus pés levitam

  Tento enraizar-me,

  Mas o céu me atrai

  A Lua me chama

  E a desilusão me persegue...

  Ao ver-me assim

  Tão leve e vazia

  Procuro meu coração

  Será que está perdido pelo caminho?

  Ou será que ele me busca e eu o ignoro?

  Sigo pensando e flutuando...

  Os pensamentos me fazem voar

  E o vôo é fuga

  Fujo de mim mesma

  Fujo do que não me agrada

  Fujo do meu coração,

  Coração que me mostra com clareza

  O que realmente vive em mim...

  Não me abandones, coração!

  Não me deixes voar 

  Como um balão sem rumo,

  Perdido na vastidão do céu...

  Enraiza-me novamente

  Enraiza meus pés na terra

  E ajuda-me a florescer,

  Florescer meus sonhos

  Que há tempos busco

  Tornar minha realidade

  Permita-me ser selvagem, ter coragem

  Acreditar em mim e seguir em frente

  Sem desanimar, sem pestanejar...

  Obstáculos sempre existirão

  Que eu os veja com olhos de superação 

  Como mulher forte e autêntica que sou!

 

  Nanda Chinaglia




quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

MOMENTO COM GAIA: Poesia em tempos de pandemia|08

 



Momento com Gaia/08- (27/01/2021)


Por Janete Manacá


Esse projeto, de autoria da poeta Janete Manacá, nasceu em 16 de março de 2020, com a chegada da Pandemia causada pelo novo Covid-19. Por se tratar de algo até então desconhecido, muitas pessoas passaram a desenvolver ansiedade, depressão e síndrome de pânico. Com o desejo de propiciar a essas um “momento poético” no conforto dos seus lares, toda a noite é enviado, via WhatsApp, um áudio com poesias de sua autoria para centenas de pessoas do Brasil e de outros países. E estas são replicadas pelos receptores. Acompanhe o poema "Canto poético", divulgado no dia 27 de janeiro de 2021.

 

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ah quantas noites

passaste comigo

brincando no meu lago interno


refletida dentro de mim

iluminava os meus abismos

e preenchia-os de esperança


tão aquática, tão doce

tão pura, tão nua

tão bela, tão lua


inundava-me de mistérios

em diálogos telepáticos

e desenhava meus versos


maternal e carinhosa

abençoava o meu canto

com tão benfazeja luz


acalmava as minhas águas

meus tormentos

minhas mágoas


sagrada mãe lunar

foi nesses encontros noturnos

que eu aprendi a te amar




quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

MOMENTO COM GAIA: Poesia em tempos de pandemia|07



Momento com Gaia/07- (27/01/2021)


Por Janete Manacá


Esse projeto, de autoria da poeta Janete Manacá, nasceu em 16 de março de 2020, com a chegada da Pandemia causada pelo novo Covid-19. Por se tratar de algo até então desconhecido, muitas pessoas passaram a desenvolver ansiedade, depressão e síndrome de pânico. Com o desejo de propiciar a essas um “momento poético” no conforto dos seus lares, toda a noite é enviado, via WhatsApp, um áudio com poesias de sua autoria para centenas de pessoas do Brasil e de outros países. E estas são replicadas pelos receptores. Acompanhe o poema "Canto poético", divulgado no dia 26 de janeiro de 2021.

 

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Prudência 


para ser aprendiz de eternidade

há que se erradicar a maldade

expulsar os medos e ser generosidade


como salvar a humanidade

que banaliza atrocidades

perante os míopes olhos da justiça?


o mundo segue no tempo do eu

fragmentado e perdido no coletivo

ignorando a ética do cuidado


há um desespero premente

em viver perigosamente

e provar o improvável


viver centrado na própria imagem

impede a alma de se manifestar

e a nossa essência de poder voar


é preciso cuidado para não nos perdermos

amanhã talvez teremos que retornar

e reconectar novamente com o sopro divino


vamos saborear a nossa respiração

ar gratuito que vem do universo

e a vida que pulsa em nós agradece




terça-feira, 26 de janeiro de 2021

MOMENTO COM GAIA: Poesia em tempos de pandemia|06



 Momento com Gaia/06- (25/01/2021)


Por Janete Manacá


Esse projeto, de autoria da poeta Janete Manacá, nasceu em 16 de março de 2020, com a chegada da Pandemia causada pelo novo Covid-19. Por se tratar de algo até então desconhecido, muitas pessoas passaram a desenvolver ansiedade, depressão e síndrome de pânico. Com o desejo de propiciar a essas um “momento poético” no conforto dos seus lares, toda a noite é enviado, via WhatsApp, um áudio com poesias de sua autoria para centenas de pessoas do Brasil e de outros países. E estas são replicadas pelos receptores. Acompanhe o poema "Canto poético", divulgado no dia 25 de janeiro de 2021.


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Destemida


           Para Noquinha


dos percalços da vida

à mulher destemida

em tempos difíceis e sofridos


guardava os sonhos no baú

trancava e escondia a chave 

para libertá-los mais tarde


era na calada da noite

que revia a lista dos seus desejos

para imantá-la com seus mistérios 


no aconchego da rede

dava vida aos seus anseios

e asas à imaginação


o pão que chegava à mesa

era resultado de muita peleja

de dias de superação e incerteza


mas a mulher do sertão além da raiz

tem a poética flexibilidade do bambu

que se entrega ao bailado do vento


o tempo passou de repente

no trajeto o geminar das sementes

e a vida floresceu... silenciosamente




LIVROS & ENCANTAMENTOS: FÚRIA, LUXÚRIA E DOÇURA NA POÉTICA VIGOROSA DE ANNA APOLINÁRIO, POR ROBERTA GASPAROTTOna Apolinário



'A Chave Selvagem do Sonho', Anna Apolinário/05





Ao término da leitura de "A Chave Selvagem do Sonho", entendi qual foi a motivação do instigante título (ou, pelo menos, acho que entendi).

Todos os sonhos são puros e líricos, porque intrínseca e visceralmente nossos, e esse lirismo está presente em toda a escrita de Anna. Mas não só. Para a autora, apenas o lirismo não dá conta da complexidade em que nos constituímos, e eventualmente, nos consumimos (em fogo). Para acolher a diversidade de que somos feitos, Anna convoca os seres mais primitivos e naturais para habitarem sua poesia:  como se, somente ao integrarmos o nosso lado animalesco e instintivo, é que pudéssemos acessar o mais íntimo em nós - e é exatamente nesse ponto que reside a chave (selvagem) dos nossos sonhos.

Não por acaso, seus poemas são repletos de criaturas ferozes: cães, serpentes, chacais, escorpiões. A autora convoca esses animais selvagens para ajudarem a dar conta da febre furiosa que nos invade a todos e, "queima a pele".

A pele, por sua vez, está bastante presente, tanto nas belas figuras que constam no livro, quanto nos poemas. A pele que queima é a mesma que cicatriza. A mesma pele que dói, também provoca imenso prazer. Nossa epiderme é o órgão das trocas, onde o mundo interno e o mundo externo se delimitam e se interconectam, ou seja, lócus do paradoxo por excelência, e Anna Apolinário se vale dessa simbologia com muita competência.

O espelho é outro elemento que aparece bastante em seus poemas. No caso da autora, seu espelho é a palavra, que, como ela mesma diz em seus versos: "transita e transborda, salta entre as páginas".

Sua palavra é feroz, lírica, incandescente, e por vezes, tudo isso ao mesmo tempo: o que constitui para o leitor um mosaico interessantíssimo de sensações, percepções e imagens.

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Elã

Escrever.
Como quem
enlouquece
e possesso
procura Deus
dentro dos espelhos.

***

Insurreição

Um raio corrói o cerne da beleza
Fúria de quimeras calcina os céus.

Bosques suspensos,
sedução e o sussurro das feras.
Presságios do calígrafo.

O poema,
chacal ferocíssimo
farejando jugulares.

Como quem ressuscita,
subversiva,
sonha, escreve.

***

Enlevos

Teus dedos em secreta expedição
pelas minhas planícies incendiadas.
Os olhos sussurram em cobiça e tocaia
e as luzes todas deslizam ao redor de nossa dança.
Minhas ancas ondeiam em doce desvario,
as coxas envoltas em negras, sedosas,
perigosas redes arrastando-te
aos viscosos véus de minha carne acesa.
Teus lábios alvoroçado a selva de meus seios,
o corpo, em cálice e combustão, 
oferecido à loucura suculenta de tua língua.
Uma serpente bailando ao sabor de meus açudes,
enquanto reviro-me escaldante,
um rio palpitante sob tuas papilas.

***

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