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segunda-feira, 24 de julho de 2023

ELES LEEM ELAS: MEU SILÊNCIO LAMBE TUA ORELHA, DE MARTA CORTEZÃO

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ELES LEEM ELAS: MEU SILÊNCIO LAMBE TUA ORELHA, DE MARTA CORTEZÃO


 POR RONALDO RHUSSO

Meu silêncio lambe a tua orelha” da Marta Cortezão - Editora TAUP (Toma Aí Um Poema – 2023)

Trombei, por assim dizer, com a Marta Cortezão numa das esquinas da rede de gente virtual nem um pouco virtual! Convite da Eliana Castela para ver, em outubro de 2020, ápice pandêmico, a Live VIII Tertúlia Virtual sob o Tema: “A Poética que roça os sentidos” no Canal Banzeiro Conexões do iutubi... Vi o “card” de chamada, procurei textos das outras convidadas para compartilhar na hora e vi a Marta apresentando geral, um tanto desacostumada com as geringonças internéticas, porém, sempre com esse sorriso de Sol, fazendo um trabalho lindo de divulgação de novas poetas e escritoras...  Conferi os vídeos anteriores e continuei acompanhando os demais, enquanto ela se transmutava em “Enluarada”, “Bruxa”, “Deusa” (levando geral com ela, grande parte, gente que tinha seus escritos engavetados e desacreditados) ... Aí fui lendo, também, o versejar vicejante da Marta...

E o atual livro? Ah! Sim. “Meu silêncio lambe a tua orelha” (gostosinho falar isso, não é? Quem não fica logo muito a fim de ler este livro?) derrama sobre nós leitores um balde estelar de poemas vivos... Saca, vivo? Tipo vivo assim:

estas cicatrizes que levo

agarradas na pele

falam muito mais de mim

que as palavras fugadas

de meu distraído silêncio

                          (intemporalidades)

 

meu corpo desértico

feito de solidão e degredo

pelo ímpeto da dor

do não pertencimento

reage com solícitos ais

                       (mar de diásporas)

Evento Campinas, das 14h às 16h30, Sáb/27/JUL

Há, notavelmente, um espetáculo de poemas Concretos e um desnudar de alma em cada um deles, sendo que a Marta já havia demonstrado esse poder ou virilidade no escrever sobre o que ainda é tabu para quem se assusta com a realidade que todo mundo sente ou todo mundo quer sentir e se libertar para tanto! O uso das Figuras de Retórica é aplicado de uma forma bastante rica e o gozo do leitor se amplifica num acompanhar de momentos poéticos que nos fazem reler e reler porque a sonoridade é boa e a identificação com o que lemos nos embala a continuar a beber as palavras:

o tempo escorre arenoso

pela ampulheta

vai inevitável

estirando granulado fio

que tece a sanhuda

pressa das horas

               (liquidez)

Eu preciso comentar essa combinação bonita entre a Marta Cortesão e a Toma Aí Um Poema, inicialmente um podcast idealizado pela Jéssica Iancoski que postou a primeira declamação em novembro de 2020 no Canal com o mesmo nome. Ou seja, “Meu Silêncio Lambe a Tua Orelha” e a TAUP é mais que uma parceria com poemas fortíssimos e um trampo de editoração bonito pra caramba! Design gráfico bastante contemporâneo, tão vivo quanto os sessenta e seis poemas. É um livro que tinha que acontecer! É um encontro de dois belos e caudalosos rios escorrendo e se juntando, em delta, ao mar da Poesia para deliciosamente encher o mundo dessa fertilidade criativa...

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Marta Cortezão, de Tefé/AM, é escritora e poeta. Possui publicações em antologias nacionais e internacionais. Livros de poesia publicados: “Banzeiro manso” (Porto de Lenha Editora, 2017), “Amazonidades; gesta das águas” (Penalux, 2021), Zine “Aljavas para Cupido” (2022) e “meu silêncio lambe tua orelha” (Toma Aí Um Poema Editora, 2023). 


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Ronaldo Rhusso
: autor anual de “Meditações para o Pôr do Sol” da Casa Publicadora Brasileira pela União Sudeste dos IASD, do Compêndio poético “2016, o Dia, o Tema e o Poema” (produção independente) e de “Atos de Jesus” pelo Clube de Autores (2022), além de cordéis em parceria com membros da Academia de Cordel do Vale da Paraíba. Escreve, principalmente, no site “Descanso das Letras” e em seu blogue particular “A Sós Com a Poesia”.

sexta-feira, 24 de março de 2023

ELES LEEM ELAS: É TUDO FICÇÃO, DE FLAVIA FERRARI


É TUDO FICÇÃO, DE FLAVIA FERRARI

 POR RONALDO RHUSSO


Eu queria ter o talento da escritora campinense Nilza Azzi para descrever o que lê de uma forma a pintar tão bem as cenas quanto ela o faz.

Hoje eu reli “É Tudo Ficção” (Editora TAUP – Toma Aí Um Poema - 2022) da Flávia Ferrari. E quem é Flávia Ferrari?

A pergunta faz sentido porque uma busca no Google vai resultar numa blogueira que ensina as pessoas a viverem como se o planeta não existisse antes dessas tais dicas que ela dá. Bom para ela. Péssimo para quem vive exausto dessas futilidades.

Mas a Flávia Ferrari a quem me refiro é uma poeta que já era poeta antes de ver a si mesma como tal, ou seja, poeta.

Ah! E é professora, de verdade, influenciando de forma muito positiva o que a gente chama de nova geração.

Bom para essa nova geração ter uma influência tão necessária!

Estreou, por assim dizer, nesse momento pandêmico agudo com o livro Meio-Fio: Poemas de Passagem, Editora TAUP, 2021. Participou de Coletâneas, essa trilha que muita gente percorre, antes de brindar os bons leitores com um trabalho mais pessoal e espontâneo e eu, assíduo nessas redes antissociais, acabei por ter o privilégio de me deparar com suas participações generosas nas “lives” cujas participações são restritas a mulheres que escrevem e pleiteiam pela justa equidade, não só no Mercado Editorial, mas, também, na vida. E vejo a Flávia, principalmente, em vídeos onde ela lê outros poetas sempre com um sorriso de luz e o brilho no olhar que mostra uma alegria sincera, uma dorzinha contida, uma vontade de dizer o quanto o texto lido lhe tocou e não é que diz, mesmo? Ela, também, é publicada em Revistas digitais, mas vamos ao É Tudo Ficção? 

Antes eu quero frisar que não sou analítico como os resenhistas e críticos textuais. Se fosse estaria muito ferrado porque só leio o que quero ler e entendo o que quero entender, sendo, assim, independente e livre para depor e não julgar o íntimo do escritor, que, por ser escritor, não é ser humano usual.

Esse segundo livro da Flávia Ferrari a expõe, como disse outro dia a Jalna Gordiano numa live da Banzeiro Conexões sobre essa característica nas escritoras viscerais. Ele, o livro, a desnuda como ser humano que tem a sorte infinita de saber descrever isso juntando palavras e isso requer uma coragem tão necessária nesse mundo hipócrita!

“É Tudo Ficção” foi dividido em oito partes. Parece uma carta (se eu fosse fodástico teria escrito “Epístola” para ficar mais fofo) e pode nem ter sido conscientemente, contudo é uma carta de amor.

“Se tivesse mais tempo

Viveria as ilusões

De quem atribui ao tempo

Os impedimentos” (Kairós)

 

“Se pudesse mesmo criar algo extraordinário

As plantas teriam voz” (O estado das coisas)

Reparem como esses dois trechinhos poderiam fazer um leitor atento parar para meditar na estultice humana de se acorrentar ao tempo e fingir que ele existe de tal forma a restringir a existência de quem nele acredita?

E se as plantas falassem? Ah! Sim, elas falam, mas e se a gente as entendesse ou se elas tivessem voz? A Flávia vem com essas ideias doidas de poeta pra cima da gente e agora eu, que ando ressentido com meu pé de maracujá, gostaria muito que ele me desse algumas explicações verbais.

Em “Partir” ela me chama a atenção para o fato de ser ambidestra em quase todos os textos, mas só nesse foi que percebi e acabei relendo todos os poemas mais uma vez. Vejam:


“Eu queria acabar com esta sensação

De que sempre há algo esquecido

Seja palavra ou coisa ou gesto

Esta falta insistente que não tem letra

Eu queria”

Eu não planejei citar fragmentos de textos, mas como não fazê-lo se esses fragmentos me fazem um bem danado de dar um tempo a mim mesmo e ficar pensando os pensamentos da Flávia que vão inundando o meu pensar de leitor que pensava que era doido sozinho?


“Todos esses poemas que escrevemos

Não dizem nada de relevante

Meu plano é jogar fora tudo o que você já escreveu

Se penso ser capaz de fazer isso

Certeza que você já pensou em fazer pior

E passo a noite acordada pensando o que seria”

 

Agora que me liguei estar dando “spoilers” nessas citações, mas e daí? Aqui vai mais um:

o amor tem a consistência de um guarda-chuva

em algum momento será insuficiente

e quando estiver toda nua

sem as minhas roupas ensopadas

estarei sozinha (Tempo)

Onde é que essa escritora estava engavetada nesse tempo todo? O que ela escreve desce macio na garganta do cérebro e se espalha pelos capilares dando aquela ondinha gostosa de sentir...

Eu pensei em falar sobre a parte em que ela chamou de “Diário” e dividiu em quatro partes/poemas, mas é tão íntimo e tão bonito que eu prefiro não tirar esse gostinho dos próximos leitores.

É Tudo Ficção” descerra essa fricção gostosa de corpos, de pensamentos, de acasos e descasos, das ternuras que foram interrompidas... Essa fricção entre existência e vida e que você, se for raso, pode chamar de redundância, mas experimenta ler esse livro e ao final pergunte a si mesmo, entre aquela tentativa de respirar devagar após o gozo, se foi bom para você, também.

Eu gostei.

O Projeto Gráfico? É um luxo a mais nesse livro fascinante.

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Flavia Ferrari. Poeta e professora da rede pública de São Paulo. Lançou, em novembro/2021, o seu primeiro livro de poemas, intitulado “Meio-Fio: Poemas de Passagem”. A obra foi editada pelo Toma Aí Um Poema. Flavia Ferrari escreve desde a adolescência, mas começou a publicar seus poemas no início da pandemia, compartilhando seu trabalho nas redes sociais, participando de antologias e contribuindo com diversas revistas literárias digitais. Desde o princípio, os seus poemas foram muito bem recebidos pelos leitores e pelos periódicos digitais

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Ronaldo Rhusso: autor anual de “Meditações para o Pôr do Sol” da Casa Publicadora Brasileira pela União Sudeste dos IASD, do Compêndio poético “2016, o Dia, o Tema e o Poema” (produção independente) e de “Atos de Jesus” pelo Clube de Autores (2022), além de cordéis em parceria com membros da Academia de Cordel do Vale da Paraíba. Escreve, principalmente, no site “Descanso das Letras” e em seu blogue particular “A Sós Com a Poesia”.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

LETRAS ICAMIABAS: LANÇAMENTO DO LIVRO "JARDIM DOS SILÊNCIOS", DE SANDRA SANTOS

LETRAS ICAMIABAS|03 

LANÇAMENTO DO LIVRO "JARDIM DOS SILÊNCIOS"

POR SANDRA SANTOS

Lançar-se ao novo, por vezes é assustador, e envolve uma predisposição para encarar o desconhecido. A vida é recheada de escolhas e podemos aceitá-las ou não. Na nossa jornada, nos deparamos com desafios diários, coisas que nos chegam sem que as desejemos, e outras, que apesar de alguns obstáculos, são provenientes de nossos desejos, de nossos sonhos e configuram-se em lutas que almejamos, e para as quais nos preparamos.

Estudar e alavancar uma carreira, (principalmente para as mulheres da minha geração) significava uma verdadeira batalha, e apesar das guerras que travei, veladas ou não, nunca me fizeram desistir dos meus sonhos. Apenas, apenas os adiei.

Iniciei meu voo, e nesse percurso, encontrei esse grupo maravilhoso de mulheres, determinadas, sonhadoras e empreendedoras. Mulheres que cultivam a sororidade, o sorriso, o abraço, e que unidas, abrem caminhos em uma rede de apoio e afetividade. Junto a esse grupo, me senti acolhida, mais forte e capaz.

Lanço-me agora à divulgação de meu primeiro livro – “Jardim dos Silêncios” / gênero – poesia. Certa de que quero continuar a voar, hoje encaro a construção da minha carreira literária, sem amarras e com alegria. Almejo mais... Porque sim. Eu posso, e todas nós podemos.

Meu agradecimento especial ao coletivo Enluaradas por reafirmarem diariamente que estamos no caminho certo. Agradeço também a Nara Fontes por prefaciar a minha obra, e a Ozias Filho, pela imagem e a bela capa.

Agradeço imensamente a oportunidade de participar desse Coletivo, do espaço no Feminário Conexões, e por fazer parte na Antologia “I Tomo das Bruxas – Do Ventre à Vida”.

Livro: “Jardim dos Silêncios” - Editora Viseu (2023)

Disponível em formato físico e e-book – no site da editora Viseu, Amazon, Americanas, Magazine Luiza, Shoptime e submarino.

E-bookAmazon, Apple, Barnes & Noble (EUA), Google, Kobo, Livraria Cultura e Wook (Portugal).

LANÇAMENTO: livro JARDIM DOS SILÊNCIOS, de Sandra Santos

HORA: das 17h às 22h

ONDE: Patuscada - Espaço Cultural - Rua Luís Murat, nº 40 - Pinheiros (São Paulo capital).

Poema presente no livro...

Grito 

Embaixo da minha pele,

mora um grito.

Arranco-o em tacos de carne.

Embaixo da minha pele,

mora um bicho, eu o sinto.

Embaixo da minha pele,

mora um anjo de asa em riste.

Logro que não ouço o grito.

Alimento o bicho.

Observo o anjo,

finjo que não é nada além de um palpite.

No silêncio, o grito escapa,

fragmenta-se o maldito.

O bicho cresce.

O anjo se recolhe.

Eu existo.

 

Sandra Santos 

06/06/2022

Vídeo-Convite de Sandra Santos

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Sandra A. Santos é pedagoga com especialização em Educação Ambiental, ambientalista apaixonada pela natureza e pela vida em todas as suas formas. Hoje aposentada, dedica-se à literatura, escrevendo contos, romances e poesias que giram em torno do universo feminino. Com trabalhos publicados em antologias no Brasil e na Argentina.

Feminário Conexões, o blog que conecta você!

EDITAL ENLUARADAS II TOMO DAS BRUXAS

  Clique na imagem e acesse o Edital II Tomo-2024 CHAMADA PARA O EDITAL ENLUARADAS II TOMO DAS BRUXAS: CORPO & MEMÓRIA O Coletivo Enluar...