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quarta-feira, 7 de setembro de 2022

LIVROS & ENCANTAMENTOS: "MULHER MARIPOSA", DE MARI VENTURA, POR DANIELA CARUZA



LIVROS & ENCANTAMENTOS|01

"MULHER MARIPOSA: DO MAU PRESSÁGIO FEZ POESIA", DE MARI VENTURA


POR DANIELA CARUZA


Onde dorme a poesia da mulher piauiense? Quantos desejos desconhecidos lhes convocam à noite para passear em sonhos dormidos, insones, proibidos?

Pouco sabemos das mulheres piauienses que se apropriaram da escrita, manifestando através das palavras os próprios anseios, desejos, sensações e visões, como protagonistas e testemunhas de um tempo[1]. Menos ainda sabemos daquelas que não escreveram. Da mulher sertaneja, o que se vê, de maneira geral, é um retrato estanque, mudo, calado, de uma existência submetida, sofrida, sobrevivente. Uma personagem do passado, se for. Se ouvíssemos a sua voz, o que ela diria? A reconheceríamos?

Para adquirir o livro,  clique AQUI
| foto: arquivo pessoal |

A histórica exclusão do rol daqueles que escrevem e devem ser lidos e lembrados faz da escrita da mulher piauiense, ainda hoje, uma ousadia. Uma ousadia tão grande quanto a de manter viva, noite e dia, em nossos corpos e espíritos, a poesia.

A sensação que permanece é a de que fomos roubadas. Desde muito cedo na história, na curta história de uma vida, na longa história de vidas passadas. Roubaram-nos os séculos, os meses, os dias, os anos. Roubaram-nos até mesmo o sono.

Ficamos com os trapos. A dor engolida, o lamento calado, os sonhos enterrados, os medos vividos. Uma raiva amarga e ferida, numa vida comprida, corrida, ocupada, escorrida pelos dias. Dormindo abraçadas com a solidão. Fingindo costume.

| foto: arquivo pessoal |

Mari Ventura
é uma mulher do sertão Piauiense que nasceu e vive entre linhas e letras. É professora, artesã e escritora. Entende escrita como um lugar de essência (subjetividades e plurissignificação), existência (ter voz e vez), resistência (construção desconstrução e reconstrução de concepções e contextos sociais). Se reconhece como uma poetisa do avesso ao verso. Ainda tem um estoque de medos, mas vai bebendo a coragem em pequenas doses. Autora do livro MULHER MARIPOSA publicado em 2022 pela Editora Voz de Mulher. 

Nem mesmo nos reconhecemos. Silenciadas, roubadas de nós mesmas, nos tornamos prisioneiras, encarregadas da própria carceragem. Acusadas do crime do desejo, o desejo de existir. Não parece haver saída, a não ser fugir, roubar de volta o que nem sabíamos que nos havia sido roubado. Afinal, não é possível viver fugindo de si mesma.

Assim é que, furtiva, nos nasce a poesia. Escondida, acuada, proibida, sentindo-se culpada, fugitiva. Até que irrompe, furiosa, voraz. Por vezes se debate, peleja, padece, mas já não pode ser contida. Grita. Nua, em carne viva, desafia. Parece até loucura, tanta vontade de ser. Preferimos chamar coragem.

Capa do Mulher Mariposa, Editora Voz de Mulher, 2022

Com sua poesia, Mari Ventura questiona os lugares que são considerados apropriados para uma mulher na sociedade, os papéis de gênero que nos são impostos, o teor pejorativo associado à mulher que se entrega à noite, aos devaneios, à poesia, a mulher da vida. É a mulher que fala em sua própria voz, de seus próprios desejos, território que lhe foi proibido. A mulher que se encontra em sua própria companhia. Fala também de cura e da descoberta da luz/lucidez em meio à escuridão.

As poesias ocultas na noite são como sementes guardadas debaixo da terra. Despertam silenciosas, e, vagarosamente, enraízam por baixo e por dentro, antes de sair ao sol. São também como a mariposa, que, antes de ser ela mesma, rasteja, e bravamente recolhe-se em seu casulo, sua solidão, para dentro de si compor-se em asas, até sair voando pelo mundo.

Vê-las voando é, para muitos, um assombro. Para nós, é pura poesia. Um sopro de luz.

Que alegria poder se criar assim, afinal.


**O texto acima é o prefácio da o obra Mulher Mariposa, de autoria de Mari Ventura.


Daniela Caruza
| foto: arquivo pessoal |

Cantora e compositora, Daniela Caruza vive em São Raimundo Nonato, na região da Serra da Capivara, e sua música pulsa com as forças que encontra no sertão e na caatinga. Os versos e a musicalidade de Daniela Caruza leem o mundo a partir dessa paisagem e criam poesia, misturam guitarras com forró e baião. Para ela, cantar a partir desse chão é um convite para nos conectarmos com nossas heranças mais profundas.


[1] Rocha, Olívia Candeia Lima. Flores Incultas e a Academia Brasileira de Letras: escritoras piauienses no contexto do feminismo no final do século XIX e primeiras décadas do século XX. In: Mulheres e a Literatura Brasileira. Silva, N. F. C.; Cruz, L. G.; Tatim, J.; Pereira, M. P. T. (orgs.) Macapá: UNIFAP, 2017.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

EDITAL I TOMO DAS BRUXAS: DO VENTRE À VIDA/2022


* Baixe o Edital Enluaradas, clicando na imagem da aba direita do blog.

EDITAL I TOMO DAS BRUXAS: DO VENTRE À VIDA/2022


REALIZAÇAO: ENLUARADAS SELO EDITORIAL

 

ORGANIZADORAS: Marta Cortezão & Patrícia Cacau

 

Caldeirão:

 

"a caça às bruxas precisa ser conhecida como fenômeno histórico – do passado e do presente; mulheres são perseguidas, torturadas, aprisionadas e assassinadas hoje como resultado direto ou indireto de práticas que ditam sua função e aquele que seria seu papel apropriado no sistema capitalista e patriarcal. Assim, é preciso compreender as condições que permitem, favorecem e implicam a sujeição das mulheres em diversas sociedades. Se o campo moral, dominado ideologicamente pelo machismo, influencia o imaginário daqueles que condenam as mulheres, deve-se ter em mente que ele também possibilita que a perseguição extrapole atos simbólicos e individuais e se revele enquanto violência sistêmica.

[...]

Mesmo que mulheres tenham mais voz hoje, nem sempre suas vozes ecoam. Barreiras são impostas pelo machismo nos espaços de luta, ao mesmo tempo que o conservadorismo político se levanta contra o feminismo. Parte do esforço da mulher está em ser ouvida, em não ser silenciada. A resistência é coletiva e atual. Não somos apenas “as netas das bruxas que vocês não conseguiram queimar”. As perseguições ainda existem.

(Sabrina Fernandes, Sobre Mulheres e caça às bruxas, in Mulheres e caça às bruxas, de Silvia Federici, p. 18-19)

 

Com a finalidade de divulgar a escrita poética da Literatura Contemporânea do Feminino, DE LÍNGUA PORTUGUESA, o Enluaradas Selo Editorial, convida, via edital, às autoras a participarem da nova aventura poética intitulada: I TOMO DAS BRUXAS: DO VENTRE À VIDA/2022.

 

1. Coletânea de textos poéticos de TEMÁTICA LIVRE: serão aceitos poemas de versos livres e/ou de forma fixa, como aldravia, haicai, poetrix, trovas, soneto, balada, rondó, sextina, entre outros.

 

1.1. Os poemas devem ser INÉDITOS (não publicados em livro) e escritos em língua portuguesa.

 

2. A AUTENTICIDADE DOS TEXTOS enviados é de inteira responsabilidade de cada autora, podendo responder perante a lei do plágio, cópia indevida ou
qualquer outro crime relacionado com o Código dos Direitos de Autor
.

2.1. O Enluaradas Selo Editorial fica isento de qualquer demanda, inclusive da reivindicação dos direitos autorais de terceiros.

 

3. A PARTICIPAÇÃO é ABERTA a todas as autoras que escrevam em língua portuguesa, residentes no Brasil e/ou exterior (Europa).


4. IDADE MÍNIMA da autora para participação na coletânea: 18 anos completos.

 

5. Os poemas devem ser enviados ao e-mail coletaneaenluaradas@gmail.com, em fonte Times New Roman, tamanho da fonte 12, espaçamento 1,5.

5.1. A autora pode fazer sua participação de duas formas: com dois (02) poemas (recebimento de 02 exemplares) ou com um (01) poema (recenimento de 01 exemplar). Poemas de até 25 versos, incluindo título e espaçamento entre as estrofes.

5.2. A formatação da coletânea, formato livro físico, será de 14x21cm e a do e-book seguirá padrão similar ao do livro impresso.

5.3. É importante ter em conta que os versos longos podem ocupar mais de uma linha nesta formatação.

5.4. Poemas pequenos, como aldravia, haicai, poetrix, trovas, equivalem a um (01) poema de 25 versos, portanto ocuparão uma página do livro.

5.5. Poemas que ultrapassem os 25 versos, NÃO SERÃO SELECIONADOS.

5.6. Tipo de arquivo aceito: apenas documento em formato Word (não enviar os textos no corpo do e-mail), arquivos em PDF e/ou imagens serão desconsiderados.


6. Todos os poemas devem apresentar TÍTULO DIFERENTE ao proposto para este edital: I TOMO DAS BRUXAS: DO VENTRE À VIDA/2022.

 

7. DATA PARA ENVIO dos textos: de 10/02/22 a 10/03/22 até as 23h59m (horário oficial Brasília). Havendo necessidade, a data poderá ser prorrogada.

 

8. A INSCRIÇÃO deve ser realizada através do e-mail coletaneaenluaradas@gmail.com. Veja FICHA DE INSCRIÇÃO ao final deste edital, página 7.

8.1. A autora enviará um e-mail com título/assunto I TOMO DAS BRUXAS: DO VENTRE À VIDA/2022 com TRÊS (03) arquivos anexos:

I. A ficha de inscrição, em formato Word, devidamente preenchida, que inclui uma sucinta biografia literária, em terceira pessoa, de até 4 linhas (BIOGRAFIAS MAIS EXTENSAS NÃO SERÃO ACEITAS);

II. O(s) poema(s) da autora, em arquivo Word. É OBRIGATÓRIO que os poemas tenham títulos;

III. Uma foto de rosto, identificada conforme nome na ficha de inscrição, em formato JPG, de alta resolução (FORA do arquivo Word), para a confecção dos CARDS de divulgação.

8.2. A INSCRIÇÃO enviada com os dados incompletos ou fora do regulamento, SERÁ DESCONSIDERADA.

8.3. É de inteira responsabilidade de cada uma das participantes a veracidade e correção dos dados fornecidos às organizadoras da referida coletânea.

8.4. A AUTORA que NÃO FOR SELECIONADA não receberá informação por e-mail por parte das organizadoras.

 

9. Todos os textos enviados serão sujeitos a uma PRÉ-AVALIAÇÃO,
sobre criatividade e qualidade, regida pelos critérios especificados neste edital e todas as autoras selecionadas serão comunicadas via e-mail.

9.1. NOSSOS CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO:

I) – Criatividade na construção do texto poético, do ponto de vista linguístico e literário;

II) – Textos preconceituosos, homofóbicos, racistas ou que usem palavras de baixo calão, serão desconsiderados; já os de temática erótica serão muito bem-vindos;

III) – Estar de acordo com todas as regras de participação deste edital.

9.2. APÓS SELEÇÃO dos poemas para participação na coletânea, não realizaremos substituições de textos, apenas em casos excepcionais.

10. Para esta coletânea, A PRIMEIRA REVISÃO DOS POEMAS fica sob a
responsabilidade de cada autora, portanto l
eia e releia os poemas antes de enviá-los, vamos primar pelo cuidado e perfeição.


11. SOBRE OS CUSTOS

 11.1 AUTORA RESIDENTE NO BRASIL: a participação com dois (02) poemas, fica estipulada em R$ 180,00 (cento e oitenta reais), com apenas um poema, R$ 100,00 (cem reais). RESIDENTE NA EUROPA: com dois (02) poemas, fica estipulada em 50,00 (cinquenta euros), com apenas um (01) poema, 30,00 (trinta euros).

11. 2. CADA AUTORA RECEBERÁ VIA CORREIOS (BRASIL / EUROPA): 01 (um) exemplar (participação com 01 poema) ou 02 (dois) exemplares (participação com 02 poemas) com taxa dos correios já incluída + 01 (um) Enluaradas’ bag, mais o(s) exemplar(es), caso seja(m) solicitado(s).

 



11.3. O VALOR ABONADO POR CADA AUTORA inclui os custos de leitura crítica de seleção, de ISBN, de diagramação, de catalogação, de designers gráficos, de impressão, de taxa de correios, de embalagem de envio e de eventos promovidos pelo Projeto Enluaradas para divulgação da obra.

11.4. É de inteira responsabilidade de cada autora a INFORMAÇÃO CORRETA do endereço para envio do(s) exemplar(es) discriminado(s) no item 11.2., pois NÃO nos responsabilizamos por informações equivocadas.

11. 5. CUSTO DO EXEMPLAR EXTRA, entrega no Brasil: R$ 80,00 (oitenta reais). CUSTO DO EXEMPLAR EXTRA, entrega na Europa: € 20,00 (vinte euros)

OBS.: A autora que desejar adquirir exemplares extras, favor informar a quantidade na ficha de inscrição.

 

12. As informações para DEPÓSITO BANCÁRIO E/OU PIX serão enviadas à autora por e-mail, quando da seleção dos poemas. Após realização do pagamento, a autora deverá enviar o COMPROVANTE DE PAGAMENTO via e-mail (coletaneaenluaradas@gmail.com), com o assunto COMPROVANTE DE PAGAMENTO, oficializando, assim, sua participação na coletânea.

12.1. A NÃO CONFIRMAÇÃO do depósito estabelece a exclusão da participação.

 

13. A coletânea (com registro de ISBN incluído) terá versão impressa e digital (e-book), esta será de DISTRIBUIÇÃO GRATUITA.

13.1. A coletânea terá LANÇAMENTO VIRTUAL (II FLENLUA – Festival Literário de Lançamento Enluaradas) e será amplamente divulgada através das redes sociais.

13.2. Postaremos nas redes sociais o card individual de divulgação de todas as autoras participante do I TOMO DAS BRUXAS: DO VENTRE À VIDA/2022.

 


14.  A inscrição/participação, de cada autora, implica na aceitação de todos os itens descritos neste regulamento. Automaticamente, cada autora selecionada autoriza, sem ônus para o Enluaradas Selo Editorial, a veiculação de texto e uso de imagem em todos os veículos das mídias de comunicação com o fim de divulgação do I TOMO DAS BRUXAS: DO VENTRE À VIDA/2022.

OBS.: Qualquer dúvida deve ser encaminhada para coletaneaenluaradas@gmail.com, com o assunto DÚVIDAS.

 

15. LANÇAMENTO: Até 60 dias após o encerramento do edital.

 

16. Qualquer situação não mencionada neste edital será decidida pelas organizadoras da Coletânea.

 

Agradecemos a sua participação e seja muito bem-vinda ao I TOMO DAS BRUXAS: DO VENTRE À VIDA/2022.

 

SOU DEUSA, BRUXA E MULHER!

 

Siga o perfil @projetoenluaradas no Instagram e faça convite para participar do grupo Enluaradas no Facebook e acompanhe o andamento do I TOMO DAS BRUXAS: DO VENTRE À VIDA/2022.

 

O Enluaradas é um projeto idealizado por Patrícia Cacau (@patricia.cacau) e Marta Cortezão (@mcortezao). Conheça nossos e-books publicados e divulgados em 2021:  http://bit.ly/39CJC37ColetaneaEnluaradas

      https://bit.ly/3bKQ1tBCOLETANEAENLUARADASII

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EDITAL ENLUARADAS II TOMO DAS BRUXAS

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