sexta-feira, 2 de abril de 2021

BAIXE O E-BOOK COLETÂNEA ENLUARADAS I: SE ESSA LUA FOSSE NOSSA/2021




Salve, Enluaradas! O e-book já está disponível para leitura!


BAIXE AQUI O E-BOOK COLETÂNEA ENLUARADAS I: SE ESSA LUA FOSSE NOSSA/2021


É com alegria que anunciamos a chegada do e-book Coletânea Enluaradas I: Se Essa Lua Fosse Nossa (Ser MulherArte Selo Editorial/Alemanha), disponibilizando-o AQUI e na aba direita do Feminário Conexões (Coletânea Enluaradas/2021), blog que reúne e divulga a Literatura do Coletivo Feminino Contemporâneo. Nossa coletânea tem lançamento virtual previsto para o dia 21/04, quarta-feira, via canal do YouTube Banzeiro Conexões, às 17h30m (BSB).

A Coletânea Enluaradas/2021 é um projeto idealizado e abraçado por Patricia Cacau e Marta Cortezão. O e-book possui temática livre, embora, entre um texto e outro, haja uma constante referência à força da Deusa Selene, essa “lua toda nossa”,


onde ecoa, em todos os cantos, a voz inspiradora de Virginia Woolf nos dizendo que “não há portões, nem fechaduras, nem cadeados” capazes de “trancar a liberdade” de nosso “pensamento”. É nesta egrégora lunar que surge nossa coletânea, cujo elenco é formado por autoras de vários países, com um número expressivo no Brasil. Somos 168 (cento e sessenta e oito) escritoras compondo um caleidoscópio poético diverso. Muitas vezes, nos revelamos numa escrita cortante, visceral, outras vezes, intimista, engajada, visionária, confessional, profética, ritualística, ancestral... Somos o verso prenhe e latente de vida, dançando, em conexão plural, de mãos dadas, ao redor da apoteótica deusa luna, toda nossa. Somos a mistura poética perfeita em suas imperfeições, porque nos permitimos a poiesis aristotélica, em estado pleno, nos abrindo aos impulsos do espírito humano para voar desde nossa imaginação e desde nossos sentimentos aninhados na alma.

(CACAU, Patricia; CORTEZÃO, Marta. Prefácio Coletânea Enluaradas, 2021, p.30)


O espetacular deste projeto foi que ele iniciou como uma simples chamada para uma coletânea e, no decorrer do processo, se constituiu num movimento fraterno, literário e poético denominado “Enluaradas”, como afirmou a escritora, professora universitária, ensaísta e poeta enluarada Vânia Alvarez:


[somos] poetas engajadas ao contemporâneo, que falam por si e que reinterpretam as muitas vozes [...] e a lua aparece influenciando o sentimental [...] Somos mulheres, somos enluaradas, somos um projeto contemporâneo vitorioso, porque “água mole em pedra dura tanto bate até que fura” e nós, mulheres, furamos o cerco [...] porque somos um coletivo, já não estamos sós e estamos apenas no começo.

(“A poética contemporânea das enluaradas”, 08/03/2021, “Live Enluaradas: Dia Internacional da Mulher”, canal do YouTube “Banzeiro Conexões”)


Somos um coletivo feminino com perfil no Instagram @coletaniaenluaradas2021, onde criamos, com a participação e interatividade das Enluaradas, uma rede de apoio que tem dado muitos frutos, resultando em parcerias entre as próprias autoras Enluaradas, e que vem revolucionando, de forma particular e poética, o mundo da escrita de cada umas das participantes. Às segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras, às 17h30m (BSB), temos as “Enluaradas Live” com quatro participantes da coletânea a cada encontro, onde cada autora nos conta de seus projetos literários, enquanto uma ciranda de mulheres, nossa “egrégora lunar”, comenta e aplaude. E por lá já passaram cento e vinte (120) autoras falando de sua trajetória literária, de seus medos, de seus sonhos e da alegria de fazer parte do projeto Enluaradas.  

Agradecemos a todas as autoras que acreditaram no projeto e uniram-se à ciranda de amor em volta desta lua toda nossa. Obrigada pela confiança e reafirmamos que seguimos unidas pela literatura, pois o voo só alcança plenitude quando feito em bando. Juntas sim, porque somos Enluaradas! Boa leitura!


Marta Cortezão/ Patricia Cacau

As Organizadoras.

quinta-feira, 1 de abril de 2021

A SOPA E O ÓDIO



Crônica /02

A SOPA E O ÓDIO, de Márcia Antonelli

 

Eu só queria tomar aquela sopa em paz...

 

Fazia um início de tarde agradável e eu então parei em uma das feiras da Manaus moderna para tomar uma sopa. Uma sopa encorpadinha com direito a todos os condimentos possíveis que só ali teria a certeza de encontrar, como já acontecera em outras ocasiões. Então eu olhei sorrindo as nuvens harmoniosas no céu e entrei decidida naquele estabelecimento que ficava bem próximo à feira da Banana. Entrei e me sentei regozijada com o cheiro de sopa e com o frescor de vento agradável que vinha do rio. (Não sei por que eu me sentia tolamente feliz.) Uma moça muito simpática veio me atender. Pedi-lhe então a sopa. Aguardei. O movimento era grande. As pessoas comiam satisfeitas ao meu redor. Depois de alguns minutos, veio-me a sopa. Ela fumegava. Cheirava bem. Sorri pra sopa. Ela, pra mim. Sorrimos pra vida. Quando de repente – creio que foi na segunda ou terceira colherada daquela sopa, não me recordo bem – ouvi um resmungo ao meu lado:

“Isso lá é mulher porra nenhuma fulana, isso é um viado!” Apenas ouvi e continuei tomando minha sopa. “Viadão do caralho! Isso aqui tá cheio de viados!” Continuou a voz ao meu lado. Olhei discretamente. Tratava-se de um senhor de meia idade, gordo e um rosto redondo e avermelhado da cor de um camarão. Ele não podia estar se referindo a mim, por isso continuei a tomar minha sopa tranquilamente. Mas ele insistia: “Isso não é cabelo de verdade, isso é peruca! Viadão do caralho, quer ser mulher esta porra, mas não passa de um viado!” Concluí que a provocação era mesmo para mim. Continuei a tomar minha sopa serenamente. Ela fumegava. Me enchia os olhos de lágrimas. Pensei em minha mãe que fazia uma sopa deliciosa, uma sopa da hora com toda felicidade em seu coração. Ah, estas recordações! Sempre me invadem nessas horas. “É por isso que este mundo tá assim! Viado filha da puta!” Minha mãe tinha uma receita de pãezinhos que acompanhavam uma boa sopa, herança de minha vó. Eram uns pãezinhos franceses picados em rodelas cobertos com colheres de azeite e sal a gosto. Ficava uma delícia.

          “Olha como ele toma a sopa, esse viadão! Isso é viado, isso não é mulher não!” Ela também, minha mãe, usava pitadas de oréganos frescos ou manjericão picadinhos. Os pãezinhos ficavam douradinhos, douradinhos. Acho que nunca mais vou provar uma sopa dessas em minha vida. Não vou mesmo. “Viadão, vai pagar no inferno viado filho do caralho!” Não sei se eu lagrimava por causa daquela sopa igualmente deliciosa, ou se lagrimava em razão de minhas lembranças momentâneas. Olhei ao redor. As pessoas olhavam para mim como se aguardassem uma resposta; uma atitude, sei lá. O distinto senhor batia com raiva a sua latinha de cerveja sobre a mesa, brandindo: “Viadão! Isso não é cabelo de verdade não, fulana, isso é peruca!” Eu degustava de verdade aquela sopa, ela me descia bem, me fortalecendo os nervos e a alma. Me trazia lembranças maternas. A garçonete me trouxe uma água e me perguntou se estava tudo bem. Disse que sim, sorrindo. Que a sopa estava ótima. Degustável. Mantive-me mesmo tranquila. “Bichona escrota, rá rá rá rá rá...” Minha mãe também sabia fazer uma sopa de hortaliças como ninguém. Ela dissolvia o caldo de galinha na água quente, cortava as batatas, cenouras e cebolas em rodelinhas e depois refogava-os no azeite por alguns minutos... ah, também tinha as abobrinhas que ela cortava em cubos...Minha mãe fazia uma sopa como ninguém. “Viado tem é que morrer! Pá pá pá pá pá!” Enxuguei minhas lágrimas com um lenço. Eu corava de dor de saudades. Um momento de minha vida que ficou lá atrás e que nunca mais voltaria. Minha mãe costumava dizer que o ódio é uma doença do coração e por isso devemos combater o ódio ignorando-o sumariamente. Os líderes com suas palavras e ações instigam o ódio no coração das pessoas. Vivemos o tempo do ódio. Após épocas de civilidade e contenção, parece que o ódio enfim se libertou das correntes morais e invadiu a vida social desse nosso difícil século XXI. Sem remorso o ódio berra e vinga para todo lado. Brande. Late. O senhor de baixo QI ao meu lado sentia ódio de mim. Se pudesse, ele me agrediria. Mas ele não pode. Ninguém pode. Vi uma única vez seu rosto branco, largo e vermelho da cor de uma lagosta me dizendo aquelas palavras duras. Mas, quanto mais ele me agredia mais eu me sentia forte. Mas eu sentia gosto na sopa. Era uma sopa simples, mas recheada de verdurinhas e muito da sua saborosa. E também havia o frescor daquele início de tarde de sábado que nunca mais vou esquecer. Não sei o que é o ódio. Mas sei que ele existe. Existe na exata medida da infelicidade na qual vivemos.

 

Terminei a sopa e fiquei olhando outra vez as nuvens azuis harmoniosas no céu. Deslizei suavemente minhas mãos sobre aquela toalha de mesa rosa e bem decorada e sorri, pedindo a conta. Definitivamente o ódio é para os fracos. Para aqueles que têm um coração bem pequeno. Pensei esta frase antes de partir. Antes mesmo de ouvir o distinto senhor a brandir desesperado pela última vez:

 

“Viado filha da puta, deixa ele...”




terça-feira, 30 de março de 2021

MOMENTO COM GAIA: Poesia em tempos de pandemia|28



Momento com Gaia/28


Por Janete Manacá


Esse projeto, de autoria da poeta Janete Manacá, nasceu em 16 de março de 2020, com a chegada da Pandemia causada pelo novo Covid-19. Por se tratar de algo até então desconhecido, muitas pessoas passaram a desenvolver ansiedade, depressão e síndrome de pânico. Com o desejo de propiciar a essas um “momento poético” no conforto dos seus lares, toda a noite é enviado, via WhatsApp, um áudio com poesias de sua autoria para centenas de pessoas do Brasil e de outros países. E estas são replicadas pelos receptores. Acompanhe o poema abaixo:



Para ouvir o PODCAST clique AQUI. 



Invocação às mães planetárias


Maria mãe do menino sábio

exemplo de humanidade

inspira-nos a viver o seu amor


Iemanja divina mãe universal

purifica-nos no batismo sagrado

das águas profundas do seu ventre 


Kwan Yin, pequena pérola

mãe-flor, afeto, delicadeza 

envolve-nos na luz da compaixão


Oxum, opulência e realeza

lava a nossa consciência

com a fluidez de doces águas


brasileira senhora de Aparecida

mãe que ouve o clamor dos filhos

feridos dessa terra combalida


Gaia mãe de todas as mães

útero fértil, fecundo e abundante 

abrigo de todos os continentes


invoco a sabedoria de inesquecíveis mães

ancestrais, guardiãs e divindades

para atravessar essa tempestade




sábado, 27 de março de 2021

Leitura de Lâminas da Mãe Terra para os Ciclos Lunares

          



 

(Lua Cheia, de 28/03 a 03/04)/07


Por Ana Luzia de Oliveira


Sobre o Oráculo Lâminas da Mãe Terra


As Lâminas da Mãe Terra são um oráculo formado por frequências que foram intuídas, apresentando-se em imagem, nome e funcionalidade, representados por Ana Amélia Moura, Ana Luzia Oliveira e Neysi Oliveira, em processo de canalização. 


Suas cartas podem ser interpretadas por seus significados arquetípicos e, também, podem ser tomadas por frequências que nos auxiliam naquilo a que se propõem ativamente.

 

 


Sua leitura destina-se a fins terapêuticos e de autoconhecimento, para ampliar a consciência das dinâmicas que existem em nossas vidas e dos recursos que temos para solucionar as questões que se apresentam.

 

Chegou a Lua Cheia! 

 

E com ela vem um desafio, atravessar o deserto.

 





Deserto. Essa cartinha vem nos falar de nossos desafios pessoais, da solidão e do cansaço que às vezes nos toma. E os tempos estão realmente desafiadores, não é? Os desafios se apresentam em tantas esferas, na vida pessoal, na saúde, no cuidado com familiares, na economia, no trabalho, no país, no mundo. Tudo parece fora do lugar, qualquer movimento é árduo. Há tanto ódio, tanta intolerância, tanta luta por coisas que já deveriam estar pacificadas em nossos corações. Parece que nunca vamos chegar, quando os passos que damos nos puxam para trás. Mas tudo isso gera força, aprendizado e aprimoramento que advém da caminhada. Há coisas que apenas nós conseguimos fazer por nós mesmos, só podemos dar conta da nossa própria transformação, mas trazemos dentro de nós uma força que atravessa gerações.

 

De onde virá a força para prosseguir?

 

Pai Ancestral. Honremos os que vieram antes, as dificuldades que eles enfrentaram, as escolhas que eles fizeram! Julgamos. É o que mais fazemos. Julgamos as escolhas que foram feitas e, de repente, a vida nos traz as mesmas dificuldades para nos desafiar a fazer escolhas diferentes. Se valorizamos a nossa liberdade de escolha hoje, temos que respeitar as escolhas que foram feitas antes. Precisamos sair do lugar que de quem lamenta as dificuldades que nos foram impostas e escolher diferente! Vamos nos apropriar da força dos nossos legados, sejam eles quais forem e entender os desertos que foram atravessados por quem veio anates de nós. Só assim podemos olhar para frente seguir nosso próprio caminho livres dos pesos que não são nossos. Façamos da nossa caminhada hoje, o caminho que queremos para o futuro. A força de lutar está em cada um de nós por tudo que nossos antepassados já enfrentaram.

 

Pai Ancestral

Frequência das Lâminas da Mãe Terra que auxilia na conexão com a nossa ancestralidade masculina e a energia do fazer e de prover.

 

 

dai-me a força dos homens que manejam o pilão,

a resistência daqueles que remam no mar,

a habilidade das mãos que moldam o barro,

a energia​ das fagulhas que pulam dos esmeris,

 

a coragem dos que empunharam espadas.

recebo de Vós a força de realizar,

de enfrentar as tempestades,

​de estabelecer o ritmo da vida,

de transformar a adversidade em ferramenta.

 

Aho Mitakwye Oyassin! Obrigada por todas as minhas relações, Ana Luzia Oliveira.


 


Feminário Conexões, o blog que conecta você!

EDITAL ENLUARADAS II TOMO DAS BRUXAS

  Clique na imagem e acesse o Edital II Tomo-2024 CHAMADA PARA O EDITAL ENLUARADAS II TOMO DAS BRUXAS: CORPO & MEMÓRIA O Coletivo Enluar...